
PUC-Campinas lança programa de atenção especial à saúde da população negra no Campus II
Durante o evento, a Universidade, a Prefeitura Municipal de Campinas e o Ministério Público Estadual formalizaram uma parceria para a sua implantação
A PUC-Campinas realizou, na última quarta-feira, dia 19 de março, no Auditório Monsenhor Salim, no Campus II, a apresentação do programa de extensão “A Cor da Desigualdade: Atenção Especial Integral à Saúde da População Negra”, que tem como foco a conscientização sobre as desigualdades no acesso e atendimento à saúde da população negra no Brasil. Durante o evento, a Universidade, a Prefeitura Municipal de Campinas e o Ministério Público Estadual formalizaram uma parceria para a sua implantação.
A iniciativa, que visa sensibilizar profissionais da saúde, estudantes e gestores para a importância de um atendimento igualitário, considerando fatores étnicos e sociais que impactam a saúde desse grupo, tem como objetivos: a sensibilização de profissionais da saúde e acadêmicos sobre as desigualdades no atendimento à população negra; a criação de um banco de dados qualitativo sobre a saúde das pessoas pertencentes a este conjunto de pessoas; a contribuição para o fomento de políticas públicas mais assertivas no que se refere à população da saúde da população negra; o desenvolvimento de materiais educativos, como cartilhas, livros e dramatizações; a promoção de educação sobre a temática para os profissionais de saúde, eventos e seminários sobre a temática; e a difusão de dados científicos de forma acessível ao grande público.
Estiveram presentes a celebração, representando a PUC-Campinas, o Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior, Reitor da Universidade; o Vice-Reitor Prof. Dr. Pe. José Benedito de Almeida David; o Prof. Dr. José Gonzaga Teixeira de Camargo, decano da Escola de Ciências da Vida (ECV); a Profa. Dra. Waleska Miguel Batista, coordenadora do Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros Dra. Nicéa Quintino Amauro (CEAAB); a Comendadora Edna Almeida Lourenço, presidente do Grupo Força da Raça e membra do CEAAB; o superintendente e diretor técnico do Hospital PUC-Campinas, Prof. Dr. Aguinaldo Pereira Catanoce; a diretora de Enfermagem do Hospital PUC-Campinas e diretora executiva da Sociedade Campineira de Educação e Instrução (SCEI), Sra. Ana Luiza Ferreira Meres; e a diretora de Enfermagem e Assistência do Hospital PUC-Campinas, Eliana Bergamin Vieira.
Além deles, compareceram ainda a coordenadora de Saúde do Adulto e do Idoso da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, representando o prefeito Dário Saadi, Camila Monteiro Gonçalves Dias Silva; o presidente da Câmara Municipal de Campinas, Luiz Carlos Rossini; a vereadora e membro da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal de Campinas, Paolla Miguel; a promotora de Justiça do Ministério Público Estadual (MPE), Cristiane Hilal; a Profa. Ma. Aparecida do Carmo Miranda Campos, assistente social do Hospital Dia (HD) do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que trata pacientes com HIV/Aids e outras doenças infectocontagiosas; e a coordenadora da Casa de Referência para Mulheres Laudelina de Campos Melo, Cleusa Aparecida Silva, que trabalha com a saúde da população negra.
Vivendo o espírito de uma universidade
De acordo com o Reitor da PUC-Campinas, Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior, o projeto vai ao encontro da missão da Universidade, que é, “a partir dos valores éticos cristãos, produzir conhecimento e disseminar, por meio do ensino, a perspectiva da construção de uma sociedade mais justa e fraterna, porém, o cumprimento desta missão se dá na medida em que a PUC-Campinas começa a viver plenamente o espírito do que deve ser uma universidade e eu penso que esse projeto permite que aconteça aquilo que está na natureza de uma instituição universitária, que é a interdisciplinaridade, ou seja, a conversa entre as diversas áreas de conhecimento, entre os diversos centros e entre os diversos projetos de nossa Instituição”.
O Reitor complementa explicando que “a proposta que hoje começa a ser implementada realiza aquilo que está previsto no conceito do que deve ser uma universidade, que é o envolvimento de suas atividades-fim, que são o Ensino, a Pesquisa e a Extensão, em um único programa e esse é o grande desafio a ser enfrentado, ou seja, não é simples o que o programa ‘A Cor da Desigualdade’ pretende realizar daqui em diante, que é levar a atenção integral à saúde da população negra com objetivos ousados e desafiadores, dentre os quais, implementar um atendimento digno a esse grupo de pessoas, tratando os diferentes como iguais; promover palestras sobre letramento racial para toda a comunidade acadêmica; estabelecer parcerias na formação antirracista para a rede municipal de saúde de Campinas; e preparar as barreiras que impedem a difusão do conhecimento científico e tecnológico nessa área. Isso não é simples, uma vez que nós sabemos da forte presença do racismo estrutural em nossa sociedade, o que coloca grandes obstáculos para a realização desse projeto que hoje estamos levando adiante neste emblemático mês de março, em que é celebrado, no dia 21, o Dia Internacional da Luta contra a Discriminação Racial”.
