Centro de Estudos Africanos da PUC-Campinas comemora 2 anos

Evento realizado no Auditório do Campus I foi repleto de homenagens a personalidades que contribuíram com a formação do centro e com ações de combate ao racismo

O Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros Dra. Nicéa Quintino Amauro (CEAAB) comemorou, na quarta-feira, 20 de agosto, dois anos de atuação na PUC-Campinas. O evento, realizado no Auditório do Campus I, foi repleto de homenagens a personalidades que contribuíram com a formação do Centro e pelo diálogo sobre racismo.

Marcaram presença no evento Pró-Reitores, professores, convidados dos homenageados e estudantes, que puderam também acompanhar apresentações artísticas, com a participação da cantora Ilcéi Mirian, que conduziu o Hino Nacional e o Canto das 3 Raças, com a parceria do grupo de Ogans e o coral da PUC-Campinas.

Mais de 40 pessoas foram homenageadas, entre elas o Reitor da PUC-Campinas, Prof. Dr. Germano Rigacci Junior, o Vice-Reitor Prof. Dr. Pe. José Benedito de Almeida David, a Comendadora Edna Almeida Lourenço, Presidente do Grupo Força da Raça e Coordenadora do Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros Dra. Nicéa Quintino Amauro, e a Profa. Dra. Waleska Miguel Batista, ex-coordenadora do Centro, pesquisadora e docente da Faculdade de Direito da PUC-Campinas.

Homenageado com o prêmio Dra. Nicéa Quintino Amauro, o Reitor da PUC-Campinas, Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior, destacou que a Universidade possui, em sua missão e valores, um compromisso inabalável à construção da paz, por um mundo justo e fraterno, onde os povos se encontrem em harmonia e possam compartilhar suas riquezas culturais, visando sempre a construção do bem comum.

“O racismo estrutural perpetua desigualdades em várias áreas, como nos sistemas de saúde, no mercado de trabalho e no acesso à justiça. É nossa responsabilidade, como instituição de ensino superior, não apenas identificar essas estruturas discriminatórias, mas ativamente trabalhar para a sua transformação. Por meio do Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros, promovemos não apenas a reflexão acadêmica, mas também ações práticas, como a do letramento racial, que visa desconstruir barreiras e criar oportunidades reais de inclusão e equidade”, afirmou o Reitor.

Para a Comendadora Edna Almeida Lourenço, mais do que comemorar e homenagear pessoas, a grande celebração é a permanência do trabalho desenvolvido dentro da Universidade, que começou em 2019 com a proposta do projeto Diálogos Sobre Racismo. Entre os avanços e conquistas nesses dois anos, ela destaca a ação de letramento racial.

“Quando mais de mil profissionais e 542 professores da universidade dialogam sobre racismo e letramento racial, isso demonstra o compromisso da instituição em ser antirracista. Esse esforço é um marco, pois mostra que o reconhecimento é mútuo entre alunos e profissionais, indicando um grande avanço”, destacou a Comendadora Edna Almeida Lourenço, Coordenadora do Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros Dra. Nicéa Quintino Amauro.

Reconhecimento

A primeira homenageada da noite foi a Profa. Dra. Waleska Miguel Batista, que recebeu o reconhecimento por estar à frente do Centro nos dois primeiros anos.  Segundo ela, que é pesquisadora e docente da Faculdade de Direito da PUC-Campinas, a homenagem é uma forma de reconhecer todos os parceiros que, desde 2019, fortaleceram o diálogo sobre o racismo e contribuíram para combater práticas antirracistas.

“Completar 2 anos de Centro de Estudos Africanos e Afro-brasileiros mostra que ele está consolidado. Quase todas as faculdades já têm atividades extensionistas, desenvolvendo eventos e palestras em parceria. Além disso, ampliamos as parcerias com instituições públicas e organizações não governamentais”, destacou Waleska.

Bloco de homenagens

As homenagens foram divididas em dois momentos. O primeiro deles homenageou com uma placa de agradecimento os integrantes que ajudaram na construção do Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros, também participando do programa Diálogos sobre o Racismo.

Claudia Alexandre, Dra. em Ciências da Religião pela PUC-SP, jornalista, escritora e prêmio Jabuti Acadêmico em 2024, foi uma das homenageadas desse bloco, e escolhida como representante do grupo para discursar. Ela destacou a importância do momento.

“É uma grande honra falar em nome de um grupo tão representativo do Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros. Esses coletivos, esses grupos de estudos que se formam para revisar a trajetória do negro no Brasil, para valorizar através de pesquisas, através de encontros, através de intercâmbios, Brasil, África e o povo negro pelo mundo, são muito importantes. Aliás, é a partir da religião, que é o meu campo de estudos, é que tento revisar a história do povo negro no Brasil, que tento reescrever de uma forma em que o povo negro possa falar sobre si”, afirmou Claudia Alexandre.

No segundo bloco, os homenageados receberam um troféu pelo Prêmio Dra. Nicéa Quintino Amauro, em reconhecimento pela luta contra o racismo. Entre os homenageados, a Urbanista e Dra. Alessandra Ribeiro foi escolhida para representar os colegas. Ela destacou a importância do Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros da PUC-Campinas.

“Além formar bons profissionais dentro da universidade para o mercado de trabalho e para a sociedade, a gente tem a esperança de uma sociedade antirracista. Comemorar esse centro de estudos é comemorar uma luta do povo negro no Brasil na busca de igualdade, de parcerias com todas as raças, todas as classes, todas as etnias, para um mundo de oportunidade para todos, concluiu Alessandra Ribeiro.

Ao final, o Reitor da Universidade foi homenageado pelo apoio às iniciativas desde o início dos trabalhos e recebeu uma muda de pau-brasil. A comendadora Edna também foi homenageada com um clipe e flores, entregues pela equipe do Centro Afro.

Homenageados – Prêmio Dra. Nicéa Quintino Amauro

Homenageados – Homenagens Diálogos Sobre o Racismo

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