A pesquisa da Cesta Básica realizada por uma equipe de professores da Faculdade de Ciências Econômicas da PUC-Campinas, revela que no mês de janeiro de 2007 a cesta apresentou um custo médio de R$ 168,42. Em dezembro de 2006 o custo da cesta básica de Campinas havia ficado em R$ 162,66. Portanto, houve um aumento em janeiro de 3,54% em relação ao mês anterior.

Comparada ao custo da cesta básica de São Paulo – calculada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – a cesta básica de Campinas teve um custo de 8,82% a menos (tabela 1). “Ressalte-se que no mês de janeiro a tendência foi de aumento no custo da cesta básica em Campinas-SP e também, na maioria das capitais do Brasil conforme foi divulgado pelo Dieese. A pesquisa cesta básica da PUC-Campinas acompanha a evolução dos preços de 13 produtos de alimentação e o gasto mensal de um trabalhador para adquiri-los.

TABELA 1. Custo (em R$) e variação mensal (em %) da cesta básica, janeiro de 2007.
Municípios Campinas1 São Paulo2 Belo Horizonte2 Rio de Janeiro2 Vitória2 Goiânia2 Brasília2
Valor em R$ 168,42 184,72 176,24 176,57 168,99 154,48 173,43
Variação mensal (%) 3,54 1,47 2,77 3,02 6,84 1,34 0,92
Nota: 1. Gasto mensal com a cesta básica apurado pela PUC Campinas.
2. Gasto mensal com a cesta básica apurado pelo Dieese.

Na tabela 2 podemos verificar os preços médios dos itens que compõem a cesta básica de Campinas. O gasto mensal do trabalhador campineiro para adquirir cada um dos itens que fazem parte da ração essencial está relacionado na tabela 3. Podemos verificar que em janeiro o trabalhador gastou 48,12% do salário mínimo para adquirir a cesta básica. Em termos de tempo de trabalho, a jornada necessária para adquirir a cesta básica foi de 105 horas e 52minutos. No mês de dezembro a jornada de trabalho necessária para adquirir a cesta básica havia sido de 102 horas e 15 minutos.

TABELA 2. Preços médios (em R$) dos alimentos da ração
essencial. Em janeiro de 2007.
Alimentos Campinas1
Carne (kg) 9,36
Leite (l) 1,25
Feijão (kg) 1,80
Arroz (5kg) 7,46
Farinha de trigo (kg) 1,20
Batata (kg) 0,91
Tomate (kg) 2,78
Pão francês (kg) 4,27
Café em pó (500g) 4,04
Banana (dz) 1,77
Açúcar refinado (kg) 1,21
Óleo de soja (900ml) 2,05
Manteiga (200g) 2,29
Nota: 1. Preços médios apurados pela PUC Campinas.

Tabela 3. Cesta básica de Campinas, janeiro de 2007. Gasto mensal, em R$.
Alimentos Quantidades Gasto mensal
Carne 6,0 quilos 56,16
Leite 7,5 litros 9,38
Feijão 4,5 quilos 8,10
Arroz 3,0 quilos 4,48
Farinha de trigo 1,5 quilo 1,80
Batata 6,0 quilos 5,46
Tomate 9,0 quilos 25,02
Pão francês 6,0 quilos 25,62
Café em pó 600 gramas 4,85
Banana 7,5 dúzias 13,28
Açúcar refinado 3,0 quilos 3,63
Óleo de soja 900 ml 2,05
Manteiga 750 gramas 8,59
Total 168,42

A Constituição determina que o salário mínimo deve atender às necessidades de uma família – 2 adultos e 2 crianças – em termos de alimentação, moradia, transporte, vestuário, saúde, educação, higiene, lazer e previdência. Segundo pesquisa do Dieese os gastos com alimentação correspondem a 35,71% das despesas de uma família. Com base nestas informações, e considerando que o trabalhador campineiro gasta R$ 168,42 para adquirir alimentos, então, o salário mínimo necessário para o trabalhador atender às necessidades de sua família deveria ser sido, em janeiro, de R$ 1.414,90 equivalente a 4 vezes o salário mínimo vigente.

O Dieese, com base no maior custo da cesta básica no Brasil, no valor de R$ 186,36 e que no mês de janeiro foi apurado em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, estimou o salário mínimo necessário para atender às necessidades das famílias brasileiras em R$ 1.565,61 equivalente a 4,47 vezes o mínimo vigente.

O comportamento dos preços dos alimentos em Campinas, no mês de janeiro, está registrado na tabela 4. No que diz respeito aos aumentos de preços, em dezembro os itens com as maiores altas foram: tomate (54,4