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Estudantes da PUC-Campinas realizam visita técnica às instalações da Cinemateca Brasileira

Durante a ação, eles assistiram ao documentário “Bruscky: Um Autorretrato”, de Eryk Rocha

Os estudantes dos cursos de Cinema e Audiovisual e Artes Visuais da PUC-Campinas realizaram uma visita técnica à Cinemateca Brasileira, em São Paulo, no último dia 10 de abril, com o intuito de conhecerem o Festival Internacional É Tudo Verdade e participarem da sessão do documentário “Bruscky: Um Autorretrato”, dirigido por Eryk Rocha, que fez a sua estreia durante o evento, ocorrido entre os últimos dias 3 e 13 de abril, e que é voltado, exclusivamente, à exibição e premiação de obras do gênero de todo o mundo, sendo o maior de toda a América Latina.

Da esquerda para a direita, a assistente de produção Gabriela Diofer; a diretora de produção Margarida Serrano; o artista multimídia Paulo Bruscky, protagonista do documentário; o diretor e roteirista Eryk Rocha; e o roteirista, montador e finalizador Caio Lazaneo, coordenador do curso de Cinema e Audiovisual da PUC-Campinas.

A obra cinematográfica, que foi agraciada com dois prêmios (de melhor montagem para longas-metragens brasileiros, conferido pela Edt. – Associação dos Profissionais de Edição Audiovisual, e de melhor pesquisa em documentário, conferido pela ABPA – Associação Brasileira de Preservação Audiovisual), contou com a expressiva participação do Prof. Dr. Caio Lazaneo, docente e coordenador do curso de Cinema e Audiovisual. Ele foi responsável pela montagem, roteiro, colorização e finalização do filme.

O documentário retrata o pernambucano Paulo Bruscky, um dos maiores artistas brasileiros, pioneiro de diversas manifestações que envolvem arte, tecnologia e comunicação no país, como a mail art (do inglês, arte postal – uma forma de arte que utiliza o correio como meio de comunicação e expressão artística, trocando mensagens e objetos criativos) e o xerofilme (tipo de filme experimental que utiliza imagens produzidas por fotocopiadoras para criar animações e sequências cinematográficas).

Ao longo da obra, que passa pelas reminiscências da ditadura e pelos seus trabalhos artísticos, Paulo é apresentado caminhando pela cidade e exercitando o seu olhar libertário e experimentador sobre o mundo, com toda a sua profundidade, singularidade, riqueza e relevância.

Estudantes de Cinema e Audiovisual e Artes Visuais da PUC-Campinas conversam com o artista multimídia Paulo Bruscky durante a visita realizada à Cinemateca Brasileira, em São Paulo.

Sobre a visita
Para o professor Caio, que trabalha na área cinematográfica desde 2008 com projetos de produção, direção e montagem cinematográfica de longas e curtas-metragens, videoclipes e outros projetos audiovisuais, a visita à Cinemateca Brasileira, realizada por 33 estudantes (acompanhados por dois professores da Universidade, Dr. Caue Fernandes Nunes e Dr. André Luiz Olzon Vasconcelos) foi uma oportunidade ímpar para os alunos e alunas de ambos os cursos, mas, em especial, para os de Cinema e Audiovisual, uma vez que, segundo ele, o “É Tudo Verdade” é “um festival muito importante” e porque a exibição do documentário aconteceu na Cinemateca Brasileira, que pode ser considerada “um grande templo do cinema brasileiro”.

“Para os estudantes de Artes Visuais, o grande ganho está na relação intrínseca do curso com a obra de Paulo Bruscky, que é um dos mais importantes artistas contemporâneos brasileiros, com obras em muitos prestigiados museus e galerias pelo mundo afora”, esclarece o coordenador. Após a exibição do filme, os alunos e alunas puderam conversar com o diretor Eryk Rocha e diversos outros membros da equipe de produção da obra, bem como com o artista homenageado.

O documentário “Bruscky: Um Autorretrato”, dirigido por Eryk Rocha, que fez a sua estreia durante o Festival Internacional É Tudo Verdade, foi agraciado com dois prêmios: de melhor montagem para longas-metragens brasileiros e de melhor pesquisa em documentário.

“Eu acredito que esse tipo de visita é fundamental, porque ela amplia o nosso espaço de atuação enquanto curso, não ficando só restrito à sala de aula e às práticas acadêmicas dentro do campus, dando a oportunidade de que os estudantes possam circular, conhecer e participar efetivamente de um festival que é um marco no calendário anual, não só nacional, mas latino-americano e mundial, pois é um evento bastante aguardado, com uma curadoria muito importante, então, com toda certeza, essa visita os coloca em contato direto com a prática da profissão, o que é fundamental para a carreira de quem quer seguir o cinema e o audiovisual”, explica o professor.

Relação íntima com o cinema
Desde 2014 lecionando em inúmeros cursos superiores de Cinema e Audiovisual (e desde 2021, trabalhando como coordenador), Caio assumiu a coordenação do curso da PUC-Campinas em fevereiro deste ano com a sua abertura, a fim de pensar a sua gestão. Ele comenta que “essa relação mais íntima com uma produção cinematográfica foi algo que eu sempre julguei muito importante e que tem de estar em um espaço acadêmico, de efetiva produção de conhecimento, pois a teoria é fundamental, mas a prática também o é. Por isso mesmo, estamos sempre tentando oportunizar aos alunos e alunas a possibilidade de expandir a sua experiência e conhecimento para além dos muros da universidade, a fim de que eles e elas possam conhecer como funcionam os trabalhos cinematográficos e como participar de eventos e produções que estão diretamente relacionados à sua área de estudo e à carreira que eles escolheram”.

A Cinemateca Brasileira possui o maior acervo de filmes da América do Sul. Seu objetivo maior é estimular o estudo, a defesa, a preservação, a divulgação e o desenvolvimento da cultura cinematográfica.

Onde o documentário ganha vida
Caio diz ainda que é, principalmente, na montagem que um documentário ganha vida, “onde ele propriamente acontece, porque, geralmente são muitas horas de captação. É muito comum que o material bruto de um documentário seja muito maior do que o de um filme ficcional, onde o roteiro é muito mais bem definido. O documentário trabalha sempre com um campo muito amplo de possibilidades, então, foi ótimo ter sido reconhecido pela realização do roteiro e montagem dessa grande obra porque são duas áreas em que, como eu disse, ele ganha vida, ganha potência”.

“Bruscky: Um Autorretrato” gerou 137 horas de material e, após a edição, o trabalho final ficou com 94 minutos. Segundo o coordenador, isso se deu tanto pela generosidade do diretor Eryk Rocha quanto pela do artista multimídia Paulo Bruscky. “Na verdade, o documentário representa um encontro entre dois grandes artistas, que são muito generosos e afetivos em suas criações, o que se mostrou um encontro muito fértil e que foi materializado nesse filme. Durante a edição, foi preciso ter muita paciência para que fosse possível descobrir a poética do filme, pois surgiram muitos caminhos possíveis. Ao final, o que foi privilegiado foi a construção de uma linguagem muito própria, muito inerente ao universo artístico de Paulo Bruscky, então, eu acho que nós conseguimos um êxito muito interessante nesse sentido, de que o filme representasse uma criação poética muito próxima do que é a cabeça, a genialidade criativa deste grande artista brasileiro”, encerra.



Daniel Bertagnoli
28 de abril de 2025