
PUC-Campinas participa do encerramento do Projeto Oásis que apoia mulheres em vulnerabilização social
Iniciativa do CEPROMM promoveu escuta, acolhimento e fortalecimento de vidas em território invisibilizado da sociedade
O Centro de Promoção para um Mundo Melhor (CEPROMM) realizou, na última segunda-feira (19), a cerimônia de encerramento da primeira edição do “Projeto Oásis” em parceria com a FEAC, com a participação da PUC-Campinas, por meio do Programa de Desenvolvimento Humano e Integral (PDHI:LA). O evento marcou a conclusão de 18 meses de um trabalho dedicado a mulheres trabalhadoras e em situação de prostituição no município de Campinas.
O projeto teve como foco as complexas temáticas presentes nesse território invisibilizado da sociedade. De acordo com o Prof. Dr. Everton Silveira, responsável pelo PDHI:LA da PUC-Campinas, o evento reforçou a relevância do trabalho desenvolvido. “Apesar do processo de segregação social que vivem as mulheres que hoje estiveram presentes neste evento maravilhoso protagonizado por elas mesmas, o projeto ressalta a importância de buscarmos, mesmo nestes contextos de mazelas sociais, aqueles elementos que fortalecem e modificam as realidades das pessoas. O que vimos, para além de um desfile de beleza, que havia de sobra, foi um desfile de pessoas vivendo a plenitude de suas existências. Mulheres que diariamente são desprezadas pela sociedade e vistas apenas como objetos por muitos, estavam ali protagonizando um verdadeiro espetáculo de vida”, relatou.
Durante os últimos 18 meses mulheres trabalhadoras e conviventes dessa realidade foram acompanhadas e tiveram espaço para contar suas histórias, compartilhar suas dores e, sobretudo, fortalecer suas vidas. “Não estavam ali apenas seus corpos, mas pessoas inteiras com projetos, com sonhos, com possibilidades. Com certeza vivenciamos um grande processo de desenvolvimento humano e de autonomia de pessoas”, disse o Prof. Dr. Everton Silveira.
O Projeto Oásis foi descrito pela equipe técnica do projeto do CEPROMM como um ato de resistência e justiça social, ultrapassando apenas uma intervenção: “Mapeamos, construímos vínculos, e abrimos caminhos de cuidado e dignidade onde antes havia silêncio. Cada passo foi guiado pelo compromisso ético, com os direitos humanos e com o reconhecimento das múltiplas existências que resistem às margens”. O Prof. Dr. Everton Silveira, do PDHI:LA, complementou dizendo que “esse é um projeto que marca de uma forma muito positiva a vida dessas pessoas, dessas mulheres para a nossa sociedade. É um exemplo para cada um de nós que ali estivemos de que quando existem oportunidades, as pessoas as agarram e as tornam seu ponto de início para uma nova trajetória”.
A celebração de encerramento também serviu para reforçar a importância de colaborações estratégicas, como este laço com a Universidade, que consolida pelo compromisso com a missão desenvolvida pelo Centro. O projeto evidencia, ainda, o impacto positivo de iniciativas que visam dar voz a grupos vulnerabilizados, reafirmando o papel conjunto e compartilhado na construção de uma sociedade mais justa e solidária.
O Prof. Dr. Everton Silveira citou ainda uma frase da Dirigente do Programa, Irmã Ana Maria, “A gratidão é a memória do coração”, como reflexão. “Com essa frase entendemos que devemos ser gratos por cada um desses momentos que nos preenchem o coração. E quem promove programas de desenvolvimento humano para outras pessoas, acaba saindo mais rico, mais feliz. Não há como não se sentir grato e contemplado a partir da realização do outro. Este é um produto muitas vezes não esperado que ocorre para cada pessoa que se coloca a serviço de programas como esse desenvolvido pelo CEPROMM em parceria com a FEAC e que hoje o PDHI:LA da PUC-Campinas se soma para promover alternativas para essas mulheres, pessoas tão potentes”, concluiu o Professor.