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Com baixo crescimento de casos e menor número de mortes, RMC respira na luta contra o coronavírus 

Contudo, dados ainda não indicam estabilização da pandemia na região; especialistas do Observatório PUC-Campinas recomendam atenção às medidas de prevenção 

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) encerrou a 27ª Semana Epidemiológica, computada de 28 de junho a 4 de julho, com baixo crescimento de casos e menor número de óbitos por coronavírus. Em relação à semana passada, houve aumento de 2,47% em novos contágios, e redução de 2,3% em novas mortes. É o que mostra a nota técnica do Observatório PUC-Campinas. 

Apesar da trégua, o Departamento Regional de Saúde de Campinas, que integra 42 cidades, ultrapassou a Baixada Santista em número de casos e mortes, passando a ocupar a segunda posição no Estado de São Paulo. Por esse e outros motivos, os especialistas responsáveis pela análise afirmam que não é momento de relaxamento no combate à doença. 

“Os casos seguem crescendo na região, mas, aparentemente, em ritmo mais lento. É preciso observar o comportamento das curvas nas próximas semanas para ver se estamos, de fato, entrando em uma fase de estabilização da pandemia ou se trata de uma variação pontual. É importante, portanto, que continuemos com máxima atenção às medidas para a prevenção da infecção, principalmente o distanciamento social”, diz o Dr. André Giglio Bueno, docente de Medicina da PUC-Campinas. 

De acordo com o infectologista, há estudos em andamento no Brasil que demonstram baixo percentual de anticorpos contra a covid-19 em indivíduos residentes na RMC. Em Campinas, que apresentou decrescimento de 5% em novos casos e de 11% nas mortes na 27ª Semana Epidemiológica, estima-se que apenas 1,8% da população tenha tido contato com o vírus. 

“Há estimativas que sugerem a necessidade de que cerca de 60% da população deva estar imune ao vírus para que possamos desfrutar da imunidade de rebanho e caminhar ao fim da pandemia. Segundo esse estudo do Centro de Pesquisas Epidemiológicas da UFPEL, estamos bem distantes desse número na nossa região”, acrescenta Bueno. 

Coordenador da análise do Observatório, o economista Paulo Oliveira, embora reconheça o forte impacto do coronavírus à economia regional e nacional, que vem apresentando queda da atividade industrial, das importações e importações, e nos postos de trabalho, avalia que a reversão das iniciativas de flexibilização na RMCimpedindo a continuidade das atividades no comércio, tenha sido importante para a desaceleração das taxas de casos e mortes. 

“Infelizmente, os casos cresceram drasticamente após a reabertura do comércio, tornando necessária a reversão das ações de retomada. Para promover o retorno seguro às atividades econômicas, evitando também sobrecarregar o sistema de saúde, é necessária a articulação entre as prefeituras que compõem os polos econômicos regionais, de modo a conter o fluxo de pessoas que se deslocam entre os municípios e a disseminação do vírus”, conclui Paulo. 

Observatório PUC-Campinas 

O Observatório PUC-Campinas, lançado no dia 12 de junho de 2018, nasceu com o propósito de atender às três atividades-fim da Universidade: a pesquisa, por meio da coleta e sistematização de dados socioeconômicos da Região Metropolitana de Campinas; o ensino, impactado pelos resultados obtidos, que são transformados em conteúdo disciplinar; e a extensão, que divide o conhecimento com a comunidade. 

A plataforma, de modo simplificado, se destina à divulgação de estudos temáticos regionais e promove a discussão sobre o desenvolvimento econômico e social da RMC.  As informações, que englobam indicadores sobre renda, trabalho, emprego, setores econômicos, educação, sustentabilidade e saúde, são de interesse da comunidade acadêmica, de gestores públicos e de todos os cidadãos. 

 Foto: Prefeitura Municipal de Campinas



Avelino Souza
7 de julho de 2020