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Cartilha auxilia adolescentes e pais na realização de projetos de vida

Cartilha elaborada por aluno de Psicologia da PUC-Campinas ajuda jovens, pais e professores a identificar habilidades

Um projeto de vida é um conjunto de metas que uma pessoa estabelece para si própria para serem desenvolvidas ao longo da vida. Ter uma noção clara do que se quer fazer no futuro é uma forma de se preparar para ele. No entanto, nem sempre esses objetivos são claros. Para os adolescentes, pode ser ainda mais difícil projetar o futuro. Foi pensando nesse público que o aluno de Graduação em Psicologia da PUC-Campinas, Juliano Porto de Cerqueira Leite, elaborou a cartilha “Promovendo Projetos de Vida na Adolescência”. O projeto de iniciação científica foi orientado pela professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Leticia Lovato Dellazzana Zanon. “Nosso objetivo foi divulgar parte dos resultados de nossas pesquisas além da comunidade acadêmica”, disse. “É importante que o adolescente pense sobre como ele pode fazer diferença no mundo, seja em sua comunidade, em sua cidade ou na sociedade de forma mais ampla, por meio de suas habilidades e características. Essa cartilha é uma forma de contribuir com a sociedade – jovens, pais e professores – por meio de um material de fácil acesso”, complementou a professora.

Projetos de vida nascem de pequenos interesses cotidianos que, se desenvolvidos, participam da vida da pessoa de uma maneira geral, trazendo bem-estar pessoal e prevenindo problemas. Ter um projeto de vida ajuda o jovem a achar o seu papel no mundo e a dedicar-se a ele, evitando estados de desmotivação e indecisão. Entre as sugestões para isso está identificar qualidades e aptidões, investir nelas e refletir sobre como elas contribuem para o projeto de vida. “Não é fácil para o adolescente se projetar no futuro. Ainda mais em uma sociedade na qual há inconstância de valores, o que prejudica a definição de uma hierarquia sobre o que é mais importante na vida”, aponta a professora. A Cartilha, disponível no Portal da PUC-Campinas, traz orientações para jovens, pais e professores que podem ajudar nesse exercício de projetar o futuro.

Em relação aos pais, o mais importante é que promovam e aproveitem espaços para falar sobre projetos de vida, sobre como o adolescente se imagina no futuro, considerando suas características. Letícia lembra, no entanto, que um projeto de vida envolve outras áreas da vida de um indivíduo e não apenas o aspecto profissional. “Tratar apenas da profissão, por meio da clássica pergunta ‘o que você quer ser quando crescer?’, pode não ser produtivo. É importante pensar em outros aspectos como a construção de uma família, do bem-estar e da espiritualidade, por exemplo”, diz.

Ela explica ainda que os exemplos externos são importantes pois ajudam os adolescentes a ter referências para seguir. Esses exemplos não precisam vir de pessoas famosas. Pessoas mais próximas podem ocupar esse espaço na vida dos adolescentes. Para isso, é importante que eles sejam estimulados a buscar exemplos que possam ser seguidos. A escola pode ser um dos espaços para o jovem encontrar essas referências. “Nesse sentido, eu acredito que o professor tem um papel muito mais amplo do que apenas ensinar, podendo ser uma das referências para o jovem encontrar seu projeto de vida”, afirma Letícia.

Além disso, promover espaços formais para a discussão sobre projeto de vida é uma importante tarefa da escola. A mudança na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 2017, reforça esse papel da escola ao estabelecer que os currículos do Ensino Médio devem considerar a formação integral do aluno, de maneira que as escolas adotem um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida, além da formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais. “Pesquisas que analisaram casos internacionais indicam que discutir projetos de vida formalmente na escola de fato ajuda os adolescentes nessa construção. No Brasil, as primeiras experiências nesse sentido são recentes. Estamos conduzindo pesquisas em nosso grupo de pesquisa que visam a investigar como tem sido esse processo”, finaliza a professora da PUC.

Por Patricia Mariuzzo 



Marcelo Andriotti
30 de março de 2021