
Seminário Internacional realizado pela PUC-Campinas fortalece o debate sobre Cultura da Paz e Justiça Restaurativa
Evento reuniu importantes figuras do meio acadêmico e jurídico para aprofundar o debate na busca de ambientes mais pacíficos e dialógicos
A Pontifícia Universidade Católica de Campinas, por meio do Programa de Desenvolvimento Humano e Integral – Levanta-te e Anda (PDHI:LA) e da Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão, promoveu, na última quinta-feira (15), o Seminário Internacional “Círculos Dialógicos: Fortalecendo a Cultura da Paz no Ambiente Universitário”. Realizado no Auditório do Campus I, o evento reuniu especialistas, docentes, estudantes, comunidade e escolas para aprofundar o debate sobre a Justiça Restaurativa e sua aplicação como ferramenta essencial para a construção de ambientes mais pacíficos e dialógicos, tanto na academia quanto na sociedade.

O Prof. Dr. Everton Silveira, responsável pelo PDHI:LA, que falou sobre Comunicação Não Violenta (CNV) durante o Seminário, destacou que “seja na Universidade, na escola ou na vida social, com família e amigos, a busca pela paz é uma necessidade humana”.
A cerimônia de abertura foi realizada pelo Reitor da PUC-Campinas, Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior e contou com a participação de importantes figuras do meio acadêmico e jurídico, incluindo o Vice-Reitor da PUC-Campinas, Prof. Dr. Pe. José Benedito de Almeida David; o Diretor da Faculdade de Direito da PUC-Campinas, Prof. Me. Francisco Vicente Rossi; a Integradora Acadêmica da Faculdade de Direito, Profa. Dra. Elisângela Rodrigues de Ávila; o Secretário Adjunto da Secretaria Municipal de Habitação de Campinas, Sr. Edgar Diniz; o Juiz Federal Coordenador do CEJURE, Dr. Fernão Pompeu de Camargo; o Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo, Comarca de Campinas, Dr. Rodrigo Augusto de Oliveira; o responsável pelo Programa de Desenvolvimento Humano e Integral – Levanta-te e Anda da PUC-Campinas, Prof. Dr. Everton Silveira; Frei Luciano Elias Bruxel, Frei Franciscano da Ordem dos Frades Menores; Dr. Renato Câmara Nigro, Juiz Federal; e Dr. Marcelo Bergo, Juiz Coordenador da Justiça Restaurativa de Campinas.
Estiveram presentes acompanhando o Seminário os Pró-Reitores Profª. Dra. Cyntia Belgini Andretta, Pró-Reitora de Graduação; Profª. Dra. Alessandra Borin Nogueira, Pró-Reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão e Prof. Dr. Victor de Barros Deantoni, Pró-Reitor de Gestão de Pessoas e Serviços Compartilhados. Representantes do Projeto “Alma Lavada”, proposta multidisciplinar que une sustentabilidade e promoção da saúde mental à população da região do Jardim Campo Belo também marcaram presença.
A programação de abertura contou com uma breve e impactante performance da coreógrafa Adnã Ionara Martins Alves, do Núcleo Artístico Experimental de Dança do Centro de Cultura e Arte (CCA) da Universidade. A dança abordou a busca, tomada e retomada da voz, simbolizando a expressão para além da comunicação externa, mas também a própria inscrição do indivíduo no mundo.
Em um contexto social marcado por crescentes conflitos e desentendimentos, a busca por metodologias que promovam a resolução construtiva de tensões e o fortalecimento de laços comunitários torna-se fundamental. O Seminário buscou responder a essa necessidade, apresentando os fundamentos da Justiça Restaurativa e incentivando o uso de Círculos de Diálogo.
O Reitor da PUC-Campinas, Prof. Dr. Germano Rigacci, destacou a sintonia do evento com os princípios da Igreja e da Universidade: “O evento efetiva o que o Papa Francisco sempre pediu para toda a Igreja e, em especial, para as Instituições de Ensino Católicas: a promoção da cultura do encontro e da paz. À medida em que nós realizamos o encontro, marcadamente, com diálogo, com a possibilidade colocar o amor em primeiro lugar, superando o ódio e intolerância, caminhamos para aquilo que sempre foi a expectativa do Papa, uma cultura da paz”, disse.

