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Novo episódio do ‘Universidade em Saída’ revela os bastidores do Projeto Trauma, uma parceria entre a Medicina e o Vitalità

Podcast da PUC-Campinas explora a poderosa parceria mostrando como a Extensão Universitária capacita o público 60+ em primeiros socorros

Existe uma dor que a medicina não pode curar: a de uma morte que poderia ter sido evitada. É a partir dessa premissa, que o Projeto Trauma, da PUC-Campinas, construiu uma história de mais de 14 anos dedicada a espalhar um conhecimento que salva vidas. O terceiro episódio do podcast “Universidade em Saída”, já disponível, mergulha nos bastidores dessa iniciativa, revelando a potência da parceria entre o renomado Curso de Medicina e a Extensão Universitária, ancorados no Programa Institucional de Longevidade – Vitalità.

A conversa, com o Prof. Dr. Joaquim Simões Neto, Diretor do Curso de Medicina e docente extensionista e as estudantes Bianca Domeni e Isadora Soares, revelou que a origem do projeto está conectada a um movimento nacional. Inspirado pela luta da mãe de Lucas, um menino que faleceu por engasgo em uma excursão escolar, o projeto assumiu a missão de disseminar técnicas de primeiros socorros. O que começou em escolas, com o tempo, encontrou um novo e urgente foco: a prevenção de acidentes com a população 60+, alinhando-se perfeitamente à missão do Vitalità e ao pioneirismo da PUC-Campinas como a primeira Universidade Amiga da Pessoa Idosa da América Latina.

O projeto envolve mais de 50 alunos diretamente ligados à Extensão Universitária PUC-Campinas selecionados a partir de um interesse massivo de mais de 250 candidatos anualmente. São estudantes, majoritariamente do Curso de Medicina, mas também de outros cursos como Terapia Ocupacional e Enfermagem, que realizam atividades quase quinzenais. Eles vão a praças durante o “Maio Amarelo” para conversar com motoristas, entram em escolas e, principalmente, se integram aos participantes do Vitalità, o Centro de Envelhecimento e Longevidade da PUC-Campinas.

Durante o podcast, foi detalhado como o trabalho vai muito além de uma simples palestra. As oficinas são eminentemente práticas, com simulações e dinâmicas que ensinam a identificar e prevenir os riscos mais comuns no dia a dia. Foi destacado o perigo de acidentes domésticos aparentemente simples, como quedas causadas por tapetes ou pelo uso de banquinhos, que, segundo estudos, geram complicações graves e internações que poderiam ser evitadas. A prevenção, nesse sentido, não impacta apenas o indivíduo, mas todo o sistema de saúde, que fica menos sobrecarregado e pode direcionar seus recursos para casos de maior complexidade.

Um dos pontos altos da conversa foi a revelação da profunda troca intergeracional que o projeto proporciona. As estudantes relataram que, antes de cada ação, recebem uma capacitação sobre como se comunicar de forma empática e respeitosa com a pessoa idosa, promovida pelo Programa Institucional Vitalitá que utiliza essa estratégia metodológica para a aproximação dos diferentes públicos que recebe com a população 60+. Essa preparação se mostrou crucial, gerando um ambiente de confiança onde os participantes do Vitalità se sentem à vontade para compartilhar experiências e aprender. Esse é um ponto crucial à Extensão Universitária, ou seja, o cuidado se inicia com o diálogo franco, aberto e respeitoso. A receptividade é tão grande que os idosos se tornam os mais interessados e participativos, transformando as oficinas em conversas ricas e afetuosas.

Essa interação gerou frutos inesperados e reveladores da força da Extensão. Foi a partir da demanda dos próprios participantes do Vitalità que o projeto criou uma frente: oficinas de primeiros socorros para avós aprenderem a lidar com acidentes envolvendo seus netos, como engasgos. Outra iniciativa, nascida da observação atenta dos alunos, foi a criação de workshops para ensinar os idosos a usarem ferramentas digitais, como aplicativos de banco e redes sociais, mostrando que o cuidado à vida humana deve ser integral.

Para os estudantes, a vivência na Extensão se traduz em uma formação médica mais humana e completa. O Prof. Dr. Joaquim Simões Neto, Diretor do Curso de Medicina, comparou a atuação de um docente a um polvo, com múltiplos braços na enfermaria, no ambulatório e na sala de aula. A Extensão, segundo ele, é o braço que chega mais perto da sociedade, que desmistifica a figura do médico e ensina na prática que, por trás de cada caso clínico, existe uma vida, uma história e uma família. O projeto ensina liderança, comunicação e, acima de tudo, a sensibilidade para escutar e dialogar.

O rigor acadêmico caminha lado a lado com a prática humanizada. O Projeto Trauma já gerou mais de 10 trabalhos científicos apresentados em congressos e recebeu um prêmio em um congresso internacional na Europa, validando a importância e a qualidade do trabalho desenvolvido. O novo episódio de “Universidade em Saída” é, portanto, um mergulho em um projeto que ensina técnicas que salvam vidas, mas que, fundamentalmente, cria conexões que tocam a alma, formando de um lado, profissionais mais conscientes e cuidadosos e, de outro, pessoas que sentem e percebem que a Vida é prioridade.

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Gabriela Ferraz
25 de novembro de 2025