Acessibilidade  
Central de Atendimento ao Aluno Contatos oficiais Área do aluno

COLEÇÕES ESPECIAIS


As Coleções Especiais da Universidade caracterizam-se por conter acervos de personalidades de prestigio na sociedade, e de importante atuação no meio acadêmico e científico.

O importante patrimônio cultural, sob a guarda do SBI, é formado pelas coleções:

  • Mário Erbolato – localizada na Biblioteca do Campus I – Unidade 1;
  • Odilon Nogueira de Matos – localizada na Biblioteca do Campus I – Unidade 2;
  • Mauricio Knobel – localizada na Biblioteca do Campus II;
  • Nasser Zacharias Alves – localizada na Biblioteca do Campus II;
  • Mário Gatti – localizada na Biblioteca do Campus II;
  • Joaquim Ferreira Lima – localizada na Biblioteca do Campus II.

 

Conheça as personalidades que fizeram parte da história da Universidade e que contribuíram com a formação das coleções especiais da PUC-Campinas:

Mário Erbolato

Nascido no dia 4 de maio de 1919, em Campinas, Mário de Lucca Erbolato foi um jornalista de destaque que deixou um legado importante para o jornalismo nacional, especialmente para a mídia local e para a academia, pelas contribuições prestadas.

Iniciou no jornalismo, em 1936, como office-boy no Diário do Povo de Campinas, fazendo trabalhos nas ruas, de onde trazia para a redação do jornal os fatos que presenciava. Seus superiores não demoraram notar sua sagacidade para separar o que era noticiável, e, logo, as oportunidades para escrever foram surgindo, sem decepcioná-los. Foi assim que suas atividades no jornal foram se aproximando da profissão que o acompanharia até o seu último dia de vida.

Nesse ínterim, casou-se com Lucy Camargo, com quem teve seu único filho, Antônio.
Erbolato terminou o ensino básico tardiamente, aos 33 anos de idade, para, logo em seguida, cursar o ensino superior, ingressando, em 1952, na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).

No mesmo ano, passou a substituir o redator José Toledo no Diário do Povo e, pouco tempo depois, estava também trabalhando em O Estado de S. Paulo como correspondente. Houve momentos em sua vida em que chefiava a redação do Diário do Povo, da sucursal do Estadão, em Campinas, e ainda atuava pela manhã, como advogado para o Sindicato dos Ferroviários. Em outro período, conciliou tudo isso à chefia da Assessoria Legislativa da Câmara de Vereadores de Campinas.

Participou do projeto de implantação da Faculdade de Jornalismo na PUC-Campinas, em 1970, iniciando-se, então, sua carreira docente, na qual obteve grande êxito. Dedicou-se à instituição como professor e diretor por quase 20 anos, ensinando técnicas jornalísticas aos alunos do então Instituto de Artes e Comunicações (atualmente Centro de Linguagem e Comunicação).

Toda a bagagem profissional de Mário Erbolato está materializada em seis livros publicados, ainda muito utilizados por estudantes de jornalismo de todo o país. São eles: Técnicas de Codificação em Jornalismo (1978), Dicionário de Propaganda e Jornalismo (1985), ambos adotados até hoje em diversas faculdades de Comunicação pelo Brasil, Jornalismo Gráfico (1981), Jornalismo Especializado (1981), Deontologia da Comunicação (1982) e, em parceria com o professor Júlio César Tadeu Barbosa, Comunicação e Cotidiano (1984).

Faleceu no dia 8 de julho de 1990, aos 71 anos de idade, vítima de edema pulmonar agudo.

O seu acervo, com aproximadamente 5 mil livros, pertence hoje ao Sistema de Bibliotecas e Informação da PUC-Campinas, doado, após três anos da sua morte, pelo filho Antônio.

 

Fontes:

ABDEL, Gustavo. As várias faces do precursor do nosso jornalismo. Correio Popular: Baú de Histórias, 5 ago. 2016. Disponível em: http://correio.rac.com.br/_conteudo/2016/08/colunistas/bau_de_historias/442511-as-varias-faces-do-precursor-do-nosso-jornalismo.html. Acesso em: 3 jun. 2019.

