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Criado para analisar indicadores socioeconômicos da RMC, Observatório PUC-Campinas completa um ano

Estudos auxiliam formulação de políticas públicas e desenvolvimento regional

O Observatório PUC-Campinas, espaço extensionista responsável pela sistematização, análise e compartilhamento de dados socioeconômicos da Região Metropolitana de Campinas (RMC), completa um ano nesta quarta-feira, 12 de junho. Os principais resultados do período serão apresentados em uma publicação institucional, prevista para o fim do mês.

O material, organizado por docentes extensionistas junto à Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários – órgão ao qual o Observatório está vinculado –, reunirá as produções anuais desenvolvidas em quatro eixos temáticos: Desenvolvimento Social, Educação e Saúde; Inovação e Sustentabilidade; Produção e Comércio; e Trabalho, Renda e Emprego.

Os relatórios, gerados da leitura e sistematização dos microdados cedidos pelas organizações públicas, referências na coleta de dados estatísticos no Brasil – como IBGE, CAGED, AGEMCAMP, INEP, entre outras –, resultaram em análises que retratam a realidade regional e contribuem à elaboração de políticas públicas e ao desenvolvimento de planos para a melhoria da sociedade.

Entre inúmeros aspectos, tornou-se possível compreender certas características das 20 cidades que compõem a RMC, tais quais: a elevada taxa da população idosa; o panorama das mulheres no mercado de trabalho; a perda do dinamismo das atividades industriais; bem como a condição estrutural de déficit comercial na região.

“O conhecimento sistematizado e gerado pelo Observatório PUC-Campinas pode ser utilizado a favor do desenvolvimento regional, constituindo indicadores para nortear planos e projetos que ajudem a observar, corrigir ou reforçar tendências, contribuindo para a comunidade equacionar problemas e desenvolver soluções”, enfatizou a Profa. Dra. Teresinha Cristiane de Morais, que coordena o projeto na Universidade.

“Esses indicadores permitem uma leitura da realidade da RMC sob muitos aspectos, sendo uma importante contribuição da Universidade para os órgãos de opinião pública, prefeituras e outras entidades governamentais, que podem aproveitar essas informações para apresentar as ações necessárias”, acrescentou o Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, Prof. Dr. Rogério Eduardo Rodrigues Bazi.

Até o fim deste semestre, além dos informativos mensais que traduzem a situação do emprego e da balança comercial na região, outros estudos temáticos referentes ao panorama econômico, ao volume de exportadores e importadores e às oportunidades para a Economia do Turismo na RMC serão divulgados. Todas as análises podem ser obtidas na Página do Observatório.

Conheça os temas abordados e os professores extensionistas

Desenvolvimento Social, Educação e Saúde

Os estudos elaborados nesta temática, de responsabilidade do economista Cristiano Monteiro, geraram, durante o período de atuação do Observatório PUC-Campinas, uma série de indicativos acerca do desenvolvimento social da população idosa na Região Metropolitana de Campinas, da vulnerabilidade social dos jovens, além dos panoramas de investimento e da educação básica na RMC.

Entre os resultados, o docente extensionista verificou o crescimento significativo do número de pessoas com 60 anos ou mais na região – exigindo a formulação de políticas sociais para atender essa população –; o número elevado de jovens da região fora do ambiente escolar; a redução da empregabilidade de jovens na Indústria etc.

Inovação e Sustentabilidade

Produzidos pelo economista Izaías de Carvalho Borges, os estudos desta temática visam analisar o alcance das metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio na Região Metropolitana de Campinas, que dizem respeito ao combate à pobreza, à promoção do crescimento econômico, e também às questões ambientais, como mudanças climáticas, preservação da biodiversidade e proteção ambiental.

Produção e Comércio

Responsável por este eixo temático, o economista Paulo Oliveira apresentou estudos mensais, desde junho de 2018, sobre a balança comercial na Região Metropolitana de Campinas (RMC), indicando as características específicas nas pautas de exportação e importação, tais como os principais produtos comercializados, o grau de complexidade na fabricação das mercadorias, o volume transacionado em cada município da região, entre outras.

Observou-se a manutenção do déficit estrutural na RMC, com queda de 23% nas exportações e aumento de 14% nas importações entre 2008 e 2018. Em relação à pauta de exportações, que é tipicamente industrial, percebeu-se o crescimento de alguns setores relativamente complexos do ponto de vista tecnológico: medicamentos, polímeros e máquinas para a construção civil.

Trabalho e Renda

Orientada pelos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), vinculados ao Ministério da Economia, a economista Eliane Rosandiski acompanhou o comportamento da geração de novos empregos na Região Metropolitana de Campinas nas perspectivas de gênero, faixa etária e nível de instrução.

Entre os resultados obtidos, observaram-se queda na oferta de vagas no Setor Industrial e geração concentrada nas atividades de Serviços; mercado favorável à contratação de mulheres e jovens entre 18 e 24 anos; tendência de remuneração menor ao público feminino (em média 20% inferior em relação aos homens) etc.

Foto capa: Flávia B. Fiorini/Embrapa



Vinícius Purgato
12 de junho de 2019