
Biblioteca do Campus I recebe evento de encerramento da exposição “Leitura Sensorial”
Mostra da artista Mozileide Neri foi exibida na PUC-Campinas entre os meses de abril e maio
A exposição “Leitura Sensorial”, da artista visual Mozileide Neri, que esteve aberta ao público, entre os dias 7 e 29 de abril, na Galeria da Faculdade de Artes Visuais da PUC-Campinas, e do dia 9 a 27 de maio, no hall de entrada da Biblioteca do Campus I, contou com um evento de encerramento no próprio local da mostra. Este reuniu professores, alunos e funcionários da Universidade e inúmeros convidados e contou com tradução simultânea na Língua Brasileira de Sinais (Libras), garantindo a acessibilidade de todos.

O evento de encerramento da exposição “Leitura Sensorial” aconteceu no hall de entrada da Biblioteca do Campus I e reuniu professores, alunos e funcionários da Universidade e inúmeros convidados, contando com tradução simultânea na Língua Brasileira de Sinais (Libras), o que garantiu a acessibilidade de todos os presentes.
Durante o encontro, Mozileide compartilhou a sua trajetória, falou sobre o processo criativo de suas obras, destacou a importância da arte como ferramenta de inclusão e diálogo com o público e recitou alguns de seus poemas, presenteando a Biblioteca com um exemplar de seu primeiro livro de poesia, “Azul Alaranjado”, publicado pela Luva Editora. A obra explora a cidade do Rio de Janeiro, com foco em áreas periféricas e suburbanas, utilizando versos sem rimas para narrar ruas, bairros e lugares específicos, com críticas e memória afetiva.
De acordo com o diretor da Faculdade de Artes Visuais, Prof. Dr. Victor Kraide Corte Real, o evento de encerramento da exposição consolidou toda a proposta contida durante a mostra, abordando as artes, a literatura e a acessibilidade. Ele lembra ainda que a artista tem um trabalho “de ressignificação dos livros de maneira tal que se tornam obras de arte para serem manuseadas, não mais para ser lido, necessariamente, por meio das palavras, mas sim, por meio do tato, do cheiro, do jogo, porque algumas das obras têm uma característica de serem manuseadas como se fosse um jogo em forma de um livro, então a proposta leva justamente essa discussão da ressignificação do objeto-livro para um outro tipo de elemento de manuseio artístico, cultural, inclusivo, universal e acessível, tanto para as pessoas com deficiência quanto para as sem deficiência, que podem se utilizar desse contato com a arte de uma maneira muito mais palpável e intensa no uso dos sentidos”.

O supervisor do Sistema de Bibliotecas e Informação (SBI), Sergio Eduardo Silva de Caldas, e a artista visual Mozileide Neri apresentam o recém-lançado livro de poesia desta última, “Azul Alaranjado”, publicado pela Luva Editora. A obra explora a cidade do Rio de Janeiro, com foco em áreas periféricas e suburbanas, utilizando versos sem rimas para narrar ruas, bairros e lugares específicos, com críticas e memória afetiva.
Victor continua dizendo que essa é a discussão principal que a artista trouxe durante o evento de encerramento por meio da apresentação de sua trajetória profissional. “Ao longo da jornada como artista, como produtora cultural, Mozileide leva essa discussão para que as pessoas pensem em como a arte pode ser experimentada pelo maior número de pessoas, então, esta roda de conversa foi muito positiva, com a presença de membros do Sistema de Bibliotecas e Informação (SBI), do Programa de Acessibilidade e Inclusão da PUC-Campinas (PROACES) e de estudantes e professores do curso de Artes Visuais, todos participando dessa discussão rica e bastante necessária”.
Sobre a exposição
A exposição foi fruto de uma parceria entre a Faculdade de Artes Visuais e o SBI, com apoio do PROACES. Composta por 25 livros-objeto multissensoriais, ela propôs uma nova forma de “ler” por meio do tato, olfato, audição e visão, ampliando os sentidos da experiência literária.

A exposição, composta por 25 livros-objeto multissensoriais, propôs uma nova forma de “ler” por meio do tato, olfato, audição e visão, ampliando os sentidos da experiência literária.
O texto curatorial e as fichas técnicas de cada objeto contaram com fonte ampliada e possibilidade de leitura em braille. Um QR code deu acesso a um vídeo com audiodescrição e tradução em Língua Brasileira de Sinais (Libras) sobre o processo criativo das obras e sobre a principal referência da pesquisa, a pintora e escultora mineira Lygia Clark.
A artista, falecida em 1988, acreditava que arte e terapia psicológica andam de mãos dadas. Com base em objetos manuseáveis que criava ou recolhia da natureza, ela acreditava em poder curar “os males da alma” através de um método terapêutico chamado “Estruturação do Self”, que consistia em sessões de interação com objetos estimulantes.
Foi a primeira vez que a exposição aconteceu em Campinas. Anteriormente, ela passou pelas cidades do Rio de Janeiro (RJ), na qual Mozileide reside, e também por Florianópolis (SC), Jataí (GO), Recife (PE) e Uberaba (MG). Durante o período em que a mostra ficou na PUC-Campinas, foram expostas, ao todo, aproximadamente, trinta obras (livros) de um total de cerca de sessenta, que se revezam a cada exposição, com diversos tipos de texturas, sendo algumas delas sonoras e outras com aromas.
Para saber mais sobre a exposição, basta clicar aqui.
Fotos: Matheus Reis