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PUC-Campinas recebe o 28º Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste

O Intercom Sudeste 2025 reuniu acadêmicos, pesquisadores, profissionais e estudantes para discutir tendências e avanços na área comunicacional

A PUC-Campinas recebeu, entre os dias 15 e 17 de maio, o 28º Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste, o Intercom Sudeste 2025. O evento reuniu acadêmicos, pesquisadores, profissionais e estudantes para discutir tendências e avanços na área comunicacional.

De acordo com o coordenador geral local do Intercom Sudeste, Prof. Dr. Tarcísio Torres Silva, o evento “sempre buscou valorizar os trabalhos acadêmicos dentro da área comunicacional e do tripé universitário (ensino, pesquisa e extensão).

Ocorrido em salas de vários prédios e nos dois auditórios do Campus I da Universidade, o evento contou com a participação de alunos e alunas dos cursos de Cinema e Audiovisual, Jornalismo, Letras, Mídias Digitais, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas, supervisionados por uma comissão organizadora formada pelos professores Dr. Tarcísio Torres Silva (coordenador geral local), Dr. Marcelo Pereira da Silva (coordenador adjunto local), Dr. João Paulo Lopes de Meira Hergesel (coordenador da Expocom), Dra. Juliana Doretto (coordenadora dos Grupos de Trabalho – GTs), Dra. Karla Ehrenberg (coordenadora de Cobertura Fotográfica e Audiovisual) e Ma. Zuleica Queiroz Guimarães Manente (coordenadora de Monitores), além da relações públicas e gestora da Secretaria Acadêmica da Escola de Linguagem e Comunicação (ELC), Erika Constantino (coordenadora de Logística).

Além deles, constituíram a Coordenação de Comunicação, a Dra. Célia Christina de Almeida Padreca, o Me. Hugo Gimenes de Lima e a Ma. Vânia Bitencourt Serrasqueiro e completaram a Comissão Organizadora, os professores Me. Pedro Arthur Nogueira, Dr. Caio Lazaneo, Me. Carlos Pizzolatto e Dr. Lindolfo Alexandre de Souza.

Segundo o decano da Escola de Linguagem e Comunicação (ELC), Prof. Dr. Lindolfo Alexandre de Souza (à direita, ao lado do pró-reitor de Educação Continuada, Prof. Dr. Rogério Eduardo Rodrigues Bazi), a ideia ao promover o evento foi a de constituir, para além de uma experiência acadêmica, uma experiência de convivência, “de tal maneira que a PUC-Campinas possa continuar sendo referência no cenário do estudo, da pesquisa, do ensino e da extensão no campo da comunicação em nosso país”.

Apresentando a PUC-Campinas
De acordo com o coordenador geral local do Intercom Sudeste, Prof. Dr. Tarcísio Torres Silva, o evento “sempre buscou valorizar os trabalhos acadêmicos dentro da área comunicacional e do tripé universitário (ensino, pesquisa e extensão) e a PUC-Campinas, ao sediá-lo, teve, não só a oportunidade de receber representantes de universidades de toda a Região Sudeste, mas também de mostrar a sua estrutura, o seu corpo docente, os seus estudantes e a própria organização da atração e realizar adequadamente o acolhimento daqueles que vieram, em um total de 1.400 pessoas inscritas, de inúmeras universidades federais, estaduais e privadas do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo”.

Consolidando uma ótima relação
Para o decano da Escola de Linguagem e Comunicação (ELC), Prof. Dr. Lindolfo Alexandre de Souza, sediar o Intercom Sudeste “foi uma alegria muito grande, afinal, é o maior evento de comunicação da Região Sudeste do país e, ao recebermos um grande número de estudantes, profissionais, pesquisadores e docentes que trouxeram até nós as suas pesquisas, fizeram palestras e afins, para os nossos alunos e professores foi uma grande oportunidade para que pudéssemos estabelecer uma ótima relação que já existe, mas que é sempre possível consolidar, com a área de pesquisa em comunicação”.

O diretor da Região Sudeste do Intercom, Prof. Dr. Franco Dani Araújo e Pinto, explica que o evento sempre funcionou como um espaço de troca e de compartilhamento e que “essa edição, que é a 28ª, continua apresentando o cerne do congresso, que é essa reunião de pesquisadores, estudantes e profissionais da comunicação, essa troca que contribui para a formação do profissional da área”.

