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Curadoria de conteúdos de acesso aberto é lançada com destaque para a integridade científica e os desafios da IA

Iniciativa reúne mais de cinquenta títulos sobre o tema, além de 1.450 periódicos e 1.270 e-books

O Sistema de Bibliotecas e Informação (SBI) da PUC-Campinas, em parceria com o Comitê de Integridade Científica da Universidade, vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão (ProPPE), lançou uma curadoria digital de conteúdos de acesso aberto. Esta pode ser acessada, clicando-se aqui. A iniciativa, que busca oferecer fontes confiáveis para o ensino, a pesquisa e a extensão, também visa fortalecer a integridade acadêmico-científica em um cenário marcado pela produção massiva de informação e pelo avanço das tecnologias emergentes.

De acordo com o coordenador do Sistema de Bibliotecas e Informação (SBI) e membro do Comitê de Integridade Científica da ProPPE, Me. Sérgio Eduardo Silva de Caldas, ao alinhar a curadoria digital ao tema da integridade científica, a PUC-Campinas “consolida a sua atuação institucional na disponibilização de informação de qualidade e no fortalecimento da formação crítica e ética de sua comunidade acadêmica”.

Com foco na ética acadêmica e nos desafios trazidos pela inteligência artificial (IA), o projeto já reúne e organiza mais de cinquenta títulos dedicados ao tema, que se somam a uma coleção de 1.450 periódicos e 1.270 e-books de acesso aberto, totalizando mais de 2.700 recursos, todos selecionados com base em critérios de qualidade, relevância e atualização, integrados ao catálogo institucional das bibliotecas da PUC-Campinas, o que garante acesso rápido e seguro para estudantes e pesquisadores.

De acordo com o coordenador do Sistema de Bibliotecas e Informação (SBI) e membro do Comitê de Integridade Científica da ProPPE, Me. Sérgio Eduardo Silva de Caldas, “por meio da curadoria, promovemos a utilização de fontes seguras, associadas ao Movimento de Acesso Aberto (iniciativa global que busca disponibilizar o conhecimento científico e acadêmico gratuitamente e sem barreiras para todos, com base na ideia de que a informação gerada com recursos públicos é um bem comum), e reforçamos o rigor acadêmico, algo fundamental em tempos de inteligência artificial, quando filtrar informações confiáveis exige atenção redobrada. Essa seleção cuidadosa reflete a dedicação da Universidade à formação crítica, ética e de qualidade de sua comunidade acadêmica e científica”.

Ele continua dizendo que “ao alinharmos a curadoria digital ao tema da integridade científica, a PUC-Campinas consolida a sua atuação institucional na disponibilização de informação de qualidade e no fortalecimento da formação crítica e ética de sua comunidade acadêmica”.

Criação da curadoria digital
Sobre a ideia da criação da curadoria digital, Sergio explica que esta “surgiu da necessidade de disponibilizar à comunidade acadêmica fontes confiáveis em um contexto de rápido avanço das tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, e de produção crescente de conteúdo científico. Esse cenário evidencia a importância de fortalecer a integridade acadêmica e à precisão científica e a parceria com o Comitê de Integridade Científica nos permitiu alinhar a seleção dos recursos à prática ética e ao rigor na pesquisa. O Comitê, vinculado à ProPPE, colabora na definição de critérios de qualidade e relevância dos conteúdos, enquanto que o SBI contribui para a curadoria, garantindo que o acervo reflita os princípios da integridade científica”, ressalta Sergio.

Segundo a Profa. Dra. Eliane Fernandes Azzari, pesquisadora permanente do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Educação, professora da Faculdade de Letras e também membro do Comitê de Integridade da ProPPE, “a integridade científica é uma preocupação constante de nossa Universidade”, que “está ligada a questões de ética, originalidade, autoria e transparência nos processos de produção acadêmica. Não se trata apenas de uma verificação dos resultados dos trabalhos produzidos… mas de uma postura constante que deve ser assumida por docentes e discentes em todas as etapas do trabalho”.

Segundo a Profa. Dra. Eliane Fernandes Azzari, pesquisadora permanente do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Educação, professora da Faculdade de Letras e também membro do Comitê de Integridade da ProPPE, “a ideia da curadoria digital surgiu do diálogo que o Comitê tem mantido com docentes, pesquisadores e professores, que orientam os trabalhos de conclusão de curso (TCC). Nos últimos dois anos, ele tem oferecido oficinas e palestras em que a temática da integridade na pesquisa, com foco nas implicações do desenvolvimento dos modelos de inteligência artificial generativa (IAG) (tipo de inteligência artificial que cria novos conteúdos, como texto, imagens, músicas e códigos, a partir de dados existentes), estão sendo abordadas. Ao realizarmos atividades interativas, os docentes das diferentes escolas e PPGs de nossa Universidade expressam, tanto a preocupação com os impactos acadêmico-científicos da IAG, quanto o desejo de entender melhor o funcionamento dessa tecnologia, então, resolvemos oferecer um acervo de trabalhos publicados com pesquisas e informações sobre o tema para que todos possam acessá-lo quando e como quiserem”.