“Há uma reflexão do Papa Francisco sobre o racismo em que ele diz que este é um vírus que se transforma facilmente e, em vez de desaparecer, se esconde, mas está sempre à espreita, pronto para atacar, então, o que o programa ‘A Cor da Desigualdade’ seja capaz de jogar luz sobre essa chaga social e que, juntos, possamos contribuir para a construção de um sistema de saúde verdadeiramente equitativo”, completa o professor Germano.
Conhecer, combater e divulgar
Para o decano da Escola de Ciências da Vida (ECV) da PUC-Campinas, Prof. Dr. José Gonzaga Teixeira de Camargo, a implantação do projeto é importante porque, “lamentavelmente, até hoje, a gente não conseguiu minimizar as particularidades e diferenças que existem entre as pessoas e o ‘A Cor da Desigualdade’ visa, primeiramente, conhecer; depois, combater; e, por fim, divulgar, pois é importante que esse conhecimento saia dos muros da Universidade e, de uma forma mais clara, consiga atingir os corações das pessoas e as próprias pessoas, porque o autocuidado também faz parte desse projeto”.
De acordo com o relatório de implantação do ‘A Cor da Desigualdade’, doenças como a anemia falciforme, por exemplo, são mais prevalentes na população negra, assim como a hipertensão arterial (pressão alta) que, além de mais frequente, inicia-se mais precocemente e apresenta evolução mais grave neste grupo de pessoas. Além destas duas enfermidades, são mais graves entre a população negra, o glaucoma, o diabetes tipo 2 (9% mais comum entre os homens negros em relação aos brancos e 50% mais comum entre as mulheres negras em relação às brancas), os miomas (três vezes mais comum entre as mulheres negras em relação às brancas), as doenças do trabalho, infecciosas e sexualmente transmissíveis, bem como os diversos tipos de câncer. Além disso, é preciso considerar a maior incidência de violência obstétrica, mortes violentas, mortalidade materna e mortalidade infantil entre os negros em relação aos brancos.
“A PUC-Campinas foi fundada com intuito de propagar o conhecimento aliado à fé e nós temos de ter fé nos nossos projetos e é nossa função, como parte da sociedade, trazer conosco a nossa identidade católica, trabalhar para resolver problemas como a falta de conscientização sobre as desigualdades no acesso e atendimento à saúde da população negra no Brasil e saber que o conhecimento gerado aqui não vai ficar aqui. Ele vai se espalhar e atingirá a toda a nossa sociedade com o intuito de melhorá-la, em especial, através da realização de convênios com os órgãos públicos e com vários segmentos da sociedade civil”, comenta o decano.
Discutindo a saúde da população negra
A Profa. Dra. Waleska Miguel Batista, coordenadora do Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (CEAAB) ressalta que a saúde da população negra tem de ser discutida, uma vez que, por muito tempo, ela foi deixada de lado, sem a devida atenção no atendimento, especialmente no que se refere ao cuidado.
Ela lembra que existe o estereótipo de que “as pessoas negras são fortes e saudáveis, então, ter este olhar específico para a saúde da população negra é combater o racismo institucional e a naturalização deste estereótipo que impede um tratamento adequado e um acompanhamento à saúde deste grupo populacional, que conta com diversas especificidades, como, por exemplo, a questão da anemia falciforme e da alta pressão arterial e muitas pessoas acabam sequer sendo diagnosticadas”.
No dia 30 de outubro do ano passado, a PUC-Campinas passou a fazer parte da Iniciativa de Impacto Acadêmico das Nações Unidas (UNAI), que reúne universidades do mundo todo e que trabalha com inúmeros objetivos de desenvolvimento sustentável. A coordenadora do CEAAB explica que a realização deste projeto se encaixa no objetivo de nº 18, que é a igualdade étnico-racial, mas lembra que o desenvolvimento sustentável pressupõe as questões ambiental, social e econômica e que não há como não relacionar este objetivo com outros dois, que são a redução das desigualdades e a universalidade da saúde e do bem-estar.
“’A Cor da Desigualdade’ é um projeto alicerçado na busca do combate à toda forma de discriminação e de violação e é preciso sempre pensar que a igualdade é o nosso patamar de equilíbrio social, crescimento e desenvolvimento, então a PUC-Campinas fazer parte deste projeto da Organização da Nações Unidas (ONU) é a Universidade estar vinculada a um engajamento internacional de combate às violações de direitos humanos e ao racismo e o CEAAB, como órgão da Instituição, busca sempre combater o racismo institucional e estrutural e que é também o grande objetivo da iniciativa, de enfrentar essas estruturas de violência”, esclarece a professora Waleska.
