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Em cerimônia inovadora, PUC-Campinas celebra Cultura da Paz e certifica novos facilitadores em Práticas Restaurativas

Capacitação enfatiza a escuta qualificada e diálogo respeitoso para a resolução de conflitos

A PUC-Campinas reafirmou e ampliou seu compromisso com a construção de um ambiente mais dialógico e humano nesta quinta-feira (04), em um evento que trocou a formalidade dos discursos pela potência da vivência. Em uma cerimônia marcante, a primeira turma de Facilitadores de Círculos de Construção de Paz foi certificada consolidando a Justiça Restaurativa como um pilar fundamental para a gestão da convivência na comunidade acadêmica e fortalecendo um debate que já vem sendo realizado em diversos outros programas e espaços de diálogo na Instituição.

O encontro, realizado no Espaço Tamurá, foi em si uma aula magna sobre o tema. A cerimônia aconteceu no formato de um autêntico Círculo de Construção de Paz, conduzido pelos próprios formandos. Representantes da Universidade, como docentes e gestores, além de convidados externos, participaram como observadores autorizados, testemunhando em tempo real a metodologia que agora passa a integrar a vida institucional de forma ainda mais robusta. Com seus rituais e intencionalidade, o círculo demonstrou na prática como a escuta qualificada e o diálogo respeitoso podem transformar tensões em oportunidades de aprendizado.

Para a Profa. Dra. Cyntia Belgini Andretta, Pró-Reitora de Graduação, a iniciativa tem um impacto direto na formação dos estudantes. É algo inovador, uma metodologia que vem se consolidando cada vez mais. Estando em sociedade, os conflitos existem, e agora temos uma metodologia para trabalhar com eles. A Justiça Restaurativa nos traz isso e, dentro dela, a formação desses professores e pessoas que vão trabalhar com os Círculos de Construção de Paz é um método aprofundado e muito interessante para, de fato, trazer conciliações e a resolução de conflitos”, afirmou.

A certificação representou um gesto simbólico e político, afirmando a disponibilidade da Instituição em cuidar de suas relações e construir uma cultura universitária mais justa e colaborativa, em sintonia com os princípios da Comunicação Não Violenta. Segundo o Prof. Dr. Everton Silveira, responsável pelo PDHI:LA, a ação é um divisor de águas. “É uma atitude altamente disruptiva. Estamos montando uma nova estrutura na Universidade para tratar de conflitos, utilizando-os como uma iniciativa para recompor as relações de uma maneira muito mais humanizante, a partir de valores. É tratar o conflito de forma muito diferente do que a sociedade hoje vem fazendo, com aquela ideia de um revide permanente, o que gera a violência. A Justiça Restaurativa tem outra perspectiva, de que por meio da escuta responsável e empática, ao receber uma agressão tentamos entender o significado daquilo. A proposta é mostrar outra face, e sem que isso traga um pesar; ao contrário, é poder sentir que na relação com o outro é que se encontra a nossa própria paz”, destacou.

A Profa. Dra. Elisângela Rodrigues de Ávila, docente do Curso de Direito, compartilha da mesma expectativa. Acho que é um impacto que vai trazer muita mudança para a Universidade em termos de filosofia, na forma de resolver eventuais conflitos de maneira mais humanizada. Vejo com bons olhos e com muita expectativa essa transformação do olhar da Universidade para a importância que a Justiça Restaurativa tem”, disse.

O Prof. Me. José Donizeti de Souza, coordenador do Centro de Atendimento à Comunidade Interna (CACI), vê a iniciativa como um avanço qualitativo. “O fato de termos um espaço que atende adequadamente as pessoas e consegue ouvir todos os envolvidos – vítimas, agressores e a ‘plateia’, que também é contaminada – é um salto de qualidade. Um espaço educativo como este não vê a punição como o mais importante, mas sim o processo de mudança de atitudes a partir do repensar de cada um. Definitivamente, estamos criando um espaço que vai deflagrar na Universidade uma mudança de cultura, que muitas vezes se contenta com a repressão e muito pouco com a mudança educacional das pessoas. O ganho é esse.”

O Juiz Federal, Dr. Fernão Pompeu de Camargo, também esteve presente acompanhando a atividade e, ao final, parabenizou a PUC-Campinas pela iniciativa e pela qualidade da capacitação oferecida aos facilitadores, demonstrando que o curso teve qualidade ímpar relativa ao tema da Construção do Círculo de Paz. A entrega simbólica dos certificados ao final do círculo, celebrou o compromisso que cada facilitador assume a partir de agora perante a Comunidade. O evento, que dá sequência e profundidade a iniciativas como o bem-sucedido Seminário Internacional “Círculos Dialógicos”, reafirma a missão da PUC-Campinas de ir além da formação profissional, cultivando um ambiente que valoriza a dignidade humana e a cultura do encontro.



Gabriela Ferraz
5 de dezembro de 2025