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Projeto de estudante da Engenharia Elétrica auxilia crianças com mobilidade reduzida

Plataforma é mais barata que cadeiras motorizadas e tem formas diversificadas de comando

Um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da Engenharia Elétrica, que se transformou em projeto de Extensão da PUC-Campinas, criou um sistema de motorização de plataformas para auxiliar crianças com deficiência a se movimentar de forma autônoma, com formas variadas de comando e custo muito mais baixo que as cadeiras motorizadas. O trabalho do aluno Rafael da Silva Domingues “Plataforma para Treinamento de Mobilidade Adaptável e Tecnologias Assistivas” teve orientação do Prof. Dr. Amilton da Costa Lamas.

O modelo criado e apresentado para avaliadores do TCC foi uma plataforma de madeira sobre a qual a cadeira de rodas ou outro tipo de assento podem ser colocados, controlados por um teclado. Mas também há a possibilidade do projeto desenvolvido ser adaptado diretamente em diferentes cadeiras.

O objetivo do trabalho foi desenvolver uma plataforma que possibilitasse a movimentação de crianças com qualquer tipo de deficiência, de uma forma totalmente autônoma. Para isso, reuniu conhecimentos de mecânica, elétrica, computação e eletrônica para que o projeto fosse finalizado.

Rafael conta que o projeto foi estimulado pelo orientador Amilton e começou com outro estudante, Gustavo Ramos Zecchin. “Era um equipamento com um motor menos potente, mas que serviu de modelo para esse atual. E o Gustavo continuou no projeto desenvolvendo tecnologias de controle de movimentos”, disse. Também auxiliou no desenvolvimento do equipamento a estudante Giuliana Cavalcante Guidetti.

Foram desenvolvidas duas tecnologias para controle da plataforma. Primeiramente, um controle para facilitar o deslocamento, juntamente com a interação da criança com a plataforma, e um segundo comando interativo também adaptado, com indicador para cabeça, para que esse meio de locomoção alternativo incluísse também as crianças com deficiência ou carência motora nas mãos e braços.

O projeto tem em seu sistema quatro funções de movimentação (frente, ré, direita e esquerda), além de um sistema adaptado e facilitado para a interação entre os comandos.

O orientador Amilton diz que há três principais vantagens no projeto. O primeiro é o custo da plataforma, que custou em materiais, equipamentos e tecnologias empregadas, sem contar a mão de obra, cerca de R$ 1 mil. Uma cadeira de rodas motorizada custa cerca de R$ 5 mil.

A segunda vantagem é que pode ser adaptada a qualquer tipo de cadeira, inclusive cadeiras de bebês. A terceira é que foi elaborado um manual que permitirá futuramente ao usuário construir a sua própria cadeira, montar a partir de kits e ter informações sobre a operação e manutenção do equipamento.

Outra diferença é que as cadeiras de rodas motorizadas disponíveis no mercado atual possuem somente uma única forma de interação para comandos de movimento, que é o joystick, que, por sua vez, torna-se inviável para crianças que possuem algum tipo de limitação dos membros superiores.

Para o desenvolvimento, o estudante contou com a cooperação de parceiros que auxiliaram no teste e desenvolvimento da plataforma. Foram elas a Clínica Therapies Reabilitação Intensiva e a Nossa Casa, uma ONG que presta serviços e reúne informações e tecnologias voltadas a crianças com paralisia cerebral.

O projeto foi apresentado no BTSym 2020 e também para o Mescla, espaço da PUC-Campinas que auxilia no desenvolvimento de projetos, aceleração de startups e aproximação entre empresas e pesquisadores da Universidade. O objetivo é continuar desenvolvendo a plataforma, com mais funcionalidades e materiais mais leves.

 



Marcelo Andriotti
11 de fevereiro de 2021