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III Mostra de Talentos Humanos no Espaço Tamurá consolida união entre Universidade e Comunidade

Em sua terceira edição, evento do PDHI:LA no Campus I transforma novo polo de Inovação Social em um vibrante palco de trocas, com dezenas de oficinas, encontros e desfiles de moda unindo diferentes gerações.

Na última sexta-feira (24), a PUC-Campinas viveu um de seus momentos mais emblemáticos de integração com a realização da III Mostra de Talentos Humanos. Com o tema “Conexões Humanas”, o evento transformou o Espaço Tamurá, novo polo de Inovação Social da Universidade, em um efervescente ponto de encontro entre o saber acadêmico e a sabedoria popular. Docentes, estudantes, funcionários e membros de comunidades parceiras se reuniram em uma jornada intensa de partilha, aprendizado e, acima de tudo, celebração.

Realizada pelo Programa de Desenvolvimento Humano e Integral: Levanta-te e Anda (PDHI:LA), a Mostra consolidou a maturidade de um projeto que, após uma edição histórica realizada no coração do Campo Belo, retornou ao Campus I não apenas para apresentar resultados, mas para aprofundar laços e fortalecer o sentimento de pertencimento.

O Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior, Reitor da PUC-Campinas, durante sua fala no evento destacou a importância do evento e do Espaço Tamurá, recém-inaugurado. “É uma alegria já realizar este evento, neste espaço. A Universidade está cumprindo o seu papel de estar presente na sociedade e proporcionar um espaço para que a Comunidade venha até aqui, apresente o que faz de melhor. E isso ajudará nossa Instituição a melhorar ainda mais a formação que promovemos aos nossos alunos, com valores ético-cristãos, na perspectiva de formarmos pessoas que cumpram a grande missão de construir uma sociedade mais justa e fraterna. Esse espaço vai ajudar a formar e a desenvolver nossos estudantes, professores, e corpo técnico-administrativo.  O espaço promove a dignidade da pessoa humana”, disse.

Para o Prof. Dr. Everton Silveira, responsável pelo PDHI:LA, o evento representa um marco. “São muitos significados. A nossa PUC-Campinas se abriu para um espaço de profundo conhecimento, que nasce da origem de quem precisa. Hoje nós temos algo que é completamente inovador. É o encontro de quem tem instrumentos para desenvolver, procurar meios, dialogar, investigar, facilitar o conhecimento e quem tem o saber em seu cotidiano. É um encontro muito fecundo, muito fraterno nessas duas pontas. É por isso que o nosso tema são Conexões Humanas. Porque nós entendemos que a finalidade última do Ensino, da Pesquisa e da Extensão é tornar a vida da nossa Comunidade melhor. Se por um lado temos a excelência acadêmica, excelência em ciência, em produção de saberes e de conhecimento, por outro lado, com esse projeto e com tantos outros que desenvolvemos por meio da Extensão, selamos um pacto de que esse conhecimento tem uma devolutiva importante para a sociedade e, a sociedade a partir disso, empoderada, reconhecida nesse conhecimento, passa a ter outro lugar social na nossa história. O Tamurá representa essa oportunidade”, afirmou.

A Profa. Dra. Cyntia Belgini Andretta, Pró-Reitora de Graduação, celebrou o sucesso e a atmosfera do evento. “É um sentimento de muita satisfação, de muita alegria. Vemos transpirando aqui um sentimento de pertencimento. É uma excelente forma de mostrar o Espaço Tamurá recém-inaugurado para a nossa Instituição, para a Comunidade Acadêmica. O desfile de moda foi maravilhoso junto com o Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros Doutora Nicéia Quintino Amauro. Quem não veio perdeu um evento incrível e recheado de aprendizados. É um sentimento de união, que nos leva a melhorar nossas qualidades, nosso aprendizado, nosso Ensino”, ressaltou.

Essa sensação de movimento vivo foi resumida pela Profa. Dra. Cecília Toledo, Docente Extensionista. “É uma alegria porque a Extensão é exatamente isso. É um diálogo, um movimento permanente. A Comunidade inserida na Universidade e a Universidade na Comunidade. Hoje é a prova real do valor da Extensão para essas pessoas. Estou muito feliz porque estou encontrando pessoas da Comunidade, do Jardim Campo Belo, tenho o material que produzi com elas, meus alunos estão aqui, a cidade está aqui, meus colegas. Estou em um dia de festa”, declarou.

A transformação proporcionada pela presença da Universidade foi sentida diretamente pela Comunidade. Neuza Aparecida Soares compartilhou com emoção: “Eu sou da região do Campo Belo, moro no Jardim Dom Gilberto. O Tamurá é maravilhoso. A PUC-Campinas entrou na nossa vida de uma maneira linda, o trabalho no bairro, eu estou encantada. O desfile foi maravilhoso, o coral, vou até querer participar! Antes da Universidade entrar no nosso bairro, que é muito carente de tudo, era tudo muito apagado, sem vida. E depois parece que a gente ganhou vida, que a gente é mais feliz, que temos a Universidade ao nosso lado para nos ajudar, as pessoas idosas, as crianças, os jovens, as mulheres, isso é muito importante para a gente”.