BORELLI, Dario Luís; MARCOLINO, Eliana Martins. Mário Erbolato: uma vida dedicada ao jornalismo. Comunicação e Sociedade: Memória, v. 23, n. 36, p. 184-202, 2001. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/CSO/article/view/4260/3962. Acesso em: 3 jun. 2019.

ZONTA, Gustavo Paulo; LONGHI, Raquel Ritter. A atualidade de Mario Erbolato para a pesquisa em jornalismo. Revista Pauta Geral: Estudos em Jornalismo, Ponta Grossa, v. 5, n. 2, p. 41-57, jul./dez. 2018. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/329874802_A_atualidade_de_Mario_Erbolato_para_a_pesquisa_em_jornalismo. Acesso em: 3 jun. 2019.

Odilon Nogueira de Matos

Odilon Nogueira de Matos (Piratininga, 5 de maio de 1916 – Campinas, 17 de fevereiro de 2008) foi um importante historiador brasileiro, especializado em história regional e história da música. Foi casado com Nerina Lurdes Ramos (1915-1996). Licenciado em Geografia e História pela Universidade de São Paulo (USP), com Doutorado em Ciências pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, iniciou sua carreira de professor universitário em 1942, lecionando nas seguintes instituições: Universidade de São Paulo (USP), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Fundação Cásper Líbero, Fundação Armando Álvares Penteado, Faculdade de Filosofia de Taubaté (da qual foi um dos fundadores), Faculdade de Filosofia de Marília (hoje integrada à UNESP).

A maior parte de sua carreira foi dedicada à Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), onde iniciou, como docente, em 1958. Em 1969, criou a revista acadêmica Notícia Bibliográfica e Histórica, publicação trimestral, com mais de 140 números publicados pela Faculdade de História da PUC-Campinas. Aposentou-se nessa instituição como diretor da Faculdade de História, para a qual doou seu rico acervo de livros que está abrigado na Biblioteca de História do Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, localizada no Campus I.

Além de educador foi também jornalista e colaborador de diversos jornais pelo país. Como escritor preparou e prefaciou diversas reedições importantes e foi autor de numerosos trabalhos publicados em revistas culturais, obras coletivas e Anais de congressos e simpósios, além de ter publicado várias obras: Capítulos da História colonial de Campinas (1939), Música e Espiritualidade (1955), Evolução urbana de São Paulo (1955), em coautoria com Raul de Andrada e Silva e Pasquale Petrone, A Guerra dos Emboabas (1962). In: HOLANDA, Sérgio Buarque de, org. História Geral da Civilização Brasileira (tomo I – A Época Colonial, vol. 1), São Paulo no século XIX (1969), Novo Dicionário de História do Brasil, em coautoria com Myrian Ellis (1970), Café e ferrovias: a evolução ferroviária de São Paulo e o desenvolvimento da cultura cafeeira (1974), Afonso Taunay historiador de São Paulo e do Brasil: perfil biográfico e ensaio bibliográfico (1977), Páginas Catarinenses (1977), Saint-Hilaire (1980), A segunda viagem de Saint-Hilaire a São Paulo (1982), Um pouco da história de Campinas (1985), O Brasil na ‘brasiliana’ (1994).

Odilon foi uma figura influente e fez parte das principais instituições brasileiras ligadas ao seu campo de atuação profissional. Exímio escritor pertenceu à Academia Paulista de Letras (Cadeira 22, patrono: João Monteiro, antecessores: Guilherme de Almeida e Raimundo de Menezes), à Academia Campinense de Letras e à Academia Sul-Riograndense de Letras. No campo da história foi presidente da Academia Paulista de História (1986–88), sócio emérito do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e sócio titular dos Institutos Históricos de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Pernambuco, Paraíba, Minas Gerais e Ceará; e dos Institutos municipais de Juiz de Fora e Uruguaiana.

