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Estudos de alunas em áreas dos campi ajudam a prevenir acidentes com árvores e a elaborar estratégias de manejo

Poda inadequada, doenças, insetos, pragas e plantas parasitas podem causar problemas

A queda de árvores em áreas urbanas é um problema que gera preocupação principalmente na época de verão, com a ocorrência de chuvas intensas acompanhadas de ventos fortes. Trabalhos de Conclusão de Curso desenvolvidos por estudantes de Biologia da PUC-Campinas, orientados pela Profa. Dra. Rita de Cássia Violin Pietrobom, avaliaram árvores nos campi da PUC-Campinas, principalmente em áreas de estacionamento e de grande fluxo de veículos. O levantamento ajuda no trabalho de manutenção e prevenção de acidentes.

Várias características foram avaliadas, como copa, tronco, raízes, incidência de pragas, estabilidade e outras características que podem indicar riscos. Para isso, as alunas fizeram fotos e avaliações de cada árvore catalogada, indicando também qual o grau de risco e as medidas necessárias para evitar problemas.

As avaliações começaram em 2016 no Campus II, em um trabalho realizado pela estudante Giovana Maria Betim. Ela fez um diagnóstico de árvores existentes no estacionamento do campus.

Em 2019, foram realizados outros dois trabalhos, desta vez em avenidas do Campus I, pelas alunas Gabriela Ninin de Carvalho Barros e Anita do Nascimento. Além de catalogarem as árvores, elas foram marcadas em imagens aéreas do Google.

A partir de todos os dados coletados pelas alunas em seus trabalhos, foram elaboradas estratégias de manejo, além de avaliações e sugestões para melhorar a arborização local.

Poda

A professora Rita Pietrobom, que orientou os estudos, é especializada em arborização urbana e aponta alguns dos problemas recorrentes detectados em estudos realizados por ela e por alunos da Universidade.

Além de fungos, cupins e outras doenças ou pragas que podem afetar a saúde das plantas, a poda feita de forma incorreta é uma das causas de quedas e acidentes com árvores. “Muitas vezes a poda é feita de forma inadequada, deixando a árvore sem estabilidade e mais propícia a quedas neste período de chuvas”, diz.

Outro problema comum em áreas de estacionamento ou de grande movimento de veículos, como as estudadas pelas alunas, são as avarias causadas por choques de veículos ou por equipamentos usados para roçar ou limpar o entorno das árvores.

Outra situação que pode fragilizar as árvores é o aparecimento de plantas parasitas, que se instalam e afetam as hospedeiras, podendo até matá-las.

Diversidade

A professora Rita também alerta para a necessidade de manter uma diversidade de espécies como forma de garantir a manutenção da arborização urbana. “Muitas vezes se vê apenas uma espécie plantada em determinadas regiões da cidade ou em bairros. Caso surja uma doença que afete especificamente aquela espécie, há o risco de toda a área perder suas árvores”, disse.

Outra vantagem é que os diferentes tipos podem ser plantados de acordo com suas características, de forma a não causar problemas no entorno, como afetar calçamentos ou fiação elétrica. “Se a árvore tem que sofrer podas para não afetar a fiação, é porque ela não é de uma espécie adequada para o local em que foi plantada”, diz.

Por isso, estudos de arborização urbana são importantes para evitar prejuízos e acidentes, mantendo todas as vantagens que ela proporciona. “As árvores podem diminuir em até 8 graus a temperatura da região onde estão, além de diminuir a poluição sonora, absorver poluentes e evitar deslizamentos. Mas o plantio tem que ser bem planejado e o manejo adequado”, diz a professora.



Marcelo Andriotti
19 de fevereiro de 2020