Escolha dos títulos
Os títulos e outros conteúdos disponibilizados foram e estão sendo selecionados a partir de critérios rigorosos de qualidade, relevância e atualização, sendo avaliados no sentido de oferecerem informações confiáveis, contribuírem para o desenvolvimento acadêmico e estarem alinhados às áreas de interesse da comunidade, com a priorização de conteúdos de acesso aberto, o que garante que todos possam consultá-los livremente.

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de trabalhos acadêmicos publicados em periódicos qualificados e disponibilizados de forma aberta e gratuita em bases como a Scientific Electronic Library Online (SciElO), em que são utilizados descritores como integridade, pesquisa acadêmica, inteligência artificial, entre outros.

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de trabalhos acadêmicos publicados em periódicos qualificados e disponibilizados de forma aberta e gratuita em bases como a Scientific Electronic Library Online (SciElO), em que são utilizados descritores como integridade, pesquisa acadêmica, inteligência artificial, entre outros.

Todos os recursos da curadoria digital estão integrados ao catálogo institucional da PUC-Campinas e disponíveis na Biblioteca Digital, permitindo que estudantes, professores e pesquisadores acessem o conteúdo remotamente, conforme a sua conveniência.

Sobre o conceito de integridade científica
Integridade científica é o conjunto de princípios e práticas que assegura a transparência e a ética na produção e disseminação do conhecimento. Isso inclui atribuição correta de autoria, uso adequado de fontes, verificação de dados e prevenção de plágio ou manipulação de resultados, garantindo credibilidade na pesquisa e no ensino.

“A integridade científica é uma preocupação constante de nossa Universidade. Ela está ligada a questões de ética, originalidade, autoria e transparência nos processos de produção acadêmica. Não se trata apenas de uma verificação dos resultados dos trabalhos produzidos, tais como TCCs, na graduação, e artigos, na pós-graduação e extensão, mas de uma postura constante que deve ser assumida por docentes e discentes em todas as etapas do trabalho, desde a concepção das ideias que resultam em projetos e pesquisas até a concretização de produtos diversos a serem socializados dentro e fora da Universidade e a PUC-Campinas tem sido pioneira e um modelo na implementação do Comitê de Integridade, sendo que, inclusive, já fomos consultados por colegas de outras instituições que desejavam conhecer o nosso Comitê para poderem implementar os seus”, explica Eliane.

Ela comenta ainda que “na vanguarda dessas ações, o Comitê acabou de elaborar um arcabouço da Política de Integridade da PUC-Campinas, que inclui, entre outros tópicos relevantes, esclarecimentos e instruções para regulamentar o emprego de modelos e ferramentas de IA/IAG na produção acadêmico-científica em nossa instituição. A proposta, que foi entregue pelo Comitê à ProPPE este mês, está agora sendo lida e comentada nos PPGs e deverá, a seguir, passar pelas devidas instâncias e, após revisão, ser submetida ao Conselho Universitário para que seja adotada como normativa geral”.

O Movimento de Acesso Aberto, que se consolidou a partir dos anos 2000, por sua vez, busca disponibilizar resultados de pesquisa e conteúdos acadêmicos gratuitamente e sem restrições na internet. Ele foi impulsionado por pesquisadores e instituições acadêmicas, sendo formalizado por iniciativas internacionais como a Budapest Open Access Initiative, uma declaração pública de princípios relativos ao acesso aberto à literatura de pesquisa, publicada em 2002, e surgida de uma reunião organizada na capital húngara pela Open Society Institute (atualmente Open Society Foundations), uma rede internacional de filantropia, fundada pelo magnata George Soros.

O que é o Movimento de Acesso Aberto?
O Movimento de Acesso Aberto, que se consolidou a partir dos anos 2000, por sua vez, busca disponibilizar resultados de pesquisa e conteúdos acadêmicos gratuitamente e sem restrições na internet. Ele foi impulsionado por pesquisadores, como o cientista cognitivo Stevan Harnad e o filósofo Peter Suber, e por instituições acadêmicas, sendo formalizado por iniciativas internacionais como a Budapest Open Access Initiative, uma declaração pública de princípios relativos ao acesso aberto à literatura de pesquisa, publicada em 2002, e surgida de uma reunião organizada na capital húngara pela Open Society Institute (atualmente Open Society Foundations), uma rede internacional de filantropia, fundada pelo magnata George Soros, que apoia financeiramente grupos da sociedade civil em todo o mundo, com o objetivo declarado de promover a justiça, a educação, a saúde pública e a mídia independente.

Segundo a professora Eliane, no Brasil, além de plataformas como a SciELO, políticas de órgãos de fomento, como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e repositórios institucionais em universidades “têm sido fundamentais para democratizar o acesso à produção científica. Ao aderir a esse movimento, promovemos a democratização do conhecimento, permitindo que pesquisadores de diferentes regiões acessem informações confiáveis e fortaleçam a colaboração científica global”, finaliza a professora.



Daniel Bertagnoli
14 de outubro de 2025