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Ex-alunos da PUC-Campinas são destaque mundial

“A formação que eu tive aqui foi única para chegar onde estou”

Por Amanda Cotrim

Cristiane Squarize e Rogério Moraes se conheceram na PUC-Campinas, no curso de Odontologia, na década de 1990, quando começaram a namorar. Do namoro veio o casamento, o mestrado, doutorado e o pós-doutorado. Hoje, os dois são professores da área de patologia bucal, na Faculdade de Odontologia da Universidade de Michigan e fundadores e responsáveis pelo laboratório de Biologia Epitelial da universidade, nos Estados Unidos.

De passagem pelo Brasil, cumprindo agenda de palestras nas universidades brasileiras, Cristiane conversou com o Jornal da PUC-Campinas. Ela ressaltou a importância da formação que recebeu na Universidade para o sucesso da sua carreira. “A formação que eu e meu esposo tivemos aqui foi única. Na PUC-Campinas tivemos acesso à prática e ao paciente durante todo o curso, o que me deu uma formação mais humana”, lembra a ex-aluna. A prática oferecida pela Universidade possibilitou que Cristiane, depois de formada, tratasse pacientes que não tinham condições de pagar. “Eu trabalhei cinco anos em consultório e doava um dia por semana para a comunidade. Nesse período, tive muito contato com pacientes que tiveram trauma na região da cabeça e pescoço ou doenças genéticas. Esses quadros que chegavam até mim me impulsionaram a ir para a pesquisa, para entender como a doença funciona, podendo intervir e prevenir”, lembra.

Cristiane e o marido, Rogério Moraes, trilharam o mesmo caminho profissional. Ambos fizeram mestrado e doutorado e hoje trabalham na mesma área de pesquisa. A oportunidade de trabalhar nos EUA surgiu quando a pesquisadora estava no doutorado sanduíche (termo usado para dizer que o aluno fez parte do curso de doutorado fora do país). “Eu fiquei em um laboratório da mesma universidade que eu trabalho hoje e, paralelamente, fui publicando meus artigos científicos, até que eu e meu esposo fomos convidados para fazer o pós-doutorado lá. Em 2010, a universidade abriu concurso e passamos. Os dois”, brinca Cristiane.

Reportagem-A-formação-que-eu-tive-aqui-foi
Ex aluna  tornou-se cientista reconhecida mundialmente

O casal, especialista em câncer bucal, pesquisa como ele se desenvolve, quais são suas características, e assim conseguem desenvolver novos tratamentos. Hoje, Cristiane e Moraes estudam células-tronco, câncer bucal e regeneração do corpo. “Entendemos, ao logo dos anos, que no meio científico não existem barreiras. O conhecimento é o caminho para melhorar a saúde dos pacientes”.

Atualmente, os brasileiros recebem estudantes do mundo inteiro na Universidade de Michigan. O casal, além de lecionar e liderar o laboratório de pesquisa nos EUA, também é convidado a dar palestras em várias universidades no Brasil. A produção científica de ambos os pesquisadores inclui publicações em revistas renomadas, como Science, Cel Stem Cell, PNAS, Neoplasia, Câncer Research, Oncogene, PLOS One, FEBS, entre outras.

Câncer de boca: 

Segundo a doutora Cristiane, 50 por cento dos pacientes diagnosticados com câncer bucal morrem da doença. As causas estão associadas ao fumo e ao HPV. Afeta mais homens do que mulheres. O câncer causado pelo fumo afeta pessoas cuja faixa etária é de 60 anos, já o causado pelo HPV afeta pacientes mais jovens. São dois tipos diferentes de câncer. O primeiro atinge mais a borda lateral da língua, enquanto o segundo afeta a cavidade bucal. A boa notícia é que o câncer causado por fumo pode ser revertido se a pessoa parar de fumar.

Fonte: Jornal da PUC-Campinas edição 158



Silvia Perez de Freitas
21 de agosto de 2017