Segundo o acadêmico José de Souza Martins (Academia Paulista de Letras), a obra de Odilon de Matos é “bem cuidada, ferramenta de trabalho para uso dos pesquisadores de História, obra de quem põe ordem onde a ordem é necessária.”

Amante da música, sobre ela muito escreveu ao longo dos anos. Bachiano de quatro costados, ouvia aos domingos a cantata de Bach correspondente àquele dia da semana, na liturgia anglicana. Era hábito seu ouvir diariamente uma peça de Mozart.

 

Fontes:

ACADEMIA Paulista de Letras. Discursos: acadêmico: José de Souza Martins. Disponível em: http://www.academiapaulistadeletras.org.br/discursos.asp?materia=932. Acesso em: 22 maio 2019.

PRÓ-MEMÓRIA Sumaré. Professor Odilon Nogueira de Matos: vida e obra. 2017. Disponível em: http://www.promemoriasumare.com.br/event/professor-odilon-nogueira-de-matos-vida-e-obra/. Acesso em: 22 maio 2019.

RICCI, Maria Lucia de Souza Rangel. Odilon Nogueira de Matos: um humanista. 2017. Disponível em: https://ihggcampinas.org/2017/10/12/odilon-nogueira-de-matos-um-humanista/. Acesso em: 22 maio 2019.

Mauricio Knobel

Nascido na Argentina, em 1922, Maurício Knobel foi um dos maiores nomes da psiquiatria na América Latina.

Formado, em 1950, pela Faculdade de Medicina da Universidade Nacional de Buenos Aires, fez especialização em psiquiatria infantil, na Associação Norte-Americana de Clínicas Psiquiátricas para Crianças, e residência em psiquiatria, na Greater Kansas City Mental Foundation, ambas nos Estados Unidos.

De volta à Argentina, foi professor titular de psicologia da criança e da adolescência, professor titular de higiene mental e diretor do Instituto de Psicologia da Universidade Nacional de La Plata. Além disso, foi organizador e chefe do Departamento de Psiquiatria Social do Instituto Nacional de Saúde Mental.

Na Universidade Nacional de Buenos Aires, foi professor titular de Psicologia Evolutiva do Instituto de Psicologia da Faculdade de Filosofia e Letras. Atuou também como professor adjunto de Psiquiatria Clínica da Faculdade de Medicina, onde teve como aluno Che Guevara, que, segundo Knobel, ainda “não revelava nenhuma inclinação para a política”.

Em 1976, demitido da Instituição argentina, durante o golpe militar no país, Knobel parte para o Brasil a convite do então reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Zeferino Vaz, para chefiar o Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica da Instituição, dando continuidade no país à sua extensa carreira.

No mesmo período, foi responsável pela reorganização do Departamento de Pós-Graduação em Psicologia Clínica da PUC-Campinas, do qual foi coordenador, entre 1977 e 1985. Até 1990, ocupou a cadeira de professor titular de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade.

Além de ocupar diversos cargos em instituições no Brasil e na Argentina, foi vice-presidente da Associação Mundial de Psiquiatria Dinâmica e da Federação Internacional de Psicoterapia Médica.

Teve mais de 300 trabalhos científicos publicados, além de livros, entre os quais Adolescência e família (1971), Adolescência normal (1973), com Arminda Aberastury, Psiquiatria infantil psicodinâmica (1977), A adolescência e a família atual (1981), Psicoterapia breve (1986) e Orientação familiar (1992).

Foi casado com a psicóloga e pesquisadora argentina Clara Freud (sobrinha-neta de Sigmund Freud, o pai da psicanálise), com quem teve quatro filhos, Roxana, Hernando, Joseph e Marcelo, esse último reitor da Unicamp, no quadriênio 2017-2020.

Aos alunos da PUC-Campinas, Knobel deixou um sábio conselho: “Continuem estudando e não procurem lucro econômico em suas profissões. O que compensa é o companheirismo dos colegas, a tolerância e aprendermos que não somos donos da verdade”.

