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PUC-Campinas promove debate sobre 11 de Setembro com mediação de Pedro Bial

Participam Simone Duarte, ex-chefe da Globo em NY, e Baker Atyani, que entrevistou Bin Laden antes dos ataques

A PUC-Campinas realiza na manhã de 6 de março o evento “O 11 de setembro que o mundo não viu”, com mediação de Pedro Bial e participação dos jornalistas Simone Duarte e Baker Atyani. Após o debate, haverá uma sessão de autógrafos do livro “O Vento Mudou de Direção”, escrito por Simone Duarte, ex-coordenadora do escritório da TV Globo em Nova York por 15 anos, inclusive no período dos ataques de 11 de Setembro, e que tem Baker Atyani, o último jornalista a entrevistar Osama Bin Laden antes dos ataques, como um de seus personagens.

O evento será aberto a estudantes e público externo, com inscrições antecipadas e limitadas, e será realizado no auditório principal do Campus I, das 10h às 11h30. O link de inscrição é o https://estude.puc-campinas.edu.br/debate-11-de-setembro

Em caso de lotação dos 390 assentos do auditório, haverá transmissão interna para outras salas de eventos da Universidade. Para a sessão de autógrafos na sequência do debate não há necessidade de agendamento.

O evento abordará o 11 de Setembro e suas consequências para a política internacional, a relação entre Ocidente e países árabes, coberturas jornalísticas de grandes eventos e as mudanças geradas pelas novas tecnologias.

“Um dos personagens do meu livro diz que os Estados Unidos tiveram um 11 de setembro, enquanto, para ele, o 11 de setembro dura até hoje. Os países de Oriente Médio e da Ásia Central ainda sentem as consequências do evento. Veja o que ocorre no Afeganistão, no Paquistão, no Iraque e na Síria, entre outros países. Por duas vezes os Estados Unidos foram para aquela região e depois abandonaram, primeiro no final da Guerra Fria e de novo agora. Foi isso que possibilitou primeiramente o surgimento do Talibã, Al-Qaeda e outros”, diz Simone, para explicar porque continua importante discutir o ocorrido ainda hoje.

Participantes

Simone Duarte vive em Lisboa desde 2008. Cobriu de Nova York os atentados de 11 de Setembro ao vivo pela TV Globo, onde trabalhou durante 15 anos. Em Portugal, foi diretora executiva do jornal Público. Atuou ainda na ONU, além de ter realizado o documentário “A caminho de Bagdá” (2004), e de ter sido a primeira jornalista brasileira a entrar na Coreia do Norte. Fez mestrado em relações internacionais pela New School, em Nova York, onde também lecionou, e recebeu a bolsa Eisenhower.

Baker Atyani é o jornalista jordaniano de origem palestina que entrevistou Osama bin Laden dois meses antes dos atentados de 11 de setembro. Foi neste encontro que o líder da Al-qaeda anunciou que preparava um grande ataque contra os EUA. Atyani, que era correspondente da Middle East Broadcasting Centre (MBC), maior rede de televisão do Oriente Médio na época, se especializou na cobertura de movimentos islâmicos radicais.

Em 2012, quando era correspondente do canal de TV Al Arabiya, foi sequestrado pelos separatistas fundamentalistas islâmicos do Abu Sayyaf. O grupo radical que atua no Sul das Filipinas é conhecido por decapitar seus reféns estrangeiros. Atyani ficou um ano e meio em cativeiro até conseguir escapar. Em 2013, depois da libertação, foi premiado pela ONU pelas suas contribuições no jornalismo e recebeu ainda os prêmios de coragem no jornalismo pelo canal MBC e pelo MCF em Beirute. Atualmente vive em Dubai onde é responsável da região da Ásia pela Arab News.

Pedro Bial é jornalista, escritor, cineasta, poeta e apresentador. Começou sua vida profissional como curtametragista. Como jornalista, teve atuação mais marcante como correspondente internacional, entre 1988 e 1996. Atualmente comanda o talk show “Conversa com Bial”. Atua principalmente na televisão, sendo conhecido por apresentar os programas Fantástico, Big Brother Brasil e Na Moral.

O livro

Simone diz que a ideia da obra “O Vento Mudou de Direção” foi buscar personagens desconhecidos, que tiveram diferentes histórias e suas vidas completamente mudadas pelo 11 de Setembro, mesmo vivendo fora dos Estados Unidos e sem estarem nos locais dos atentados quando eles ocorreram.

Baker foi um desses personagens e o encontro dele ocorreu por um acaso. “Estava em um workshop no Paquistão, indo para o local do evento em um ônibus quando começamos a conversar. Contei que era jornalista e que estava fazendo um livro sobre o 11 de setembro e queria entrevistar um jornalista que tinha feito a última entrevista com o Bin Laden. Aí ele disse que conhecia e poderia me ajudar, mas que ele também tinha realizado a última entrevista do Osama antes do 11 de Setembro, ocasião na qual contou que estava preparando um grande ataque aos Estados Unidos. E depois Baker me falou sobre o sequestro do qual ele foi vítima. Aí vi que ele é que era um dos protagonistas do meu livro”, disse.

Simone diz que, apesar de ter trabalhado muito tempo na área de audiovisual, tinha muita vontade de fazer um livro sobre o tema. “O texto é muito importante para mim e acredito que, se fosse fazer um documentário em vídeo, não teria obtido os relatos que consegui para o livro. Quando a câmera é ligada, as pessoas se transformam, acabam interpretando para a câmera e perdem a naturalidade, o que é natural. Outros protagonistas ainda correm risco de vida e não podiam ter suas imagens mostradas”, disse.

Apesar disso, ela não descarta a possibilidade de fazer uma série para a TV a partir de seu livro. Também diz que já fez outro documentário que é sobre consequências do 11 de Setembro. “Fiz um documentário sobre a morte do diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, ocorrida em um atentado contra a ONU em Bagdá. Isso teve relação direta com o tema”, disse.

Atualmente Simone vive em Portugal, onde foi trabalhou por oito anos no jornal Público cuidando da área digital e da internacionalização. Depois que deixou o jornal, continuou cuidando de um evento de vinhos feito pela empresa com O Globo, além de ser a responsável pelo plano de comunicação da Bienal de Artes Contemporâneas de Coimbra.

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Marcelo Andriotti
2 de março de 2023