
Museu Universitário da PUC-Campinas está com inscrições abertas para visitas mediadas à exposição de obras sacras
É possível conhecer a mostra “O Santo, a Rua e a Festa” nos próximos dias 3, 4 e 7 de junho
O Museu Universitário da PUC-Campinas está com inscrições abertas para a realização de visitas mediadas à exposição “O Santo, a Rua e a Festa – Imagens de Roca e de Vestir e as Devoções Populares no Interior Paulista”, localizada no prédio da Reitoria da Universidade, no Campus I. As próximas visitas, que contam com duração entre 40 e 60 minutos, acontecerão nos dias 3 de junho, terça-feira, das 18h às 20h; 4 de junho, quarta-feira, das 11h30 às 13h; e 7 de junho, sábado, das 9h às 12h. As inscrições podem ser realizadas através do e-mail museu@puc-campinas.edu.br.

A exposição, que propõe uma imersão no imaginário religioso popular brasileiro, apresenta as múltiplas camadas que configuram a identidade social, cultural e artística local do interior paulista, formada pelo aspecto devocional do povo da região. Na foto, diversas imagens de vestir e de roca que representam três aparições de Nossa Senhora: das Dores, do Carmo e do Rosário.
A mostra, que propõe uma imersão no imaginário religioso popular brasileiro, apresenta as múltiplas camadas que configuram a identidade social, cultural e artística local, formada pelo aspecto devocional do povo do interior paulista. Ao longo dos séculos, as celebrações e os atos religiosos sedimentaram tradições, festividades e costumes que são, até os dias atuais, reconhecidamente, eventos da vida cotidiana vinculados à memória e à identidade da cultura regional.
O projeto curatorial, desenvolvido pelo arquiteto e urbanista Renan Treft, com projeto expográfico do museólogo Rodrigo Luiz dos Santos, coordenador do Museu Universitário da PUC-Campinas, procura, além de expor, narrar as múltiplas histórias existentes a partir de um acervo material que impele o público a refletir, sob diversas óticas, sobre tudo aquilo que envolve a produção dos itens selecionados: os agentes, os usos e os significados associados a esses bens materiais, que, de muitas maneiras, segundo Rodrigo, “extrapolam a materialidade, transformando-se em imaterialidade viva e dotada de expressividade identitária para o ambiente onde estão inseridos”.
Ele continua dizendo que os itens que formam a base da narrativa expositiva pertencem ao acervo do Museu Arquidiocesano de Arte Sacra de Campinas (que, atualmente, encontra-se sob a tutela do Museu Universitário da PUC-Campinas, até a sua futura abertura na região central de Campinas) e que possibilitam um olhar direcionado para as devoções populares e práticas religiosas existentes no interior do estado de São Paulo através dos objetos de culto produzidos nas mais diversas manifestações artísticas, tanto populares quanto eruditas.

O projeto curatorial procura, além de expor, narrar as múltiplas histórias existentes a partir de um acervo material que impele o público a refletir, sob diversas óticas, sobre tudo aquilo que envolve a produção dos itens selecionados: os agentes, os usos e os significados associados a esses bens materiais. Na foto, em destaque, uma imagem de Nossa Senhora das Dores, de origem portuguesa, de 1848.
“A exposição apresenta ainda peças do acervo em uso da Paróquia Nossa Senhora das Dores, localizada no bairro campineiro do Cambuí, além de um conjunto precioso de imagens de procissões e da própria cidade de Campinas, muitas delas pertencentes ao acervo do Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas e do Centro de Memória – Unicamp”, explica o museólogo.
Sobre o Museu de Arte Sacra
Criado em 1964 por Dom Paulo de Tarso Campos (1895-1970), 3º bispo (1941-1958) e 1º arcebispo de Campinas (1958-1968), o Museu de Arte Sacra foi desenvolvido no contexto da elevação da Diocese de Campinas ao grau de Arquidiocese. Seu objetivo era salvaguardar a memória e a história do Catolicismo na região, começando pela preservação dos antigos objetos de culto existentes nas paróquias e capelas, que corriam o risco de desaparecer devido ao processo de modernização dos templos e à substituição massiva dos antigos artefatos litúrgicos por novos e atuais, em uma fase de crescente industrialização e oferta de materiais.
O presente acervo é fruto de anos de coleta e busca empreendidas Dom Tarso e seus sucessores, sendo composto, majoritariamente, por objetos oriundos das primeiras paróquias criadas ainda nos séculos passados. Devido ao longo período de atuação nas cidades que compunham a então diocese, é bastante expressivo o número de conjuntos de artefatos produzidos ao longo das décadas para o serviço religioso.
Entre as inúmeras imagens, paramentos, objetos de missa e outros itens sagrados incorporados ao museu ao longo dos anos, encontram-se as imagens utilizadas nas festas e procissões, popularmente chamadas de santos de roca (imagens sacras que se destinam a ser levadas em procissão) e que são vestidas com trajes de tecido ou de vestir, pois necessitam da sobreposição de roupas em tecidos em suas estruturas estatuárias para conformarem seus oragos (santos ou anjos a quem se dedica uma povoação ou um templo).
“As imagens que, outrora, prefiguraram momentos festivos nas liturgias das diversas paróquias da então Diocese de Campinas são testemunhas visíveis da fé católica presente neste território, pois guardam as devoções particulares, os oragos cultuados e as manifestações artísticas direcionadas ao sagrado, além de materializarem a história e a identidade desses locais, convidando os visitantes a conhecer de perto as singularidades desse ato devocional”, encerra o coordenador.