Em 2006, doou parte de seu acervo bibliográfico pessoal, com 1.370 títulos, à área de Coleções Especiais da Biblioteca Central Cesar Lattes, da Unicamp.

Outra parte de seu acervo, constituído de cerca de 3 mil títulos, foi doada ao Sistema de Bibliotecas e Informação da PUC-Campinas. A doação foi selada com uma visita feita por Knobel aos Campi I e II da Instituição, no dia 9 de maio de 2006, por ocasião das comemorações do aniversário de 65 anos da PUC-Campinas. Acerca disso, o Padre Wilson Denadai, ex-reitor da PUC-Campinas e ex-aluno de Knobel, declarou: “Quando ele colocou parte de seu acervo à disposição, fiquei particularmente emocionado por perceber o respeito e carinho que ele tem pela PUC-Campinas”.

O professor Maurício Knobel faleceu em 2008, aos 85 anos, e foi sepultado no Cemitério Flamboyant, em Campinas.

 

Fontes:

EX-PROFESSOR doa o seu acervo para a biblioteca do CCV. Correio Popular. Caderno Especial, p. E4, Campinas, 4 jun. 2006.

TREVISANI, Janete. Os olhos de Clara Freud. Correio Popular. Metrópole, Campinas, 7 abr. 2013. Disponível em: http://metropole.rac.com.br/_conteudo/2013/04/capa/46125-os-olhos-claros-de-clara-freud.html. Acesso em: 23 maio 2019.

VELLA, Eduardo. Entrevista: psiquiatra Mauricio Knobel. Faculdade de Ciências Médicas – Unicamp. Disponível em: https://www.fcm.unicamp.br/fcm/entrevistas/psiquiatra-mauricio-knobel. Acesso em: 23 maio 2019.

UNIVERSIDADE recebe legado de Knobel. Jornal da PUC-Campinas. Ano 2, n. 27, p. 8, 15/28 maio 2006. Disponível em: https://www.puc-campinas.edu.br/handlers/arquivos/?arquivo=393. Acesso em: 23 maio 2019.

Nasser Zacharias Alves

Nasser Zacharias Alves foi um respeitado psiquiatra e psicoterapeuta, nascido em Anápolis, estado de Goiás, em 1º de abril de 1939. Era filho de Zacharias Miguel Alves e Saphira Fattuh e foi casado com Erica Alksnins.

Dr. Nasser Zacharias Alves esteve entre os profissionais mais experientes e talentosos de psiquiatria e psicanálise que adotaram, a partir do final da década de 1970, uma prática clínica e psicoterápica mais eclética, não subserviente aos parâmetros rígidos das escolas e teorias, em que a personalidade, a boa formação teórica e prática do terapeuta, sua experiência e bom senso favoreciam a realização de um trabalho proficiente e respeitado.

Graduado em Medicina pela UFMG, em 1963, possuidor de vasta cultura médica e geral, falante fluente de alemão, Nasser tinha contatos na Alemanha, para onde logo se mudou. Doutorou-se em Medicina na Universidade de Heidelberg e também em Neurociências e Comportamento nas Universidades de Lausanne e Basileia, na Suíça. Tornou-se amigo de Kurt Schneider, com quem manteve permanente correspondência após voltar ao Brasil.

Em Belo Horizonte manteve, durante anos, seu consultório particular bastante concorrido, por sinal. Profundo conhecedor das obras da fenomenologia alemã de Kurt Schneider e Karl Jaspers, do suíço Jacob Wyrsch e do espanhol Juan José López Ibor, ele era também psicoterapeuta eclético, quando utilizava técnicas e teorias que julgava úteis para cada paciente. Não era seguidor de nenhuma escola em particular, mas se baseava nos conceitos médicos até então conhecidos, aliados aos seus conhecimentos das distintas técnicas psicoterápicas então utilizadas. Como fosse profundamente católico, tinha também laços intelectuais e espirituais com o filósofo, teólogo e padre ítalo-germânico Romano Guardini (1885-1968), de grande influência nos meios cristãos e intelectuais de então.