Ele diz ainda que a ideia foi a de constituir, para além de uma experiência acadêmica, uma experiência de convivência, “de tal maneira que a PUC-Campinas possa continuar sendo referência no cenário do estudo, da pesquisa, do ensino e da extensão no campo da comunicação em nosso país”.

Espaço de troca e compartilhamento
O diretor da Região Sudeste do Intercom, Prof. Dr. Franco Dani Araújo e Pinto, explica que o evento sempre funcionou como um espaço de troca e de compartilhamento. “Essa edição, que é a 28ª, continua apresentando o cerne do congresso, que é essa reunião de pesquisadores, estudantes e profissionais da comunicação, essa troca que contribui para a formação do profissional da área. Nos grupos de trabalho (GTs), por exemplo, não há mais distinção, por exemplo, entre um doutor e um graduando. Agora, eles discutem na mesma sala, debatendo o mesmo tema e eu acho que isso é um ganho, porque você tem, de repente, um aluno de graduação tendo a oportunidade de acompanhar a pesquisa de um doutor, com muitos anos de trabalho em um determinado tema ou assunto e o pesquisador, ao mesmo tempo, pode acompanhar a trajetória desse estudante na graduação. Essa troca, com certeza, é o grande ganho dos últimos tempos”, explica.

Durante a palestra “Do Broadcast às Plataformas Inteligentes: IA, Mercado de Trabalho e Formação Profissional”, o Prof. Dr. Juliano Maurício de Carvalho tratou dos impactos da inteligência artificial nas transformações do mercado de trabalho, nas exigências formativas da área de comunicação e nos desafios de regulação ética diante das culturas algorítmicas.

Expocom, Ensicom, GTs e Jornada de Extensão
Durante o Intercom Sudeste aconteceram a Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom), prêmio destinado aos melhores trabalhos experimentais produzidos, exclusivamente, por estudantes no campo da comunicação; o Fórum sobre Ensino de Comunicação (Ensicom), que visa contribuir para a reflexão sobre as mudanças no ensino superior brasileiro, as diretrizes curriculares nacionais, as novas nomenclaturas para a formação acadêmica e o novo modelo de avaliação para as condições de oferta e de reconhecimento dos cursos de graduação da área de comunicação; os Grupos de Trabalho (GTs), que são espaços de apresentação de pesquisas em congressos regionais, abertos a pesquisadores de todos os níveis de formação, desde graduandos até doutores; e a Jornada de Extensão, que tem como proposta estimular o intercâmbio de conhecimentos e metodologias empregados em ações extensionistas desenvolvidas por professores e estudantes da área da comunicação junto à comunidade.

Impactos da inteligência artificial
O evento, cuja abertura se deu na manhã do dia 15 de maio, no Auditório Cardeal Agnello Rossi, contou com a formação de uma mesa diretiva integrada pelo pró-reitor de Educação Continuada, Prof. Dr. Rogério Eduardo Rodrigues Bazi, que compareceu representando o reitor da PUC-Campinas, Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior; o decano da Escola de Linguagem e Comunicação (ELC), Prof. Dr. Lindolfo Alexandre de Souza; o coordenador geral local do Intercom Sudeste, Prof. Dr. Tarcísio Torres Silva; e o diretor regional do Intercom Sudeste, Prof. Dr. Franco Dani Araújo e Pinto, que apresentaram o primeiro palestrante, o Prof. Dr. Juliano Maurício de Carvalho.

O head de criação da agência Portal Publicidade, Matheus Marin, falou sobre as redes sociais e sobre como “a nossa comunicação achatada através das interfaces tem nos tirado a pulsão de vida” com a palestra “Criando para o Agora: O Desafio de Conquistar Novos Talentos”.

Livre-docente em Políticas de Comunicação, Mídia e Indústrias Criativas pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), Juliano é vice-coordenador do curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Mídia e Tecnologia, professor do Departamento de Jornalismo e líder do Laboratório de Estudos em Comunicação, Tecnologia, Educação e Criatividade (Lecotec), vinculado à Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design, da mesma universidade.

