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PUC-Campinas terá campo para testes de telecomunicações em postes de energia, de olho na tecnologia 5G

Universidade firmou acordo de cooperação com instituto de ciência e tecnologia para iniciativa inédita de revisão das normas técnicas de utilização de postes de energia para suporte a tecnologias de telecomunicações atuais e futuras

De olho na inovação e nas tecnologias do futuro, a PUC-Campinas firmou acordo de cooperação com a FITec (Fundação para Inovações Tecnológicas), que representa a TelComp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas), para receber na Universidade um campo de testes para analisar soluções que permitam organizar de forma segura cabos das prestadoras de serviço de telecomunicações, mas de olho nas novas tecnologias. Na reunião estiveram presentes o Reitor da PUC-Campinas, Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior, o Vice-Reitor da Universidade, Prof. Dr. Pe. José Benedito de Almeida David, o Pró-Reitor de Administração, Prof. Dr. Victor Deantoni, o coordenador do projeto e Diretor da Faculdade de Engenharia Elétrica, o Prof. Me. Ralph Robert Heinrich, além de representantes das empresas.

A iniciativa tem por objetivo unir esforços das Faculdades de Engenharia Elétrica, Mecânica e Civil da PUC-Campinas, dentre outras, para, em conjunto com a equipe da FITec, buscar novas soluções para a organização das redes de telecomunicações nos postes de energia distribuídos pelo país. Faz parte da iniciativa, desenvolver soluções que suportem a instalação de equipamentos de acesso da 5ª geração de sistemas celulares, o 5G. O investimento previsto pelas empresas para a construção do espaço é de R$ 3 milhões.

Emaranhado de fios é facilmente encontrado nas grandes cidades brasileiras

Para o Prof. Me. Ralph Robert Heinrich, diretor da Faculdade de Engenharia Elétrica e coordenador do projeto, trata-se de uma parceria que pode multiplicar frutos dentro da Universidade. “É uma junção muito especial. Vamos poder realizar trabalhos acadêmicos aplicados à realidade do mercado. Vamos unir o melhor dos dois mundos”, comenta. Isso porque os estudantes e professores dessas áreas deverão participar do projeto aplicando o conhecimento em um laboratório real.

Além disso, a iniciativa oferecerá oportunidades para outras áreas de conhecimento. “Estamos abertos às possibilidades. É um laboratório do qual hoje conhecemos a antessala, mas pode ampliar muito mais seu escopo. Agregar, por exemplo, alunos de Arquitetura e Urbanismo, e do Direito, se formos abordar questões normativas”, acrescenta o professor.

O esforço parte das dificuldades encontradas no cenário atual dos postes no país, que estão sobrecarregados com cabos da rede elétrica e de telecomunicações. Além disso, cabos clandestinos e cabos que não são mais utilizados e não foram desinstalados ocupam espaço que poderia ser utilizado para atender novas demandas. De acordo com o Presidente Executivo da TelComp, Luiz Henrique da Silva, dos 46 milhões de postes do país, aproximadamente 10 milhões estão acima de sua capacidade. O que significa um em cada cinco postes.

“Existe um trabalho hoje sendo discutido entre a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), para criar uma agenda para reordenar os postes. Um tema que também precisa ser revisitado é a normal da ABNT que trata do uso do poste. A norma antiga foi atualizada só em 2005 e de lá a demanda cresceu muito”, comenta Luiz Henrique da Silva.

O laboratório será construído na Universidade em uma área próximo do CCHSA (Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas). Serão instalados 20 postes em um espaço de aproximadamente 600 metros, com toda estrutura que existe em uma via normal. Haverá também uma central de testes, com rede de telecomunicações, para que as equipes simulem várias possibilidades em um ambiente neutro.

Hoje, os postes instalados no país e no mundo oferecem seis pontos de ancoragem em um espaço de 50 centímetros. A meta seria, por exemplo, tentar ampliar esses pontos para dez, para também receber a estrutura 5G. Essas simulações serão realizadas com a ajuda de alunos e professores dos cursos da PUC-Campinas. O projeto deve ter início no primeiro semestre de 2023.

“Nós temos uma fase zero, que deve começar no início do ano, que é a implantação dos postes e da rede elétrica convencional. Depois vem a fase 1, com a implantação da estrutura de telecomunicações. A fase 2 acontece com a entrada da infraestrutura do 5G, viabilizando a instalação dos equipamentos de acesso dessa rede”, explica o professor Ralph Robert Heinrich.

Em janeiro, uma reunião deve estabelecer detalhes da implantação e a maneira de participação dos estudantes e professores. “Nós teremos uma reunião no início do ano. Com o projeto detalhado, quando vamos poder entender melhor como agregar o valor técnico-acadêmico ao projeto”, conclui o professor que coordena o projeto.

Para o Reitor da PUC-Campinas, trata-se de uma iniciativa que traduz muito dos objetivos da Universidade. “Inovação é uma das vocações da Universidade. Um projeto como esse vai ao encontro do que acreditamos ser fundamental para a formação do estudante. Alia conhecimento da academia com a perspectiva de aplicação no mundo do trabalho”, comentou o Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior.



Carlos Giacomeli
15 de dezembro de 2022