Nasser Zacharias Alves influenciou um grande número de psiquiatras mineiros, até hoje atuantes em clínicas e instituições do estado. Faleceu, precocemente, aos 47 anos, em 1986, em Campinas, para onde se mudara, após mais uma estada na Alemanha.

A coleção de livros do Dr. Nasser foi doada ao Sistema de Bibliotecas e Informação da PUC-Campinas, em 2001, e está sob a guarda da Biblioteca do Campus II (CCV).

 

Fonte:

Breve história da psiquiatria mineira: os anos difíceis. 7 nov. 2012. Disponível em: http://genderi.org/quarta-feira-7-de-novembro-de-2012.html?page=3. Acesso em: 23 maio 2019.

Mário Gatti

Nascido em Nápoles, na Itália, em 1879, filho de Lelio Gatti e Attilia Tumolo Gatti, Mário Gatti chegou a Campinas em 1905, aos 26 anos. Não veio para trabalhar, mas para se casar com Francisca de Marco Gatti, jovem que conhecera na Europa e que era filha do empresário Roque de Marco, italiano que prosperou por aqui.

Existem controvérsias sobre sua formação, algumas fontes indicam que ele chegou ao Brasil já formado em medicina, casou-se, voltou para a Itália e depois retornou ao Brasil em 1915. Outras fontes dizem que veio para Campinas, casou-se e foi estudar medicina na Bahia, indo depois se especializar na Europa, de onde retornou em 1915.

O fato é que Mário Gatti era um médico talentoso e sua fama logo se espalhou por Campinas. É de 1920 a construção do Hospital do Círcolo Italiani Uniti, que mais tarde se converteria na Casa de Saúde de Campinas, estabelecimento modelo onde Gatti clinicou até o fim da vida.

O jovem de Nápoles que conquistou Campinas fez parte de uma geração de médicos estrangeiros que chegou ao Brasil trazendo diplomas de especialização em cirurgia nos melhores centros europeus. Destacou-se como pioneiro de verdadeiras proezas na medicina. A cirurgia ensaiava os seus primeiros passos no Brasil quando o italiano já realizava com sucesso operações de estômago e próstata. Por isso, ficou conhecido como o médico que resolvia tudo, surgindo daí o jargão que circulava não só pelos hospitais, mas também por toda a cidade: “Isso nem Mário Gatti resolve”.

Mário Gatti foi um dos fundadores da Maternidade de Campinas.

Na década de 1950, quando o teto do Cine Rink desabou, Gatti foi um dos primeiros médicos a prestar socorro às pessoas que estavam no local. Ele já tinha mais de 70 anos e, mesmo assim, fez questão de juntar-se a outros colegas de profissão para salvar vidas. Detalhe: estava doente e precisava repousar, mas deixou tudo de lado para estar perto das vítimas do desmoronamento. Ganhou até medalha pelo gesto.

Em fevereiro de 1976, foi homenageado pela população, que indicou seu nome para o então Hospital Municipal, o hoje Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, importante hospital da cidade.

Mário Gatti faleceu no dia 3 de março de 1964 e deixou os filhos Theodora Gatti Pagano Brando, Attilia Gatti Guedes de Melo e Roque de Marco Gatti, além de netos e bisnetos.

O acervo bibliográfico do Dr. Mário Gatti está sob a guarda do Sistema de Bibliotecas e Informação da PUC-Campinas.

 

Fontes:

CAMPANHOLA, Alexandre. Campinas, meu amor. 30 mar. 2014. Disponível em: http://campinassim.blogspot.com/2014/03/grandes-homens-de-campinas-doutor-mario.html. Acesso em: 23 maio 2019.

PERRENOUD, Juliana. Hospital Mário Gatti comemora 38 anos de serviços à população. Prefeitura de Campinas. 13 jul. 2012. Disponível em: http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/11/blogs/bau_de_historias/121099-quem-foi-mario-gatti.html. Acesso em: 23 maio 2019.