Combatendo o racismo na área da saúde
A comendadora Edna Almeida Lourenço, presidente da Grupo Força da Raça e membra do CEAAB, comenta que a realização do projeto é importante por ser uma oportunidade de “virar a página para uma história que foi contada de forma equivocada. As práticas medicinais com o corpo do povo negro têm agora um novo destino, que é a do compromisso de combater o racismo na área da saúde. Esse é o ponto principal”.
A comendadora continua dizendo que um dos grandes problemas referentes à saúde da população negra, na atualidade, é a negação de parte da comunidade médica. Ela explica que “quando uma mulher negra procura atendimento médico e ela diz estar com dor nos braços, o que, em geral, o médico primeiramente pergunta é se esta realizou faxina ou carregou algum peso e não percebe que aquela mulher pode estar infartando. Ao final, corre-se o risco de o mesmo médico que prescreveu o analgésico à essa paciente para acabar com a sua dor, ser o mesmo a assinar o seu atestado de óbito. É isso que nós queremos evitar”.
Fornecendo retaguarda à PUC-Campinas
Sobre a assinatura do memorando entre a PUC-Campinas e o Ministério Público Estadual (MPE), a promotora de Justiça Cristiane Hilal explica que o documento pretende dar retaguarda à Universidade na articulação com a Prefeitura de Campinas.
“O MPE estabeleceu um compromisso formal no sentido de estimular que a Prefeitura de Campinas possa estar conectada, ao máximo, com esse projeto com o intuito de que os seus profissionais de saúde venham a receber o curso de letramento racial e tenham acesso aos dados obtidos pela PUC-Campinas nessa seara do racismo na área da saúde. Além disso, a Promotoria recebe representações e denúncias de racismo em suas múltiplas expressões, incluindo na saúde, como é o caso da violência obstétrica contra as mulheres e da violência doméstica. Desse modo, é importante que uma promotora que atenda um caso de violência doméstica, ao estar diante de uma mulher negra, que ela saiba, contextualmente, que as mulheres negras são as que mais sofrem este tipo de violência e que elas têm toda uma questão de solidão, depressão e ansiedade que conta com características próprias em razão da história que elas trazem consigo, em virtude desse caldo cultural e do racismo estrutural em que a gente vive. Isso acontece também com a criança e o jovem negro, que também tem sua dor específica. Eles fazem parte de uma estatística que mostra que a cada dez jovens assassinados no Brasil, sete são negros, então ter esse olhar ao receberem essas crianças e jovens é importantíssimo”, explica a promotora.
Ela comenta ainda que o projeto é importante não só para os pacientes, mas para os profissionais de saúde, que irão receber um cuidado maior e poderão, de forma interdisciplinar e interinstitucional, refletir sobre como o racismo se dá. “O racismo não se dá só de uma maneira óbvia, como a gente vê na TV, com um xingamento de uma pessoa a outra em um jogo de futebol. Ele também é insidioso. Ele aparece na prescrição não adequada de um remédio e na dispensa de um paciente sem que este tenha sido atendido de maneira apropriada, com frases como ‘pode ir embora pra casa que não é nada’. Por isso é importante que o Sistema de Justiça esteja capacitado para reconhecer esse racismo a fim de poder atuar na responsabilização de atos do gênero quando estes ocorrem de uma maneira mais eficiente”, completa.
Dando voz às vozes silenciadas
Para a coordenadora de Saúde do Adulto e do Idoso da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, que, durante o evento, representou o prefeito Dário Saadi, Camila Monteiro Gonçalves Dias Silva, este é um projeto que “dá voz às vozes silenciadas, que são as vidas negras. Este projeto traz à tona a importância da intersetorialidade, que é quando a gente pensa em um cuidado integral voltado à essa população. Não é só saúde ou educação. É preciso juntar forças e a Universidade traz consigo essa potência de visualizar e trazer possibilidades de se falar sobre esse tema, que é uma temática, muitas vezes, velada”.
Ela continua dizendo que a primeira coisa que é preciso ser pensada pelas pessoas é o de elas saberem como se identificarem. “Nós, da Prefeitura (de Campinas) temos trabalhado a questão da pessoa se autodeclarar negra ou parda, mas isso é algo que está sendo construído. A população precisa ter conhecimento para entender se ela pode ser considerada negra ou parda e isso só pode se dar com informação, que é algo importantíssimo para o processo de conscientização e quanto mais exata for essa autodeclaração, melhor serão os boletins produzidos, porque, se uma determinada pessoa negra ou parda não se autodeclara desta maneira, ela não entra nas estatísticas, por isso é necessário que a população tenha as informações de como se autodeclarar para que os boletins e as políticas afirmativas sejam, de fato, afirmativas, inclusivas e antirracistas”.
