
Encontro entre PDHI:LA e estudantes da ECV promove olhar humanizado para projetos de Curricularização da Extensão da PUC-Campinas
Momento especial reuniu 92 alunos para um mergulho profundo nos princípios éticos e críticos que norteiam o trabalho com populações vulnerabilizadas
Em um encontro estratégico para a formação integral de seus futuros profissionais da saúde, a PUC-Campinas reuniu 92 estudantes das Faculdades de Farmácia, Enfermagem e Psicologia para uma etapa crucial de sua jornada acadêmica: a preparação para os projetos de Curricularização da Extensão. Realizada no Campus II, a iniciativa teve como objetivo sensibilizar os alunos para uma atuação empática, crítica e humanizada junto a comunidades vulnerabilizadas de Campinas, antes mesmo do início das atividades em campo.
Promovido a pedido dos docentes dos Projetos Integradores da Escola de Ciências da Vida (ECV), o encontro foi conduzido pelo Prof. Dr. Everton Silveira, responsável pelo Programa de Desenvolvimento Humano e Integral: Levanta-te e Anda (PDHI:LA). O objetivo foi muito além de apresentar um cronograma de atividades. Tratou-se de um chamado à reflexão, um convite para desconstruir olhares e preparar os futuros profissionais para uma inserção respeitosa junto a populações vulnerabilizadas, especialmente pessoas em situação de rua.
Estiveram também presentes os docentes Profa. Dra. Caroline Cristiane de Sousa; Prof. Dr. Allan Waki de Oliveira e Cerqueira Cezar, Docentes do Curso de Psicologia; Profa. Dra. Juliana Signori Baracat Zeferino, Diretora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas; Profa. Dra. Tatiana Slonczewski, Docente Extensionista vinculada ao PDHI:LA e Professora da Faculdade de Psicologia; Profa. Dra. Gabriela Marchiori Carmo Azzolin, Diretora do Curso de Enfermagem e Profa. Ma. Mônica Costa Ricarte, Docente do Curso de Enfermagem.
Seguindo a filosofia que alicerça o PDHI:LA, a conversa inicial enfatizou um princípio inegociável: essas populações não devem ser vistas como “objetos de intervenção”, mas como sujeitos de direitos, cuja dignidade precisa ser reconhecida e respeitada. A vulnerabilidade, como foi destacado, não é um “problema em si”, mas a consequência de complexos processos históricos, sociais e econômicos que aprisionam sonhos e limitam liberdades.
Para aprofundar essa compreensão, os estudantes assistiram e debateram o curta-metragem “Ilha das Flores”, uma obra contundente que expõe a lógica do capital e seus efeitos desumanizadores. A ferramenta audiovisual serviu como um catalisador para que os alunos pudessem enxergar uma realidade que, embora próxima, muitas vezes permanece obscurecida.
Para o Prof. Dr. Everton Silveira, “a experiência mostrou-se profundamente válida. O espaço criado permitiu aos estudantes refletirem sobre uma realidade que faz parte de seu contexto social, mas que muitas vezes permanece invisível. Esse olhar crítico ajudou a desconstruir a marginalização e a insensibilidade que, não raramente, recaem sobre pessoas já duramente atingidas pelas múltiplas formas de vulnerabilização a que estão submetidas”, disse.
E completou: “Mais do que um encontro acadêmico, se tratou de um exercício de humanidade, de um chamado à reflexão sobre o papel social da Universidade e sobre a responsabilidade de cada futuro profissional em contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e solidária”.

