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Especialista diz que é importante investir na prevenção e evitar pânico em relação ao novo coronavírus

As medidas de prevenção são semelhantes às de outras doenças respiratórias

Após a confirmação do primeiro caso do novo coronavírus (denominado nCov-2019) no Brasil, a preocupação da população e de autoridades aumentou. O professor de Microbiologia e Imunologia, Dr. Thiago Miranda da Silva, biólogo da Faculdade de Ciências Biológicas da PUC-Campinas, diz que não é preciso ter pânico e que o importante é investir na prevenção.

Ele deu algumas dicas de como se prevenir. As medidas de prevenção são semelhantes às de outras doenças respiratórias. Deve ser evitado o contato com pessoas que apresentem sintomas como tosse, coriza ou febre, cobrir sempre a boca e o nariz quando estiver tossindo ou espirrando (de preferência com lenços de papel ou usando o antebraço) e, a principal, lavar as mãos constantemente.

“As mãos são as principais vias de transmissão. Por isso, deve-se sempre evitar levar as mãos ao rosto, principalmente colocando na boca, olhos ou nariz. Para manter as mãos descontaminadas, elas devem ser limpas com água e sabão por cerca de 20 segundos. No caso do álcool em gel, basta esfregar nas mãos e esperar secar”, disse Thiago.

A PUC-Campinas também fez um podcast com professores analisando as consequências do nCov2019 na saúde, nas relações internacionais e na economia. Clique aqui para ouvir.

Sintomas

Para quem passa parte do dia em locais fechados e com grande número de pessoas, como salas de aula, Thiago diz que, além das medidas preventivas comuns, é importante evitar frequentar esses locais caso tenha qualquer sintoma de doença respiratória. A pessoa deve procurar serviços de saúde e só voltar quando for liberada pelo médico.

Os sintomas dos infectados pelo coronavírus são muito parecidos com os do resfriado ou gripes comuns. Na maioria dos casos, as pessoas têm febre, tosse e dificuldades para respirar. Alguns também têm um pouco de coriza, e só os casos mais graves evoluem para pneumonia.

Quem tem esses sintomas só deve se preocupar em relação ao novo coronavírus em duas situações: se esteve na China nos últimos 14 dias ou se teve contato recente com pessoas suspeitas da doença. Neste caso, a pessoa deve procurar imediatamente um serviço médico.

 

Baixa letalidade

A letalidade do coronavírus é menor de 3%, mais baixa que a Síndrome Respiratória Aguda Grave, SARs-CoV (que ocorreu entre 2002 e 2004), que chegou a 9%, e da Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio, que ocorreu em 2013), que atingiu 40%.

“O novo coronavírus é muito menos letal, mas sua propagação é mais rápida e fácil. A transmissão do SARs e Mers era mais complicada e, por isso, mais fácil de controlar”, disse Thiago. Outro fator relevante é que as vítimas fatais do novo coronavírus são pessoas com mais de 50 anos que já apresentavam doenças respiratórias e baixa imunidade.



Marcelo Andriotti
27 de fevereiro de 2020