TREVISANI, Janete. Quem foi Mário Gatti. Correio Popular: Baú de Histórias. Campinas, 14 nov. 2013. Disponível em: http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/11/blogs/bau_de_historias/121099-quem-foi-mario-gatti.html. Acesso em: 23 maio 2019.

Joaquim Ferreira Lima

Nascido em Mogi Mirim, por volta de 1920, Joaquim Ferreira Lima, o Quinzote, foi um dos mais renomados e consagrados cirurgiões-dentistas do país. Foi o caçula dos dezoito filhos de João Antunes Lima, ex-prefeito de Mogi Mirim, e Amélia Adorno Ferreira Lima. Quinzote não se casou.

Partiu para São Paulo para estudar odontologia e voltou para trabalhar em sua cidade natal como cirurgião-dentista. Ele cursou também a Faculdade de Direito, mas não exerceu a profissão. A convite de dentistas norte-americanos, em 1950, Dr. Joaquim Ferreira Lima viajou aos Estados Unidos para se aprimorar na área odontológica. Fez em torno de 27 viagens àquele país. A cada viagem, Quinzote trazia para Mogi Mirim materiais odontológicos mais sofisticados para ponte-fixa e coroa, para utilizar em seus pacientes e orientar os recém-formados na área.

Foi o precursor de estudos e trabalhos das jaquetas de porcelana alemã no Brasil, por meio de pesquisas que realizou na companhia de dentistas norte-americanos. À época o dentista de Nixon, Henford, era um dos que o acolhiam, anualmente. Dr. Quinzote mantinha correspondência assídua com profissionais estrangeiros para se atualizar no trabalho de jaquetas, coroas e tratamento de canais. A oxigenargentoterapia foi uma técnica descoberta por seu auxiliar e conterrâneo, Mario Badan, sob sua supervisão.

O programa de reabilitação oral desenvolvido pelo Dr. Joaquim Ferreira Lima teve grande êxito no País, porque o sistema de implantes que desenvolveu juntamente com dentistas da capital não causava rejeição. Os recém-formados de Mogi Mirim e região e muitos dentistas norte-americanos iam ao seu consultório para aperfeiçoar as técnicas e teorias da faculdade.

Com os conhecimentos adquiridos fora do país, Dr. Quinzote iniciou, no começo da década de 1970, sua carreira acadêmica na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) como um dos fundadores da Faculdade de Odontologia da universidade, tornando-se, posteriormente, diretor da Faculdade de Odontologia, contribuindo ainda mais para a preparação de gerações de alunos para servirem à profissão.

Segundo o jornalista Mauro Adorno Filho, “Quinzote era pessoa ímpar na sociedade. Tinha relacionamento com todas as classes sociais e praticava a caridade, concedendo tratamento dentário gratuito a pessoas necessitadas”. Aliás, a seu pedido, os dentistas norte-americanos fizeram programa gratuito de atendimento aos índios do Amazonas.

Em sua homenagem, a Escola de Aperfeiçoamento Profissional da ACDC (Associação de Cirurgiões-Dentistas de Campinas), assim como uma das salas da PUC-Campinas e uma rua na cidade de Mogi Mirim foram batizadas com o seu nome.

O falecimento do Dr. Quinzote ocorreu em na década de 1970 e seu acervo pessoal de livros foi doado pela família para o Sistema de Bibliotecas e Informação da PUC-Campinas.

 

Fontes:

ADORNO FILHO, Mauro de Campos. Quinzote e o melão de Maria Joana. Saberladino, 2012. Disponível em: http://saberladino.blogspot.com/2012/02/maurinho-adorno-apreciados-contos-e.html. Acesso em: 23 maio 2019.

JORNAL O Impacto: Caderno Memória, C6. 1 nov. 2014. Disponível em: https://pt.calameo.com/read/003070272a2d5dfddaf9e. Acesso em: 22 maio 2019.