A Pesquisa Cesta Básica de Campinas, realizada por uma equipe de professores da Faculdade de Ciências Econômicas da PUC-Campinas, revela que no mês de dezembro de 2006 a cesta apresentou um custo médio de R$ 162,66. Em novembro o custo da cesta básica de Campinas havia ficado em R$ 169,43. Portanto, houve diminuição em dezembro de 4% em comparação ao mês anterior.

O cálculo da cesta básica de Campinas segue a metodologia da pesquisa aplicada em 16 capitais brasileiras pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). “Ressalte-se que no mês de dezembro houve forte redução no custo da cesta básica também na maioria das capitais do Brasil, conforme foi divulgado pelo Dieese nesta segunda-feira”, observa o coordenador da equipe responsável pela pesquisa, professor Cândido Ferreira da Silva Filho, da Faculdade de Ciências Econômicas da PUC-Campinas.

A cesta básica em Campinas apresentou em dezembro um custo menor de 11,92% em comparação a cesta básica de São Paulo, calculada pelo Dieese em R$ 182,05 (tabela 1). Em relação às capitais da região Sudeste e mais Brasília e Goiânia, o custo da cesta em Campinas foi superior ao custo das cestas de Goiânia e Vitória (tabela 1).

TABELA 1. Custo (em R$) e variação mensal (em %) da cesta básica, dezembro de 2006.
Cps1 S. Paulo2 B.Horiz. Rio Vitória2 Goiânia2 Brasília2
Valor em R$ 162,66 182,05 171,49 171,39 158,17 152,44 171,85
Variação mensal (%) -4,00 -1,75 -4,33 -4,30 -3,46 2,19 -1,09
Nota: 1. Gasto mensal com a cesta básica apurado pela PUC Campinas.
2. Gasto mensal com a cesta básica apurado pelo DIEESE.

Na tabela 2 podem ser verificados os preços médios dos itens que compõem a cesta básica de Campinas. Segundo avaliação do professor Cândido, o gasto mensal do trabalhador campineiro para adquirir cada um dos itens que fazem parte da sua alimentação essencial – veja na tabela 3 – foi correspondente a 46,47% do salário mínimo. “Em termos de tempo de trabalho, a jornada necessária para adquirir a cesta básica em Campinas foi de 102 horas e 15 minutos. Já no mês de novembro a jornada de trabalho necessária para adquirir a cesta havia sido de 106 horas e 30 minutos”, acrescenta o professor.

TABELA 2. Preços médios (em R$) dos alimentos da ração
essencial. Em dezembro de 2006.
Alimentos Campinas1
Carne (kg) 9,70
Leite (l) 1,26
Feijão (kg) 1,92
Arroz (kg) 7,09
Farinha de trigo (kg) 1,44
Batata (kg) 0,82
Tomate (kg) 1,80
Pão francês (kg) 4,29
Café em pó (500g) 3,91
Banana (dz) 1,26
Açúcar refinado (kg) 1,31
Óleo de soja (900ml) 1,97
Manteiga (200g) 2,22
Nota: 1. Preços médios apurados pela PUC Campinas.

Tabela 3. Cesta básica de Campinas, dezembro de 2006. Gasto mensal, em R$.
Alimentos Quantidades Gasto mensal
Carne 6,0 quilos 58,20
Leite 7,5 litros 9,45
Feijão 4,5 quilos 8,64
Arroz 3,0 quilos 4,25
F. de trigo 1,5 quilo 2,16
Batata 6,0 quilos 4,92
Tomate 9,0 quilos 16,20
Pão fr. 6,0 quilos 25,74
Café 600 gramas 4,69
Banana 7,5 dúzias 14,18
Açúcar 3,0 quilos 3,93
Óleo soja 900 ml 1,97
Manteiga 750 gramas 8,33
Total 162,66

A Constituição brasileira determina que o salário mínimo deve atender às necessidades de uma família de dois adultos e duas crianças no que diz respeito à alimentação, moradia, transporte, vestuário, saúde, educação, higiene, lazer e previdência. Segundo pesquisa do Dieese os gastos atuais com alimentação correspondem a cerca de 35,71% das despesas de uma família.

Com base nestas informações, e considerando que o trabalhador campineiro gasta R$ 162,66 para adquirir seus alimentos, Cândido Filho diz que o salário mínimo necessário para o tra