
Evento discute desafios no tratamento do câncer de cabeça e pescoço
II Jornada Multidisciplinar de Cirurgia de Cabeça e Pescoço reuniu especialistas para debater estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento dos diversos tipos de câncer nessa região do corpo
A Escola de Ciências da Vida (ECV), da PUC-Campinas, realizou, nos dias 25 e 26 de novembro, no Auditório da Biblioteca, no Campus II, a II Jornada Multidisciplinar de Cirurgia de Cabeça e Pescoço – Manejo Interdisciplinar da Complexidade, para discutir os desafios e as formas de tratamento multiprofissional para os diferentes tipos de câncer que acometem essa região do corpo.
O evento reuniu estudantes de Medicina, Fonoaudiologia, Psicologia, Nutrição, Enfermagem e Fisioterapia para desenvolver um debate a partir de casos reais atendidos no ambulatório do Hospital PUC-Campinas, além de ressaltar a importância da interdisciplinaridade no manejo de situações clínicas complexas.
Segundo o Prof. Dr. José Gonzaga Teixeira de Camargo, Decano da Escola de Ciências da Vida da PUC-Campinas, o câncer de cabeça e pescoço traz mutilações consideráveis que comprometem a integridade social, emocional e física do paciente. Por isso, o principal objetivo é unir o maior número de pessoas e profissões para que o paciente possa ser tratado da melhor forma.
“O objetivo desta jornada é discutir o câncer, uma das causas de mortalidade mais importantes do país, e especialmente o câncer de cabeça e pescoço. O debate de casos reais fora do ambiente tradicional de ensino é um diferencial crucial para a formação dos estudantes, oferecendo um aprendizado mais concreto”, afirmou.
A urgência do combate e a gravidade da doença
De acordo com o Prof. Dr. José Luiz Braga de Aquino, os dados estatísticos apontam a alta prevalência e mortalidade dos casos de câncer de cabeça e pescoço.
“O câncer é um grande desafio para a saúde pública e diminui muito a expectativa de vida da população. Estatísticas recentes mostram, por exemplo, uma média anual de 800 a 850 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço. E, em média, de 30 a 40% vão a óbito por ano. Por isso, a importância da prevenção e do diagnóstico precoce”, explicou o Dr. José Luiz Aquino.
Diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce, principalmente em grupos de risco associados ao tabaco, alcoolismo e HPV, é fundamental para diminuir o número de ocorrências e melhorar o atendimento aos pacientes. O Prof. Dr. Luís Antônio Brandi Filho, da Faculdade de Ciências Médicas e supervisor do curso de Residência, destacou o impacto social da doença e a necessidade de difundir o conhecimento sobre a prevenção e a detecção precoce do câncer de cabeça e pescoço.
“É importante difundir as causas de câncer no compartimento de cabeça e pescoço, associados a fatores de risco e sinais de alerta. Quanto mais precocemente detectados, menos dano sociocultural sofre o paciente durante o tratamento”, afirmou.
Interdisciplinaridade na prática e formação de profissionais
O Prof. Me. Airton José Martins, Coordenador do Programa de Residência Multiprofissional Urgência e Trauma da PUC-Campinas, enfatizou a relevância do evento tanto para a população quanto para a formação dos futuros profissionais.
“Esse simpósio multidisciplinar de cirurgia de cabeça e pescoço é extremamente importante para a formação dos estudantes que participam deste trabalho no dia a dia. Isso engrandece a formação de profissionais competentes, capazes e humanos, que trabalham em uma área tão importante da recuperação dessas pessoas”, destacou.
A II Jornada Multidisciplinar de Cirurgia de Cabeça e Pescoço cumpriu seu papel de educar e orientar os futuros profissionais de saúde, destacando a necessidade de uma abordagem integrada, humana e precoce para o combate ao câncer e para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. O próximo passo agora é organizar a III Jornada Multidisciplinar, que acontecerá em 2026.



