
Saldo de empregos formais fecha positivo na RMC após quatro meses de queda
Maioria dos municípios da região registrou aumento na geração de postos de trabalho; Campinas, na contramão, exibiu nova redução
A Região Metropolitana de Campinas (RMC), após quatro meses de queda na geração de empregos, encerrou o mês de julho com saldo positivo de 871 novos postos de trabalho. O resultado foi exibido em análise do Observatório PUC-Campinas com base nos indicadores divulgados pelo Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
Responsável pela análise, a economista Eliane Rosandiski avalia que a recuperação dos empregos na RMC, ainda tímida, está sendo puxada pelas atividades de Construção Civil (+824 vagas), Indústria de Transformação (+598) e Comércio (+539). O Setor de Serviços, que apresentou saldo positivo de 467 postos de trabalho ligados às atividades financeiras, de informação e comunicação, exibiu, por outro lado, resultados negativos nos segmentos de alojamento, alimentação, transporte e armazenagem.
O crescimento das oportunidades de trabalho ocorreu na maioria das cidades da região, em especial Paulínia, Sumaré, Hortolândia e Pedreira que, juntas, foram responsáveis pela criação de mais de mil vagas. Em contrapartida, o município de Campinas, com aproximadamente 50% dos postos fechados no período, registrou saldo negativo de 994 empregos formais no mês de julho. Os mais favorecidos pelos postos gerados na RMC foram jovens entre 18 e 24 anos, enquanto os profissionais na faixa de 50 a 64 anos foram os mais prejudicados.
Ainda de acordo com a professora extensionista, a avaliação da recuperação requer a compreensão dos impactos das medidas adotadas, tais quais o auxílio emergencial e a flexibilização de contratos de trabalho no mercado formal. Estima-se que, em julho, 757 mil pessoas estavam recebendo auxílio e, dos 857 mil trabalhadores empregados formalmente, 47% seguem com contratos flexibilizados.
“Diante disso, o desafio é saber se a economia irá se recuperar na intensidade necessária para evitar um movimento de reajuste no momento em que se cesse o período de flexibilização e/ou termine a transferência do auxílio. O panorama atual apresenta indícios de que tais programas de manutenção de empregos devem ser acompanhados de estratégias de desenvolvimento econômico capazes de fortalecer vocações regionais de geração de trabalho e renda”, afirma Eliane.
No acumulado do ano, a Região Metropolitana de Campinas apresenta saldo negativo de 33,2 mil postos de trabalho.
Observatório PUC-Campinas
O Observatório PUC-Campinas, lançado no dia 12 de junho de 2018, nasceu com o propósito de atender às três atividades-fim da Universidade: a pesquisa, por meio da coleta e sistematização de dados socioeconômicos da Região Metropolitana de Campinas; o ensino, impactado pelos resultados obtidos, que são transformados em conteúdo disciplinar; e a extensão, que divide o conhecimento com a comunidade.
A plataforma, de modo simplificado, se destina à divulgação de estudos temáticos regionais e promove a discussão sobre o desenvolvimento econômico e social da RMC. As informações, que englobam indicadores sobre renda, trabalho, emprego, setores econômicos, educação, sustentabilidade e saúde, são de interesse da comunidade acadêmica, de gestores públicos e de todos os cidadãos.