Mosaico de oficinas: conhecimento em ação

Durante todo o dia, os corredores e salas do Espaço Tamurá pulsaram com uma programação rica e diversificada. No Espaço Alimentação, oficinas de lanches saudáveis, higiene de alimentos e na celebração da memória afetiva com os “Lanches da Vovó”. No Espaço Pedagógico, o diálogo entre o tradicional e o tecnológico se fez presente com jogos matemáticos e o uso da Inteligência Artificial na educação. A arte e a expressão tomaram conta do Espaço Cultural e Criatividade, com contação de histórias, oficinas de podcast, música de rua, pagode, poesia e uma vibrante oficina de Slam. O cuidado integral foi o foco do Espaço Saúde, que ofereceu um leque de orientações práticas e círculos de cuidado interpessoal.

Essa troca direta de cuidado foi vivida intensamente por Estefani Sousa, estudante de Enfermagem, em seu projeto. “Para mim está sendo incrível, achei a experiência maravilhosa. O projeto do meu grupo é sobre o cuidado com os pés. A gente faz higienização, cuida, faz uma massagem, para que a pessoa se sinta bem relaxada e cuidada. Para nós está sendo muito maravilhoso. Eles falaram que amaram, que ficaram felizes, que foi um cuidado incrível e que iriam chegar em casa e descansar. No meu grupo, estamos fazendo um projeto junto com o Jantar Solidário, em que todo mês a gente leva esse projeto de hoje para as pessoas em situação de rua. Elas adoram, se sentem bem, falam que nunca tiveram esse cuidado. E isso aquece muito o nosso coração porque é incrível ver a alegria delas, ao sentirem que com o nosso cuidado, mesmo que seja mínimo, foi maravilhoso”, contou.

Moda, afeto e inclusão na passarela

Um dos momentos mais aplaudidos da Mostra foram os desfiles de moda. A Profa. Me. Rose Sathler, Coordenadora do Curso de Moda, celebrou o engajamento: “Essa ação só foi possível por conta dos estudantes que abraçaram a ideia. Um desfile, mesmo pequeno, tem um trabalho muito grande, com diversas funções. Os estudantes amaram, deram tudo de si. A Comunidade também se engajou, participou. Tivemos modelos do Vitalità, de amigos, parentes, avós dos alunos, então foi muito emocionante de fato”.

O sentimento de pertencimento foi reforçado por Mariane Silva Feitosa, moradora do Campo Belo, que desfilou pela segunda vez. “Eu sou do Campo Belo. Eu tenho a felicidade de participar pela segunda vez, porque no anterior eu também desfilei. Para mim está sendo maravilhoso. Eu achei muito bom o novo espaço. Está perfeito. Eu acho incrível essa chance para muitos que pensam que não teriam a oportunidade de estar aqui. Inclusive para mim mesma”, disse.

A experiência também foi transformadora para os estudantes. Morgana Simões dos Santos, do curso de Design de Moda, destacou o propósito por trás da passarela. “É muito interessante, estamos vendo todo o processo pela primeira vez, então prepará-las, trazendo o significado da feminilidade, trazendo uma potência para esse momento. Uma equipe também que é majoritariamente de mulheres, nessa preparação, trazendo isso para o Curso, para a Faculdade. Estamos aqui na Universidade para isso mesmo, para trazer essa união. Mostrar que a Faculdade se importa com isso. É bem importante”, refletiu.

Dona Carlota Maria Jeremias, avó de uma aluna, brilhou na passarela. “A minha neta faz faculdade aqui, é estudante de moda, e me perguntou se eu queria ser modelo. Eu aceitei e fiquei muito feliz. Os alunos são maravilhosos, atenciosos. Deram todo o apoio, levantaram a autoestima. Fiquei muito feliz. Foi um dia maravilhoso. O look foi lindo, eu me senti uma rainha”. Dona Vera Lúcia Ribeiro Mortean também se encantou: “Para mim foi maravilhoso, um privilégio ser convidada pelos alunos da PUC-Campinas. Gostei muito, amei! Eu já tinha desfilado antes em algumas marcas e amei as roupas e acessórios”. A modelo Larissa Bernardes complementou: “Estou muito feliz de estar aqui hoje. Estou apaixonada. A roupa é muito bonita, muito confortável. São roupas para todos os estilos e são roupas que podem ser amarradas de diferentes formas. Estou muito feliz com o resultado”.

A III Mostra de Talentos Humanos foi mais do que um evento; foi a afirmação de um caminho de mão dupla. Ao final do dia, ficou a certeza de que a maior riqueza de uma Instituição de Ensino são as pessoas e as conexões que elas constroem, em uma jornada contínua de aprendizado e construção conjunta.



Gabriela Ferraz
28 de outubro de 2025