Projeto inovador
O presidente da Câmara Municipal de Campinas, vereador Luiz Carlos Rossini, diz que a iniciativa da PUC-Campinas é muito importante “por ser uma ação de inclusão em que a Universidade aprofunda o estudo de integração, de resgate, de combate a todo tipo de preconceito e ter esse olhar diferenciado para que os profissionais se atentem as peculiaridades referentes à saúde da comunidade negra é algo inovador e que tem um alcance social bastante novo. A Câmara, por sua vez, tem procurado debater, discutir e aprofundar essa questão, além de apresentar e aprimorar leis de enfrentamento a todo tipo de discriminação, inclusive a racial. Ela tem ainda procurado ajudar, institucionalmente, a realização de iniciativas como essa, inclusive, indicando emendas impositivas dos vereadores para desenvolver algum programa específico. Esperamos que outras universidades sigam o exemplo da PUC-Campinas”.
Acesso prejudicado aos serviços de saúde
A vereadora e membro da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal de Campinas, Paolla Miguel, disse ser muito importante a realização desta inciativa porque “o que a gente consegue observar é que o racismo estrutural faz com que a população negra tenha prejudicado até o acesso a serviços públicos básicos, como os da área da saúde. Isso acontece, em grande parte, pela dificuldade dos próprios profissionais de entenderem que nós, negros, também podemos ficar doentes. Para se ter uma ideia, o racismo obstétrico é muito presente na cidade de Campinas ainda, em certa medida, por haver um mito de que as mulheres negras podem sentir mais dor, de que elas são mais resistentes à dor, e, por isso, a elas é oferecida menos analgesia. O ‘A Cor da Desigualdade’ traz a possibilidade de a gente fazer com que esses mitos caiam por terra, a partir do momento que a gente, cada vez mais, vá dando uma formação melhor aos nossos profissionais e diminuindo um pouco as desigualdades que ainda existem no Brasil. Acho que o mais importante é a gente sempre lembrar que a saúde é um direito universal garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas que a desigualdade existe e que a nossa missão é acabar com ela. Esse projeto é um passo importante para isso”.
Tirando os estudantes da zona de conforto
Durante o evento de apresentação do projeto, a Profa. Ma. Aparecida do Carmo Miranda Campos, assistente social do Hospital Dia (HD) do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) realizou uma palestra explicando, inclusive em termos históricos, a necessidade da implantação da iniciativa.
A professora diz que “o objetivo da palestra foi, de fato, tirar da zona de conforto os estudantes que irão lidar no dia a dia com pacientes, seja no serviço público ou privado, de que é preciso ter o conhecimento de que é importante olhar individualmente, singularmente, para cada pessoa durante o seu atendimento, pois a população negra é acometida de doenças prevalentes que não existem em outras populações e o profissional de saúde precisa dar a devida atenção a isso. O intuito da palestra foi de fazer uma provocação para os profissionais do futuro, para que eles entendam que o campo em que eles vão trabalhar é vasto e tem diversidade de raça, de cor, de população e geracional e que a saúde só se complementa na integralidade e olhar para isso é complementar essa integralidade de atendimento”.
“O movimento negro tem trabalhado nessa questão há muito tempo e explicando ao governo que existe uma enorme desigualdade no atendimento na área da saúde em função do atravessamento do racismo, então, a PUC-Campinas sair protagonista nesta história, criando, através do CEAAB, este projeto de pesquisa é algo grandioso para a sociedade, uma vez que nós não vemos coisas assim acontecerem nessa velocidade e intensidade. Eu tenho certeza de que esse projeto dará muito certo e de que a sociedade civil está muito feliz com esta iniciativa”, celebra a palestrante.
Jornada fundamental
A coordenadora da Casa de Referência para Mulheres Laudelina de Campos Melo, Cleusa Aparecida Silva, explica que “essa jornada é fundamental, mesmo porque, nós, enquanto mulheres pretas no Brasil, começamos a discutir a questão da atenção integral à saúde da população negra há cerca de quatro décadas. Houve todo um processo para se construir o conceito de saúde da população negra através de estatísticas, dados, a fim de que pudéssemos comprovar que existe mesmo um tratamento diferenciado no SUS e na saúde em seu contexto global, e que isso tem a ver com o processo de colonização do Brasil e escravização da população negra, pois muitas ideias estão incorporadas no inconsciente coletivo”.
Ela encerra dizendo que “por isso mesmo, é necessário apresentar instrumentos que façam com que as pessoas enxerguem isso, a fim de eliminarmos o preconceito e a discriminação que adoece e mata as pessoas, então, a PUC-Campinas, ao assumir essa responsabilidade, criando um programa para tratar dessa temática com os profissionais da área da saúde alcança uma conquista de valor imensurável e que passa a fazer parte da história da Universidade”.