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Coordenador de Cinema e diretora de Relações Internacionais participam de festival de filmes coreanos

O Dr. Caio de Salvi Lazaneo e a Dra. Kelly de Souza Ferreira fizeram parte da mesa de abertura do evento

Os professores da PUC-Campinas, Dr. Caio de Salvi Lazaneo, coordenador do curso de Cinema e Audiovisual, e a Dra. Kelly de Souza Ferreira, diretora do curso de Relações Internacionais e coordenadora do Korea Corner, fizeram parte da mesa de abertura da 1ª edição do Korean Film Festival (KOFF) em Campinas, realizado entre os dias 10 e 14 de junho, no Museu da Imagem e do Som (MIS).

O evento, que contou com as exibições gratuitas de nove longas-metragens e dez curtas-metragens sul-coreanos, buscou celebrar a cultura cinematográfica do país asiático e estreitar os laços culturais entre o Brasil e a República da Coreia, fomentando a cooperação internacional. Além disso, o KOFF buscou atrair o interesse de críticos, distribuidores e profissionais da área na América Latina pela produção sul-coreana.

Os estudantes do primeiro semestre do curso de Cinema e Audiovisual da PUC-Campinas – da esquerda para à direita – Nicholas Patapoff Ruiz, Luana Moreira de Araújo Silva, Isabeli Martins Gandolpho e Rafael Oliveira Tavares participaram do KOFF como monitores do evento.

A curadoria do festival foi assinada pelo Prof. Dr. Rubens Rewald, cineasta e docente da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), com a co-curadoria do Prof. Dr. Josmar Reyes, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).

De acordo com Caio, foi uma grande honra para ele, como coordenador do curso de Cinema e Audiovisual da PUC-Campinas, estar presente na abertura do KOFF, “realizado em um espaço tão simbólico e importante como o Museu da Imagem e do Som de Campinas”.

Sobre o evento, ele explica que “aquilo que o festival se propôs a fazer foi celebrar e reconhecer, não apenas uma seleção cinematográfica de altíssima qualidade, mas também o encontro entre culturas, estéticas e modos de produção”. Segundo o coordenador, a presença de uma mostra como esta na cidade de Campinas “representa um passo essencial na construção de circuitos alternativos sólidos, diversos e internacionalizados”.

Também participaram do evento, como monitores, quatro estudantes do primeiro semestre do curso de Cinema e Audiovisual da PUC-Campinas: Isabeli Martins Gandolpho, Luana Moreira de Araújo Silva, Nicholas Patapoff Ruiz e Rafael Oliveira Tavares.

Gesto político, cultural e pedagógico
Para Caio, exibir filmes da Coreia do Sul no Brasil, e no MIS, um território tão importante, trata-se de “um gesto político, cultural e pedagógico” e que o cinema sul-coreano conquistou, nas últimas décadas, “um lugar central no cenário mundial, tornando-se uma importante vitrine, tanto do ponto de vista de sua produção quanto de sua consciência artística”.

Da esquerda para à direita: Jinsoo Kim, professor e administrador do Instituto King Sejong Campinas; a Profa. Dra. Kelly de Souza Ferreira, diretora do curso de Relações Internacionais da PUC-Campinas; Prof. Dr. Caio de Salvi Lazaneo, coordenador do curso de Cinema e Audiovisual da PUC-Campinas; Prof. Dr. Rubens Ewald, cineasta e docente da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP) e curador do KOFF, Márcia Kling, diretora do KOFF; Serena Park, embaixadora do KOFF; as professoras Anna e Min Jin, do Instituto King Sejong Campinas; e Douglas Menezes, assessor da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Campinas.

“O cinema sul-coreano tem sido capaz de romper com hegemonias estratificadas, permear novos territórios e fronteiras, apresentar ao mundo as suas histórias singulares e provar que é possível construir e consolidar uma cultura audiovisual sólida, complexa e plural, mesmo partindo de uma realidade periférica, assim como a do cinema brasileiro, em relação ao eixo Europa-América do Norte e este reconhecimento internacional não surgiu por acaso. Ele é resultado de um projeto consistente de valorização cultural. O que vimos e vemos na Coreia do Sul foi e é uma articulação eficaz entre políticas públicas, investimentos estatais e parcerias entre setores produtivos. O estado sul-coreano compreende que o cinema não é apenas uma forma de entretenimento, mas uma ferramenta de projeção cultural, de soft power. Criaram-se fundos, legislações, uma forte política de cota de tela, apoio à exportação, programas de incentivo à coprodução e uma cadeia estruturada de formação técnica e artística e essa mobilização possibilitou que cineastas como Bong Joon-ho, Park Chan-wook, Lee Chang-dong, Kim Ki-duk e o extraordinário Hong Sang-soo, grande mestre de um cinema intimista e profundamente criativo, ganhassem projeção internacional, sem precisarem abrir mão de uma linguagem autoral e profundamente enraizada em sua cultura”.