Durante a palestra “Do Broadcast às Plataformas Inteligentes: IA, Mercado de Trabalho e Formação Profissional”, o professor tratou dos impactos da inteligência artificial nas transformações do mercado de trabalho, nas exigências formativas da área de comunicação e nos desafios de regulação ética diante das culturas algorítmicas. Além disso, ele fez uma reflexão sobre os riscos da automação opaca (do inglês “black box automation”, refere-se a um tipo de automação onde o processo interno de tomada de decisão ou execução é obscuro, difícil de entender ou de ser inspecionado por aquele que a utiliza), das mutações cognitivas (alterações nas funções cerebrais que afetam a capacidade de pensar, aprender, resolver problemas e se comunicar) provocadas pelas plataformas e os caminhos possíveis para uma governança democrática da inteligência artificial (IA).

“Essa participação (no Intercom Sudeste) é resultado das pesquisas que temos desenvolvido no âmbito do Lecotec, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), voltadas à análise crítica dos impactos da inteligência artificial na comunicação, na cultura e na educação e nós pudemos falar sobre o tsunami que a inteligência artificial está promovendo no campo da comunicação, na formação, na mudança do mercado de trabalho e as perspectivas que isso insere, não só no mundo laboral, mas nas nossas relações com a linguagem e com a produção de sentido. Esse é um tema muito importante, porque as nossas relações, inclusive de sociabilidade, estão sendo profundamente alteradas por essas tecnologias e o serão cada vez mais”, explica o professor.

A diretora de Relações Corporativas da multinacional britânica de bebidas alcoólicas Diageo, Viviane Mansi, tratou dos desafios da comunicação da sustentabilidade num contexto de greenwashing, uma prática enganosa que consiste no ato de promoção de produtos ou serviços por parte de uma empresa como se estes fossem concebidos de maneira ambientalmente responsável sem que essa afirmação seja verdadeira.

Sobre a realização do evento na PUC-Campinas, Juliano explica que a Universidade “tem uma liderança histórica no campo da comunicação. É uma escola muito tradicional e a região de Campinas é, historicamente também, um locus da produção científica. Trazer um congresso importante como esse para cá não só reforça a liderança da Universidade, mas apresenta uma agenda absolutamente necessária, que é esse diálogo da tecnologia com o campo da comunicação”.

Na sequência da palestra de abertura, na parte da tarde, aconteceram inúmeras apresentações de trabalhos da Expocom e, no início da noite, uma apresentação musical dentro do festival PUC Jazz.

O desafio de conquistar novos talentos
O dia foi encerrado com duas palestras que aconteceram concomitantemente no período noturno. A primeira aconteceu na Sala 800, no prédio H01, com o head de criação da agência Portal Publicidade, Matheus Marin, que falou sobre as redes sociais e sobre como “a nossa comunicação achatada através das interfaces tem nos tirado a pulsão de vida” com a palestra “Criando para o Agora: O Desafio de Conquistar Novos Talentos”.

Nela, o profissional abordou o processo de criação de ideias pelos jovens talentos que chegam às agências de publicidade, afetados pela perda da ludicidade e pelo brain rot (em tradução livre, podridão cerebral), termo que refere a qualquer conteúdo da internet considerado de baixa qualidade ou valor ou aos supostos efeitos psicológicos e cognitivos negativos causados por ele.

“Os jovens têm perdido a esperança no futuro e deixado de querer criar”, ressalta Matheus, que diz ainda que as empresas e agências têm perdido muitos talentos “porque há uma desesperança de um futuro possível”, mas que é preciso continuar acreditando no “sentido das coisas” e seguir criando, “seja como for”.

A cineasta e artista visual Fernanda Pessoa disse que “estar aqui na PUC-Campinas e poder falar sobre o uso de imagens de arquivo no cinema, que é algo sobre o qual nós não falamos tanto, em especial aqui no Brasil, é muito bom, porque, definitivamente, é importante a gente olhar para o nosso passado com o intuito de entendermos o presente e podermos, de alguma forma, melhorar o nosso futuro”.

Sustentabilidade e greenwashing
A segunda palestra, com a diretora de Relações Corporativas da multinacional britânica de bebidas alcoólicas Diageo, Viviane Mansi, teve como tema “Os Desafios da Comunicação da Sustentabilidade num Contexto de Greenwashing”. O greenwashing é uma prática enganosa que consiste no ato de promoção de produtos ou serviços por parte de uma empresa como se estes fossem concebidos de maneira ambientalmente responsável sem que essa afirmação seja verdadeira.

