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Exame identifica deficiências auditivas em recém-nascidos. Diagnóstico precoce pode evitar problemas emocionais e de aprendizagem, orienta fonoaudióloga da PUC-Campinas

O teste da orelhinha, também conhecido como Triagem Auditiva Neonatal (TAN), passou a ser obrigatório, assim como o teste do pezinho, a partir de 2007, quando a Lei nº 12.522 entrou em vigor no Estado de São Paulo.

O teste é o método mais eficaz para constatar problemas auditivos em recém-nascidos e prevenir a surdez. Apesar disso, ainda não é feito em larga escala. Segundo recente levantamento do Instituto Nacional para Educação de Surdos (INES), apenas 2% das mães de recém-nascidos sabem que é preciso avaliar a audição nas primeiras 48 horas de vida.

A professora da Faculdade de Fonoaudiologia da PUC-Campinas, Mariene Terume Imeoka Hidaka, explica que o teste é pouco divulgado no Brasil, o que atrasa o diagnóstico e conseqüentemente, o tratamento precoce e adequado. “O teste da orelhinha é um direito de toda criança, mas infelizmente ainda não é realizado em todos os hospitais e maternidades do Brasil”, disse.

Desde 2004, o Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP) da PUC-Campinas aplica o teste da orelhinha nos bebês nascidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). São cerca de 250 avaliações/mês.

No caso dos planos de saúde, alguns contemplam o teste, outros não. “É importante que os pais verifiquem junto às instituições privadas a garantia do teste no seu filho”, disse Mariene.

Caso a criança tenha nascido em hospital ou maternidade não credenciado para o teste da orelhinha, ela pode ser encaminhada pela unidades básicas de saúde da prefeitura para a Clínica de Fonoaudilogia da PUC-Campinas. O exame é gratuito e poderá ser realizado em qualquer fase da criança, de preferência até os seis primeiros meses de vida, idade em que o sistema auditivo ainda está em processo de amadurecimento. A Clínica atende por dia 10 bebês com deficiências auditivas de diversos graus. Por mês cerca de 120 triagens auditivas neonatais são realizadas.

Para a fonoaudióloga, quanto antes algum problema for detectado, melhor será o desenvolvimento da linguagem e a integração social. “A dificuldade em ouvir as mensagens sonoras, dependendo do grau de deficiência auditiva, pode ocasionar problemas emocionais, de aprendizagem e, principalmente, de linguagem”.

No Brasil, a idade média do diagnóstico de distúrbio de audição varia em torno de 3 a 4 anos de idade, podendo levar até 2 anos para ser concluído. De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), 5,7 milhões de brasileiros possuem algum grau de deficiência auditiva. Cerca de 6% das crianças, com idade de até 4 anos, sofrem de perda auditiva ocorrida nos primeiros 3 anos de vida. Em cada mil crianças brasileiras, 6 apresentam perda de audição no nascimento.

Mariene alerta os pais a observarem algumas reações do bebê, como por exemplo, dificuldade em acordar com barulho, choros interruptos, não reconhecimento da voz da mãe. “Todos os bebês devem fazer o teste, mas existem alguns indicadores de risco, como os casos em que já existe um histórico de surdez na família, intervenção em UTI por mais de 48 horas, e mães que adquiriram durante a gestação rubéola, anormalidades craniofaciais entre outros”.

Em casos de suspeita de perda auditiva, a fonoaudióloga orienta que os pais procurem uma unidade básica de saúde próximo à sua região ou uma clínica médica. O bebê será avaliado por um pediatra que encaminhará a criança para a fazer o teste da orelhinha em clínicas de fonoaudiologia. A Clínica de Fonoaudilogia da PUC-Campinas disponibiliza de exames que possibilitam o diagnóstico otorrinolaringológico credenciado pelo Ministério da Saúde de acordo com as políticas públicas de saúde auditiva, portaria 587.589.

Confirmada a existência de deficiência auditiva, é iniciada a intervenção fonoaudiológica com adaptação do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) ou implante coclear e terapia fonoaudiológica especializada em audiologia educacional e processo terapêutico.

Sobre o Teste da Orelhinha

O teste da orelhinha consiste na colocação de um fone acoplado a um computador na orelha do bebê que emite sons de fraca intensidade e recolhe as respostas que a orelha interna do bebê produz.

O exame é realizado por um fonoaudiólogo com o bebê dormindo, em sono natural, é indolor e não machuca, não tem contra-indicações e dura em torno de 10 minutos.

O resultado é informado no final do exame. Um protocolo de avaliação junto com o laudo será enviado à mãe e ao médico solicitante.
Quando houver suspeita de deficiência a partir da triagem auditiva, a criança será encaminhada para avaliação otológica e audiológica completas.

Serviço:
Clínica de Fonoaudiologia da PUC-Campinas
Horário de atendimento: das 8 às 17 horas, de segunda a sexta-feira
Local: Campus II da PUC-Campinas
Informações: 3343-6843/ 6844.



Portal Puc-Campinas
5 de novembro de 2008