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Arthur C. Clarke foi um cientista e escritor britânico, foi autor de obras de ficção cientifica como A Sentinela (1951) que acabou servindo de inspiração para o filme 2001 – Uma Odisséia no espaço, Clarke também foi extremamente influente no mundo das ciências, sendo autor de diversas obras de divulgação cientifica. Por conta de um artigo seu escrito em 1945 inspirou a criação de um sistema de comunicação via satélites geoestacionários, por conta disso seu nome foi dado à orbita destes satélites, ele também trabalhou na cobertura de missões espaciais da Apollo 11, 12 e 15.

Arthur Charles Clarke tem seu nome fortemente associado à 2001: Uma odisseia no espaço, uma parceria com Stanley Kubrick e também a outros tantos livros de ficção científica, no entanto sua contribuição para a nossa realidade tecnológica é na mesma proporção grandiosamente valiosa e desconhecida pelas pessoas.

Durante a Segunda Guerra Mundial, em meio a sua importante atividade com radares responsável por guiar a aeronaves da RAF (Força Aérea Real), Clarke começou a escrever seus contos. No pós-guerra, já com alguma visibilidade, alguns artigos técnicos publicados, ele ingressa no King’s College para desenvolver seu vasto e peculiar conhecimento, e é em meio aos estudos da sua pós-graduação em astronomia que ele escreve A sentinela, em 1948, a partir do qual sua parceria com Kubrick se desenrola. Com uma linguagem mais enigmática o filme apresenta algumas ideias acerca do desenvolvimento tecnológico e humano apresentados no conto, mas com alguns cortes do próprio filme e do conto original, que Clarke retoma e os reapresenta no livro Mundos perdidos de 2001.

A narrativa se inicia quando, em expedição à região lunar do Mare Crisium (Mar das Crises), o selenólogo Wilson avista da cabine do trator um reflexo metálico no alto de um promontório de superfície polida entre as cadeias montanhosas que observava enquanto dourava salsichas para o café da manhã. Durante aquele dia, os expedicionários discutiram as possibilidades daquele objeto e a existência de outras coisas viventes ali, a despeito de saberem que era muito improvável.

Junto ao colega de expedição Garnett, o selenólogo parte, contrariando as expectativas dos demais, ao encontro do recém desconhecido descoberto por ele. E, ao findar da escalada cansativa, Wilson se depara com a estrutura reluzente semelhante a uma joia de múltiplas facetas fincada numa superfície que era muito lisa, porém sofrida com quedas de meteoritos que deixara buracos. Aproximando-se da coisa ele observa e tenta responder questionamentos em pensamento “The idea that the Moon had possessed intelligence at all was still almost too tremendous to grasp, and my pride would not let me take the final, humiliating plunge.” (“A ideia de que na Lua tivesse havido inteligência era muito tremenda para captá-la e meu orgulho não me permitia dar o último e humilhante salto”) e conclui que “outras raças de mundos de outros sóis” que buscavam contato para compartilhar seus pensamentos e que se achavam sós em um período em que não havia coisa viva e inteligente, deixaram sentinelas como uma provocação aos mundos onde havia promessas de vida inteligente. Aguardavam serem descobertos por seres que se sentissem desafiados a esse desafio duplo: “conquest of atomic energy and the last choice between life and death.” (“conquista da energia atômica e da última eleição entre a vida e a morte.”), superado este desafio teríamos encontrado e acionado o “alarme”, daí seria uma questão de tempo a entrarmos em contato com os emissários.

O livro de Arthur C. Clarke “Sentinel of Eternity”, publicado em 1951 pode ser considerado uma provocação ao desenvolvimento da exploração espacial.

Para além de ficções científicas já muito prestigiadas, Clarke conseguiu através de seus escritos impulsionar desenvolvimentos tecnológicos fora da ficção, é dele, por exemplo, a proposta de um satélite geoestacionário (apresentado como conceito pelo cientista alemão Hermann Julius Oberth) e desenvolvido por ele no artigo Extra-terrestrial relays – Can Rocket Stations Give World-wide Radio Coverage?. Através desse satélite geoestacionário que fica em um eixo fixo  – em um ponto do espaço, a órbita geoestacionária ou “órbita Clarke” – e circunda sincronizado com a rotação da Terra o que permite a sua comunicação contínua com ¼ da superfície terrestre para a qual está direcionado. Clarke sugeriu a utilização de três desses satélites para uma comunicação global, hoje essa comunicação global é realizada pela captação dos sinais dos satélites através das antenas parabólicas. Além disso, Clark estava preocupado com fatores sociais, sendo que essa tecnologia seria um investimento mínimo perto da economia gerada por ela.

Fato é que suas ideias, associadas apenas ao mundo científico ficcional, ganharam espaço no desenvolvimento científico real, algumas delas são o mito “bug do milênio” que tomou conta da década de 1990, o conceito de elevador espacial que foi colocado na pauta da NASA, e a ideia de colisão com asteroides presente nos seus escritos que impulsionou o desenvolvimento de tecnologia para identificar objetos estranhos ao redor da Terra. Entretanto sua obra mais emblemática retoma a ideia de redes de telecomunicação global, possível através da tecnologia dos satélites geoestacionários, desenvolvida a partir do conhecimento de um viajante eterno das estrelas.

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