Marco para cidade: PUC-Campinas lança projeto de restauro do Solar do Barão
Projeto prevê recuperação de conjunto arquitetônico e criação de estrutura para espaço cultural
A PUC-Campinas lançou, nesta segunda-feira, 9 de setembro, um marco para a cidade de Campinas. Foi apresentado o projeto de restauro do Conjunto Arquitetônico Solar do Barão de Itapura, também conhecido como Pátio dos Leões, localizado na região central da cidade.
A cerimônia de apresentação do projeto contou com a presença, pela PUC-Campinas, do Arcebispo Metropolitano e Grão-Chanceler da PUC-Campinas, Dom João Inácio Müller; do Reitor da PUC-Campinas, Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior; do Vice-Reitor, Prof. Dr. Pe. José Benedito de Almeida David; do Vice-Presidente da SCEI (Sociedade Campineira de Educação e Instrução), mantenedora da PUC-Campinas, Monsenhor Dr. José Eduardo Meschiatti; Pró-Reitores, decanos, diretores, coordenadores, gestores, docentes e membros da comunidade acadêmica; pelo setor público estiveram presentes o Prefeito de Campinas, Dário Saadi; secretárias e secretários municipais; o presidente da Câmara Municipal, Luiz Rossini; e o empresariado campineiro, entre eles, o primeiro doador do projeto de restauro, Luis Norberto Pascoal, presidente da Fundação Educar e fundador da DPaschoal.
O espaço, após sua completa restauração, abrigará atividades museológicas, exposições artísticas e culturais, além de formações em empreendedorismo cultural e artístico. Também desenvolverá programas educativos voltados especialmente para jovens e crianças em situação de vulnerabilidade, em parceria com escolas públicas.
“Toda a história que essa casa fez não pode ser apagada. Esse é um ponto importante do restauro. Tem de partir do projeto original e saber dialogar com os momentos históricos. Sem dúvida, para a cidade, é um marco muito importante”, afirmou Dom João Inácio Müller.
O Reitor da Universidade citou que cerca de 5 mil pessoas devem passar por lá e que a iniciativa tem impacto positivo para fomentar novos negócios em um raio de até 500 metros ao redor do Pátio dos Leões. Além disso, ele agradeceu o apoio dos empresários e autoridades e falou sobre o momento histórico.
“Hoje vivemos um momento histórico. Estamos recebendo o certificado de potencial construtivo e isso é importante para que possamos executar as obras de restauro previstas em nosso plano. Neste local nós vamos abrigar acervos, exposições itinerantes, oficinas culturais, cursos de formação na área das artes e cursos que promovam a cultura na cidade de Campinas”, explicou o Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior.
O Arcebispo Metropolitano e o Reitor da PUC-Campinas receberam das mãos do prefeito Dário Saadi e da Secretária de Cultura e Turismo de Campinas, Alexandra Capriolli, o Certificado de Potencial Construtivo, que permite captar recursos para a obra. O valor pode ultrapassar 38,2 milhões de reais em comercialização no mercado imobiliário da cidade. A Universidade tem autorização para captar cerca de R$ 48,2 milhões pela Lei Rouanet, do Governo Federal, para a restauração (70%) e instalação da infraestrutura para início de operação do local (30%).
“Estamos todos muito felizes, porque trata-se de um patrimônio histórico tombado e que, graças a esses mecanismos urbanísticos, podemos criar recursos para fazer esse restauro e, ao mesmo tempo, devolver para a cidade um espaço cultural, que vai dar mais vida para essa região, devolvendo também o protagonismo ao Centro, respeitando o patrimônio histórico”, afirmou a secretária Alexandra Capriolli.
Na sequência, a Prof. Dra. Camila Brasil Gonçalves Campos, Pró-Reitora de Inovação, apresentou o projeto arquitetônico através de um vídeo e de slides que mostram todo o potencial do espaço. Ela também convidou a comunidade a colaborar com o restauro do conjunto, importante para a história de Campinas. O restauro e ocupação englobam o prédio do solar, nº 1.099 da rua Marechal Deodoro, construído entre 1880-1883, e dois imóveis vizinhos mais antigos ainda do período colonial brasileiro, 1.117 e 1.131, construídos no final de 1700.
Após a apresentação, o Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior entregou uma placa de agradecimento ao empresário e primeiro doador de recursos para o restauro, Luis Norberto Pascoal, pela contribuição histórica com a PUC-Campinas. O empresário se disse feliz em participar do projeto e chamou outras empresas para fazerem parte da empreitada.
No encerramento, houve o pré-lançamento do livro “Sol Nascente” – catálogo da coleção de arte japonesa Cerqueira Leite. Neste momento, o Dr. Rogério Cesar de Cerqueira Leite, renomado professor e engenheiro brasileiro, falou sobre a sua alegria de participar do momento histórico.
História da Obra
Construído entre 1880 e 1883, a pedido de Joaquim Policarpo Aranha, o Barão de Itapura, influente cafeicultor do Segundo Reinado, o Solar foi erguido em estilo neoclássico, inspirado nas formas e proporções da antiguidade greco-romana, símbolo de progresso e modernidade da época. O projeto foi encomendado ao renomado construtor italiano Luigi Pucci, o mesmo que, anos depois, iniciaria as obras do Museu do Ipiranga, na capital paulista. O Solar, com seus 227 cômodos, é considerado um marco construtivo por ser uma das primeiras edificações no Brasil feitas em tijolos, substituindo as técnicas tradicionais de taipa de pilão. O Solar é um patrimônio tombado duplamente pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), em 1984, e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc), em 1988. Impacto e Benefícios
A restauração do Solar do Barão de Itapura trará uma série de impactos positivos para a população de Campinas. Durante as obras, centenas de empregos diretos serão gerados, impulsionando a economia local. A iniciativa também deve fortalecer os estabelecimentos comerciais na região central, gerando empregos adicionais no processo de revitalização do comércio. Além disso, o projeto promoverá melhorias nas condições de segurança pública e na convivência urbana da área, estimulará o turismo, atraindo visitantes qualificados, e oferecerá uma nova alternativa sociocultural, educacional e de lazer para a comunidade, valorizando o patrimônio histórico e cultural da cidade.
(foto da capa: Carlos Bassan/PMC)