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O IBGE divulgou recentemente os dados do Produto Interno Bruto (PIB) de 2007. O professor do Centro de Economia e Administração (CEA) da PUC-Campinas Adauto Roberto Ribeiro fez uma análise da evolução da Região Metropolitana de Campinas (RMC).

A primeira observação feita pelo professor é que o produto da RMC cresceu 62,6% no período, sendo um pouco superior ao crescimento do Estado de São Paulo, cujo PIB apresentou crescimento de 55,7%, com isso a RMC que em 2003 representava 7,5% da produção do estado aumentou sua participação relativa para 7,8%. Trata-se de uma pequena alteração, mas que demonstra que a região tem sido mais dinâmica na geração de riquezas que a média do Estado de São Paulo. No entanto, ressalta também que a RMC apresenta diferenças significativas quando observamos a evolução da produção por municípios, com alguns municípios apresentando-se muito mais dinâmicos na criação de riqueza.

Apenas três municípios apresentaram crescimento da produção menor que a média do Estado (Monte Mor, Cosmópolis e Paulínia). Cabe destacar que os dados se referem ao período 2003-07, depois disto muitos investimentos e mudanças de preços de bens produzidos nestes municípios podem ter melhorado a situação aqui exposta.

Campinas apresenta o maior Produto da RMC, era assim em 2003 (16 bilhões de reais) e continuou em 2007 (27 bilhões de reais), um crescimento de 68,8%. Mesmo com este aumento, foi apenas o décimo primeiro em taxa de expansão do produto na RMC no período. O que evidencia que no período ocorreu uma dispersão de investimentos produtivos para outros municípios na região, ampliando sua produção, não pode considerar como ruim para Campinas, que deve ser vista como sede de uma região metropolitana e como tal, também se beneficia do crescimento dos municípios da RMC. O município que apresentou o maior crescimento foi Hortolândia, cresceu 117,6%.

No caso da RMC, observa-se que o município de maior renda per capita é Paulínia, já era em 2003 e continua sendo em 2007, apesar de ser também o único município em que a renda per capita diminuiu no período 2003-07, queda de 20%, isto se deve a um crescimento pequeno da produção associado a um crescimento bem maior da população.

No período, Campinas apresentou um aumento de 65% na renda por pessoa, o que a colocou em nono na evolução deste indicador na RMC. A cidade que apresentou a maior variação na renda per capita foi Hortolândia, com crescimento de 203%, reforçando o dado de crescimento da produção no município, levando-se em consideração que a produção deve ter aumentado em ritmo bem maior do que a população. Como vivemos em uma região metropolitana, a produção pode crescer em um município com uso de trabalhadores do outro município e isto não é observado neste indicador.

De mais significativo nos dados divulgados pelo IBGE fica a observação do crescimento da produção na região, se bem que abaixo do ritmo que gostaríamos estivesse ocorrendo, e, ao mesmo tempo, uma dispersão da produção e da renda entre os municípios da RMC. Os dados mostram uma região dinâmica, responsável por uma parcela significativa do PIB paulista e que precisa planejar seu desenvolvimento em conjunto, como região metropolitana, um conjunto de municípios com uma crescente interação produtiva e que, sendo assim, também apresenta uma crescente interação de problemas que atrapalham o desenvolvimento conjunto. Reconhecer e atacar, em conjunto, estes problemas pode ser o elemento que falta para um salto maior do produto nos próximos anos, destacando ainda mais a região no contexto do Estado e da Nação. A tabela com a evolução de todos os municípios está disponível no portal www.puc-campinas.edu.br/imprensa.



Portal Puc-Campinas
21 de dezembro de 2009