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Baixo investimento na Indústria é risco para crescimento da RMC

 Economista do Observatório PUC-Campinas aponta desafios para o novo Governo do Estado

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) apresentou, no 2º trimestre de 2018, um total de 19 investimentos, três a mais na comparação com o trimestre anterior. Apesar do aumento, o volume financeiro investido teve uma queda acentuada: foram R$ 165,15 milhões ante R$ 867,3 milhões gastos nos três primeiros meses do ano, marcando um decréscimo superior a 80%.

A análise do Observatório PUC-Campinas, pautada nos dados da “Pesquisa de Investimentos Anunciados”, do SEADE, indica que o resultado é reflexo da crise vivida pelo Brasil nas esferas social, política e econômica, além das próprias características dos investimentos realizados no período, que se concentraram em projetos de ampliação. No 1º trimestre, por outro lado, o montante foi destinado principalmente à implantação de novos negócios, que requerem um aporte financeiro mais expressivo.

Do total de investimentos confirmados, 8 foram realizados em Campinas, o que corresponde a 42,1%. Os demais se dividiram nos Municípios de Hortolândia (1), Nova Odessa (3), Paulínia (1), Santa Bárbara D’Oeste (4), Sumaré (1) e Valinhos (1). O setor de serviços representou, mais uma vez, aquele de maior participação, em especial os serviços de consumo.

Para o economista Cristiano Monteiro, um dos responsáveis pelo estudo, os números mostram o baixo investimento na indústria, situação prejudicial à recuperação econômica. “Esse setor figura como atividades estratégicas ao desenvolvimento de regiões metropolitanas e do país. Com isso, emerge o desafio de como recuperar a dinâmica industrial na RMC”, destacou.

Desafios ao novo Governo do Estado de São Paulo

 Considerada como um motor para o crescimento, sobretudo pela alta capacidade produtiva e geração de empregos – o que aumenta a renda das famílias –, a recuperação econômica deve entrar na pauta do novo Governo do Estado.

Segundo Monteiro, qualquer preocupação política com o crescimento econômico deve passar pelo investimento, em particular o da Indústria e o de Serviços com maior valor agregado, que estão voltados à pesquisa e desenvolvimento, design de produtos e, também, tecnologias da informação e da comunicação.

“É necessário criar políticas de ciência e tecnologia que possibilitem a criação de investimentos nos diversos setores de produção da RMC. No tocante à indústria, é preciso criar medidas que incentivem a densidade industrial, isto é, a relação entre os serviços de ciência e tecnologia e a indústria”, enfatizou o docente.

Observatório PUC-Campinas

O Observatório PUC-Campinas é responsável pelo monitoramento de dados socioeconômicos da Região Metropolitana de Campinas (RMC) e está, atualmente, amparado em quatro eixos temáticos: Atividade Econômica/Comércio Internacional; Emprego/Renda; Sustentabilidade/ Desafios do Milênio; e Indicadores Sociais. Os estudos se estruturam na seleção de indicadores e análise sistêmica de dados que podem ser usados em diversos setores da sociedade.



Vinícius Purgato
16 de outubro de 2018