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PUC-Campinas promove debates sobre saúde mental e trabalho digno em jornada interdisciplinar

7ª edição do evento reuniu pesquisadores, gestores e profissionais para discutir regulação, riscos psicossociais e desafios da saúde mental nas relações de trabalho

A PUC-Campinas sediou, no dia 11 de novembro, a 7ª Jornada de Direitos Humanos e Trabalho Digno, que teve como tema “Direito à Saúde Mental no Trabalho: Caminhos e Descaminhos entre Regulação e Ação”. Realizado no Auditório Cardeal Agnelo Rossi, o evento reuniu professores, pesquisadores, profissionais de saúde e representantes de órgãos públicos para debater os impactos do trabalho contemporâneo sobre a saúde mental, com foco na construção de políticas de proteção e promoção do bem-estar do trabalhador.

O professor Sílvio Beltramelli Neto, pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Direito da PUC-Campinas e procurador do Ministério Público do Trabalho em Campinas, destacou que a jornada tem caráter formativo e integrador.

“A nossa jornada foi idealizada para proporcionar à comunidade acadêmica a interação com pesquisadores, estudantes de outras universidades e profissionais que estão em campo. Este ano, o tema da saúde mental no trabalho é especialmente atual e complexo, e só pode ser tratado de forma adequada se compreendido em sua dimensão interdisciplinar”, afirmou o docente, que também organizou o evento.

Entre os expositores da mesa de abertura esteve o presidente da Fundacentro, Pedro Tourinho, que alertou para o aumento dos casos de adoecimento mental ligados às condições de trabalho. “Hoje nós temos mais de 500 mil pessoas afastadas por ano no Brasil por conta de adoecimento mental. É a expressão máxima dos contextos de hiperexploração e de violação cotidiana do trabalho decente. O país precisa repensar as formas como organiza o mundo do trabalho para que as pessoas não entreguem, além de sua energia e tempo, também sua saúde mental e bem-estar.”

O presidente da Rede Mário Gatti de Urgência e Emergência de Campinas, Sérgio Bisogni, reforçou a importância do cuidado com os profissionais da saúde e da criação de estratégias de acolhimento.

“Com a evolução tecnológica e o aumento da demanda, os profissionais estão expostos a níveis imensos de estresse. Durante a pandemia isso ficou ainda mais evidente. Precisamos cuidar dos nossos funcionários, acolhendo-os e ajudando a resolver conflitos internos, para preservar a saúde mental, que muitas vezes é negligenciada”, pontuou.

Representando o Ministério Público do Trabalho da 15ª Região, Eduardo Luiz Zangartin destacou o papel da universidade na formação de futuros profissionais atentos ao tema.

“A saúde mental é prioridade hoje. A OMS aponta que, até 2030, a maioria das enfermidades que acometem trabalhadores será de origem mental. É fundamental fomentar esse debate na universidade, para que os alunos se familiarizem com o tema e atuem de maneira mais eficaz em suas futuras profissões.”

Na primeira mesa de debate estiveram a Me. Cirlene Zimmermann, o Prof. Dr. Laerte Zsnelwar, o Prof. Dr. Pedro P. Peruzzo, o Prof. Dr. Silvio Beltramelli Neto e a Profa. Dra. Luci Praun, que abordaram o tema “Modelos normativos referenciais no campo da Saúde Mental no Trabalho”.

Na parte da tarde, o evento também trouxe a Mesa de Debates “Modelos referenciais para ação no campo da Saúde Mental no Trabalho”, com a participação da Me. Eliana Aparecida da Silva Pintor, do Prof. Dr. José Marçal Jackson Filho, do Prof. Dr. Julio César Neffa, do Prof. Dr. Peter Panutto Panont e da Profa. Dra. Juliana Andrade Oliveira, fortalecendo o debate sobre um tema tão importante e presente nos dias atuais.



Carlos Giacomeli
24 de novembro de 2025