Caio explica ainda que o KOFF trouxe à Campinas “a chance de acessar diretamente o campo fértil da produção contemporânea sul-coreana” com uma seleção que ofereceu “um panorama diversificado, que foi do drama histórico ao cinema fantástico, passando pela comédia e ação até o suspense e as narrativas íntimas”.

Variedade e profundidade dos temas tratados
Para a Profa. Dra. Kelly de Souza Ferreira, diretora do curso de Relações Internacionais da PUC-Campinas e coordenadora do Korea Corner, a importância da realização de um evento como o KOFF reside em sua curadoria, que buscou apresentar uma variedade de temas sobre a República da Coreia, conseguindo fazer chegar ao grande público obras que, eventualmente, não teriam esse alcance, por não estarem, talvez, segundo ela, “em um grande streaming”. Além disso, ela lembra que o evento alcançou um público diferenciado, que, eventualmente, não se interessa por movimentos artísticos de caráter mainstream, como o K-Pop, por exemplo.

A 1ª edição do Korean Film Festival (KOFF) em Campinas contou com as exibições gratuitas de nove longas-metragens e dez curtas-metragens sul-coreanos. A ideia do evento foi celebrar a cultura cinematográfica do país asiático e estreitar os laços culturais entre o Brasil e a República da Coreia, fomentando a cooperação internacional.

“O que conta, nesse caso, é a profundidade dos temas tratados e das obras em si e a variedade do que é mostrado sobre a cultura coreana ao público de Campinas e região. Eu participei da abertura do KOFF representando o Korea Corner e tratei da importância que é a realização de políticas de divulgação cultural em outros países e sobre como é que a República da Coreia consegue fazer a tão bem-sucedida divulgação de sua cultura ao redor do mundo”, encerra Kelly.

Diálogos possíveis para se pensar o cinema brasileiro
O coordenador do curso de Cinema e Audiovisual da PUC-Campinas, por sua vez, comenta ainda que “esses filmes não apenas transbordam uma estética nacional, mas apontam diálogos possíveis para pensarmos o nosso próprio cinema. O que podemos aprender, enquanto cinema brasileiro e a sua cadeia produtiva, com a experiência sul-coreana é como articular melhores condições de produção, distribuição e circulação para que este vetor, tão potente, mas muitas vezes invisibilizado, possa alcançar mais público dentro e fora do país” e complementa explicando que “a mostra também foi, por isso, uma provocação, ao nos convidar a imaginar, sonhar e construir políticas públicas culturais que reconheçam o valor estratégico do audiovisual e a pensar parcerias, estruturas sustentáveis e, sobretudo, a valorizar a formação crítica e artística dos novos cineastas”.

Caio esclarece ainda que é nesse ponto que a relação entre o festival e o curso de Cinema e Audiovisual da PUC-Campinas se encontra, “porque nós acreditamos que eventos como este devem sempre fazer parte da formação de nossos estudantes, pois pensar o cinema é, antes de tudo, vê-lo com atenção, nos atentarmos e aprendermos com as distintas linguagens, investigarmos modelos e sonharmos outras práticas e os nossos alunos e alunas e os moradores e moradoras da cidade de Campinas e região não puderam apenas assistir a filmes durante o KOFF, mas dialogar com um repertório cinematográfico que pode inspirar novas criações, novas pesquisas, novas parcerias e diálogos, ou seja, o KOFF se insere, assim, não apenas no calendário cultural de Campinas, mas também no processo formativo das próximas gerações de realizadores e realizadoras brasileiros que por aqui transitam”.

Ele finaliza dizendo que “em tempos em que a cultura precisa reafirmar a sua relevância frente a tantos desafios, a exibição desses filmes, de tão distinta e cuidadosa curadoria, no interior de São Paulo, com acesso gratuito e em um equipamento cultural público, é um ato de resistência, de generosidade e de construção de pontes, que é aquilo, exatamente, o que o cinema precisa”.



Daniel Bertagnoli
1 de julho de 2025