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Venda de automóveis da RMC para o exterior tem queda de 49%

É a primeira queda nas exportações de veículos desde julho de 2020. Resultado preocupa, porque setor automobilístico emprega cerca de 14% da mão de obra na região

A venda de automóveis para o exterior pelas indústrias da Região Metropolitana de Campinas (RMC) caiu 49% em julho, comparando-se ao mesmo período de 2020. De acordo com estudo do Observatório PUC-Campinas, essa é a primeira queda na exportação de veículos dos últimos 12 meses. Em números absolutos, foram exportados US$ 15,6 milhões em julho de 2020, e US$ 7,98 milhões em julho de 2021.

Mesmo com a redução, as exportações de veículos continuam em alta de 98% no ano de 2021. Contudo, segundo o economista Paulo Oliveira, o resultado preocupa diante da importância do setor para a RMC. “Essa queda é um sinal de alerta, já que o setor automobilístico emprega cerca de 14% da mão de obra na região, respondendo por 19% da massa salarial”, afirma o professor, que atrela o desempenho à falta de semicondutores no mercado.

A diminuição das vendas de automóveis não impediu, no entanto, que as exportações da região fechassem novamente positivas em julho. Em relação a julho do ano passado, o aumento foi de 35,7%. Os principais produtos responsáveis pelo crescimento foram bombas e compressores de ar, máquinas para construção civil, medicamentos e polímeros. O volume exportado totalizou US$ 408,48 milhões.

As importações, por sua vez, movimentaram US$ 1,3 bilhão, superando o mês de julho de 2020 em 35%. As altas ocorreram, sobretudo, pelas compras externas de ácidos nucleicos e seus sais, compostos heterocíclicos, máquinas de escritório e circuitos eletrônicos integrados. O montante não foi maior devido à queda no volume importado de aparelhos telefônicos e agroquímicos.

Ao longo do ano, as importações atingiram a marca de US$ 8,2 bilhões, enquanto as exportações somaram US$ 2,5 bilhões. A diferença já rende à RMC um déficit comercial de US$ 5,7 bilhões, pouco abaixo do déficit estadual, de US$ 6,3 bilhões.

“Em suma, para além dos problemas estruturais do déficit comercial regional causados pela dependência da importação de insumos industriais externos, a conjuntura evidencia retomada da atividade do setor externo da RMC”, avalia Oliveira.

Observatório PUC-Campinas

O Observatório PUC-Campinas, lançado no dia 12 de junho de 2018, nasceu com o propósito de atender às três atividades-fim da Universidade: a pesquisa, por meio da coleta e sistematização de dados socioeconômicos da Região Metropolitana de Campinas; o ensino, impactado pelos resultados obtidos, que são transformados em conteúdo disciplinar; e a extensão, que divide o conhecimento com a comunidade.

A plataforma, de modo simplificado, se destina à divulgação de estudos temáticos regionais e promove a discussão sobre o desenvolvimento econômico e social da RMC.  As informações, que englobam indicadores sobre renda, trabalho, emprego, setores econômicos, educação, sustentabilidade e saúde, são de interesse da comunidade acadêmica, de gestores públicos e de todos os cidadãos.



Vinícius Purgato
20 de agosto de 2021