Referência nacional em ESG (Ambiental, Social e Governança – termo que vem do inglês, Environmental, Social and Governance e que se refere a um conjunto de critérios que as empresas utilizam para avaliar e melhorar o seu desempenho em relação à sustentabilidade, responsabilidade social e ética), a executiva explicou que este conceito serve, não apenas para corrigir problemas, mas para evitar que estes sejam criados. “Onde há falta de informação, as pessoas criam as suas próprias narrativas. O nosso papel é criar soluções reais e comunicá-las de forma clara e ética”, explica.

Ela completa dizendo que o desafio está em alinhar o discurso às práticas de ESG, garantindo consistência e credibilidade. “A melhor forma de comunicar é entender o contexto, reconhecer as dificuldades e construir soluções em conjunto”, comenta.

Reinventando imagens e arquivos
No segundo dia, inúmeras oficinas e workshops aconteceram na parte da manhã, bem como uma audição musical, como parte do PUC Jazz, do Prof. Dr. Marcos Ricardo Rosa Georges, da Faculdade de Administração e do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Sustentabilidade da PUC-Campinas. Os trabalhos do Ensicom e da Jornada da Extensão aconteceram no mesmo período. Todos os eventos ocorreram em lugares distintos. Na parte da tarde, foi a vez das exibições dos grupos de trabalho (GTs). No início da noite, houve uma segunda apresentação referente ao PUC Jazz.

A palestra do dia, ocorrida pela manhã no Auditório do Campus I, ficou por conta da premiada cineasta e artista visual Fernanda Pessoa, diretora dos documentários “Histórias que Nosso Cinema (Não) Contava”, “Zona Árida” e “Vai e Vem”. Intitulado “Imagens e Arquivos: Relações entre Memória, Audiovisual e (Re)Invenção”, o painel contou com mediação da Prof. Dra. Juliana Sangion, da Escola de Linguagem e Comunicação (ELC) da PUC-Campinas.

Durante a explanação, Fernanda tratou do uso de imagens de arquivo no cinema nacional, fazendo um estudo de caso, tanto de seu documentário “Histórias que Nosso Cinema (Não) Contava”, que realiza uma leitura histórica sobre o período da ditadura militar no Brasil (1964-1985), retratada por meio de imagens e sons exclusivos da pornochanchada, o gênero mais visto e produzido no país durante a década de 1970, quanto de uma videoinstalação ocorrida no Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo, em 2016, intitulada “Prazeres Proibidos”, em que foram utilizados documentos oficiais da censura e trechos cortados de filmes nacionais em um percurso expositivo que abrangeu três ambientes do local e serviu para falar sobre a censura moral às películas brasileiras.

“Estar aqui na PUC-Campinas e poder falar sobre o uso desse tipo de arquivo, que é algo sobre o qual nós não falamos tanto, em especial aqui no Brasil, é muito bom, porque, definitivamente, é importante a gente olhar para o nosso passado com o intuito de entendermos o presente e podermos, de alguma forma, melhorar o nosso futuro”, esclarece a diretora.

Mudanças comunicacionais
No último dia, logo pela manhã, o diretor da Bromélia Produções, Juliano Prado, palestrou sobre a série animada infantil brasileira Galinha Pintadinha, que conta com mais de 3,5 milhões de DVDs vendidos e mais de 34 bilhões de visualizações no YouTube. Co-criador, produtor e roteirista do desenho, Juliano também participou, logo depois, de um painel com mediação do Prof. Dr. Rogério Ferraraz, docente permanente no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi (UAM).

Durante a sua fala, o empresário tratou do caso de sucesso da franquia, que, neste ano completa dezoito anos de existência. “Foram muitas as mudanças comunicacionais que o mundo sofreu nestas quase duas décadas desde que o desenho foi criado e nós fomos passando por essas mudanças. Foi sobre isso que eu tratei. Além disso, eu pude mostrar o making-of da nossa última produção, que é o longa-metragem da Galinha Pintadinha que está por ser lançado ainda este ano”.

Encerrando as atividades do Intercom Sudeste 2025, houve uma apresentação do Grupo de Música Popular do Centro de Cultura e Arte (CCA), seguida da entrega dos prêmios Expocom e Intercom de Comunicação para a Transformação Social. Para conferir todos os vencedores, basta acessar o Instagram, clicando aqui, ou o Facebook clicando aqui.



Daniel Bertagnoli
22 de maio de 2025