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Amanhã (24 de junho) é o Dia Internacional de Combate ao AVC; incidência da doença em jovens adultos chega a 30%

O Dia Internacional de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) é comemorado no mundo inteiro no dia 24 de junho. Conhecido popularmente como “derrame cerebral”, o AVC é a maior causa de mortalidade no Brasil e uma das principais causas de hospitalização e incapacidade. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, 87.338 indivíduos morreram de comprometimento vascular cerebral (a maioria “derrame”) em 2002, enquanto o infarto do miocárdio provocou 61.477 mortes. A análise também diz que os “derrames” são a principal causa de morte, responsáveis por cerca de 30% dos óbitos no país e, a cada três mortes por eventos vasculares, duas são por “derrame” cerebral e uma por infarto do miocárdio.

Segundo o professor da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas Mauro Augusto de Oliveira, é fundamental que a população se informe cada vez mais sobre o diagnóstico e, principalmente, sobre como prevenir a doença desde a juventude. Atitudes simples como parar de fumar; fazer atividades físicas diárias; controlar o peso; ter uma alimentação saudável a base de frutas e vegetais, com níveis de sal, gordura e açúcar controlados; consumir com moderação bebidas alcoólicas e fazer exames periódicos de controle da glicemia (diabético) e dos níveis de colesterol ajudam a reduzir em 50% o risco de AVC. “Nas próximas décadas, o derrame será um problema de saúde pública na América do Sul devido às mudanças de comportamento e ao aumento da expectativa de vida da população”, disse Oliveira.

Outro fator preponderante apontado pelo professor é a freqüência com que o derrame tem afetado adultos, tendo uma prevalência significativa em grupos etários jovens. A incidência da doença nesses indivíduos (adultos jovens) é diferente em todo o mundo, sendo que nos países europeus a proporção é de 5%, nos EUA de 8 a 10% e nos países subdesenvolvidos de 20 a 30% em pessoas com menos de 45 anos.

Para o professor, tão importante quanto a conscientização da prevenção da doença é o reconhecimento de uma vítima que está sofrendo um derrame. “Imagine o que acontece quando uma pessoa passa mal e refere ter a necessidade de ficar encostada na parede, que está com alterações na visão, que não consegue falar ou mexer seu braço direito. A idéia de que ela possa estar tendo um derrame nem sempre será tão imediata, há quem pense que isso possa ser só uma crise nervosa ou depressão. Sendo assim, o atendimento fica postergado, influenciando no sucesso do tratamento”, explica.

Estima-se que, no Brasil, a maioria dos indivíduos que sofrem “derrame” demora, em média, 12 horas para chegar ou que apenas 30% das vítimas são levadas ao hospital nas primeiras 6 horas, sendo que o ideal é que eles recebessem tratamento adequado até 3 horas após início do AVC. “O tempo entre o início do tratamento e o risco de seqüelas são diretamente proporcionais. Quanto mais cedo um paciente com AVC receber um tratamento, maior será sua possibilidade de evitar danos em longo prazo”.

Oliveira afirma que uma fatia importante da população (90%) e até mesmo da classe médica (50%) desconhece a existência de terapêutica para o problema.

Sobre AVC

O que é: Acidente Vascular Cerebral. Acomete uma das artérias que irrigam o cérebro, danificando a área por ela nutrida. Provocado por uma interrupção no suprimento de sangue ao cérebro e ocorre quando uma artéria que fornece sangue ao cérebro fica bloqueada (isquemia) ou se rompe (hemorragia). É a doença mais incapacitante, trazendo um impacto praticamente de todas as funções humanas, habilidade motora fina e grossa, marcha, atividades da vida diária, humor, linguagem, percepção e cognição. Cerca de 70% dos sobreviventes de AVC apresentam algum prejuízo funcional em relação à sua vida; comprometendo a vida produtiva dos pacientes.

Sintomas: Perda da força, sensação de formigamento e sensibilidade dos membros em um dos lados do corpo, alterações da fala com dificuldade na elaboração de frases ou articulação de palavras, dor de cabeça forte e súbita, boca torta, tontura e dificuldade para caminhar sem motivo aparente, perda súbita da visão de um olho ou alterações do campo visual, instabilidade e desequilíbrio associado a náuseas ou vômitos.

Prevenção: Controlar com rigor a pressão arterial e o diabetes, deixar de fumar, realizar atividade física, controlar o peso (ter uma alimentação saudável a base de frutas e vegetais, com níveis de sal, gordura e açúcar controlados), consumir com moderação bebidas alcoólicas. Se a pessoa tem alguma doença cardíaca, deve procurar um médico que irá orientá-la quanto aos tratamentos preventivos adequados para seu caso. Além disso, se ocorrer algum sintoma que possa sugerir AVC, mesmo que transitório, é fundamental procurar atendimento médico imediatamente para, se necessário, controlar a doença e prevenir complicações. Mulheres acima de 30 anos, fumantes que tomam anticoncepcionais e têm enxaqueca, também correm risco de doenças da circulação.



Portal Puc-Campinas
23 de junho de 2008