Realizado no Auditório do Campus I, o evento reuniu especialistas, docentes, estudantes, comunidade e escolas para aprofundar o debate sobre a Justiça Restaurativa e sua aplicação como ferramenta essencial para a construção de ambientes mais pacíficos e dialógicos, tanto na academia quanto na sociedade.
O Prof. Dr. Everton Silveira, responsável pelo PDHI:LA, que falou sobre Comunicação Não Violenta (CNV) durante o Seminário destacou que “no ambiente universitário, assim como em todos os espaços da vida social, as pessoas estão sempre buscando uma forma de se sentir realizadas. E uma das formas de alcançar isso é encontrar primeiro a nossa paz interior e depois a nossa paz com as demais pessoas. Seja na Universidade, na escola, ou na vida social com família e amigos, a busca pela paz é uma necessidade humana. E para podermos produzir uma sociedade de paz, é necessário primeiro estar em paz conosco e com nossos pares. Nesse sentido, produzir processos integrativos, que resgatem a humanidade nas pessoas e as conectem, é produzir pessoas de paz. É com isso que se produz um presente e um futuro de paz. A produção da cultura da paz é uma urgência em tempos de conflito e desordem social.”
A Justiça Restaurativa como ferramenta para lidar com as tensões da convivência humana foi destacada por Frei Luciano Elias Bruxel: “Hoje, o que mais rouba a energia do ser humano é a incapacidade de lidar com conflitos e com as tensões da convivência humana. Diante dos constantes desequilíbrios, a Justiça Restaurativa apresenta uma metodologia que restaura relações, cria processos de responsabilização nas situações de conflito, produz um empoderamento comunitário e promove uma convivência mais saudável e equilibrada, inclusive na Universidade. Sempre temos conflitos e tensões que fazem parte da convivência. Agora, é em ter recursos para administrar essas situações quando necessário com uma ferramenta eficaz que reside a grande relevância da Justiça Restaurativa nos dias de hoje. Uma resposta muito potente na construção da Cultura da Paz.”
Um dos pontos altos da programação foi a palestra magna, transmitida online, com a renomada especialista norte-americana Kay Pranis. Referência mundial em Justiça Restaurativa e Processos Circulares, a palestrante abordou conceitos e práticas essenciais para a construção de ambientes mais pacíficos e colaborativos. Autora de livros fundamentais na área, Pranis atua desde os anos 1990 e colabora para a disseminação da Justiça Restaurativa no Brasil.
Após a palestra, teve início um Círculo de Debates com a participação da psicóloga Rafaela Duso da AJURIS; Dra. Maria Augusta Pretti Ramalho, da Câmara de Mediação de Conflitos da UNICAMP; Prof. Dr. Lucas Catib de Laurentiis e Profa. Dra. Fernanda Carolina de Araújo Ifanger, da Faculdade de Direito da PUC-Campinas – Projeto Égide; e Prof. Dr. Rodrigo Augusto de Oliveira, do Ministério Público de São Paulo. Dr. Fernão Pompeu de Camargo também contribuiu para o debate.
O Prof. Me. Francisco Vicente Rossi, Diretor da Faculdade de Direito, falou sobre a importância de iniciar a busca pela paz dentro da própria instituição acadêmica: “Precisamos começar a buscar a paz em casa. É fundamental, portanto, que nossa Instituição desenvolva este trabalho internamente e, daqui o expanda para a cidade, o país e o mundo. É aqui que se formam novas gerações, e desde o primeiro ano as orientamos nessa busca pela paz e tranquilidade. Para alcançá-la, contudo, a Justiça é essencial; precisamos lutar por ela, pois a paz é o seu fruto.”

A Justiça Restaurativa como ferramenta para lidar com as tensões da convivência humana foi destacada por Frei Luciano Elias Bruxel, que disse que “hoje, o que mais rouba a energia do ser humano é a incapacidade de lidar com conflitos e com as tensões da convivência humana”.
A psicóloga Rafaela Duso ressaltou o papel da Universidade: “Devemos pensar na Universidade como a extensão do projeto de educação. É um campo muito propício para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais que contribuem para a facilitação, inclusive, dos processos de aprendizado e para as questões referentes ao modelo mental. É muito significativo oferecer um espaço onde diferentes relacionamentos possam se desenvolver com base no respeito, na empatia, na compaixão.”
A parte da tarde foi aberta pelo Vice-Reitor, Prof. Dr. Pe. José Benedito de Almeida David. Em seguida, a Profa. Dra. Waleska Miguel Batista, Coordenadora do Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros Doutora Nicéia Quintino Amauro da PUC-Campinas, proferiu palestra sobre o “Tratamento de Conflitos Derivados de Questões Raciais na Universidade”, tema de grande relevância para a promoção de um ambiente verdadeiramente inclusivo.
O evento prosseguiu com a divisão dos participantes em grupos para Oficinas Temáticas, focadas em “Implementar Círculos de Diálogo na Universidade”, proporcionando um espaço prático para o aprendizado e troca de experiências.
O Promotor de Justiça Dr. Rodrigo Augusto de Oliveira parabenizou a organização e destacou a urgência do tema: “A PUC-Campinas está de parabéns pela organização deste evento. A disseminação da cultura de paz e dos preceitos da Justiça Restaurativa é importantíssima nos dias de hoje. Diante de uma sociedade conflituosa, marcada por desentendimentos e guerras, torna-se essencial que as pessoas reflitam e mudem de postura frente a si mesmas em primeiro lugar e, a partir daí, busquem a mudança da própria sociedade, em direção a uma convivência com mais diálogo e que fomente a cultura da paz. Considerando que este evento promove este debate e aprofunda esse diálogo, ele se torna extremamente relevante.”
O Seminário Internacional “Círculos Dialógicos” cumpriu seu objetivo de capacitar a comunidade acadêmica, compartilhar conhecimentos e fortalecer parcerias, reafirmando o compromisso da PUC-Campinas com a formação integral de seus estudantes e com a construção de uma sociedade mais justa e pacífica, a partir do diálogo e da Justiça Restaurativa. O evento foi direcionado a docentes, estudantes, pesquisadores, profissionais da área jurídica e social, gestores educacionais e representantes da sociedade civil, reforçando seu caráter abrangente e plural.