
PUC-Campinas realiza 1ª Olimpíadas Intergeracionais e transforma esporte em ponte contra o idadismo
Evento do Vitalità e da FAEFI uniu 76 atletas, entre idosos e estudantes, em um dia histórico de competição, respeito e união no Campus I
Com energia contagiante e o reforço de que o que define um atleta não é a sua idade, mas sim sua determinação, a PUC-Campinas realizou, no último dia cinco de novembro, a sua “1ª Olimpíadas Intergeracionais”. O evento pioneiro, que reuniu 76 participantes — 35 idosos do Programa Institucional Vitalità e 41 estudantes da Faculdade de Educação Física (FAEFI) — foi o ápice da Semana da Educação Física, que este ano se dedicou a quebrar paradigmas e combater o idadismo no esporte.
A programação da semana foi aberta com uma palestra inspiradora, que uniu duas gerações de atletas de alta performance. De um lado, Fabienne Güttin, de 70 anos, nadadora ultramaratonista, recordista brasileira e sul-americana e campeã mundial. Do outro, Henrique de Toledo Russo, de 23 anos, atleta, recordista e recém-formado no curso de Educação Física da PUC-Campinas. A troca de experiências entre os dois serviu de base para a celebração prática que aconteceria no dia seguinte.
As Olimpíadas levaram para as pistas, piscinas e quadras o debate proposto. Ao longo da manhã, os 76 atletas competiram em provas de Corrida de 400m (masculino e feminino), Natação de 50m (masculino e feminino), Vôlei de Quadra adaptado e Vôlei de Areia adaptado, demonstrando que a paixão pelo esporte é um elo poderoso.
A Profa. Dra. Mariana Reis Santimaria, responsável pelo Vitalità, explica como a ideia tomou forma a partir da parceria estratégica com a FAEFI. “A parceria começou com a ideia de realizarmos juntos a Semana de Estudos. E foi nesse contexto que pensamos tanto nas Olimpíadas quanto na palestra com a Fabienne e o Henrique. A palestra deles foi muito emocionante e inspiradora. Acredito que essa aproximação mostra o quanto o esporte é um vetor de combate ao idadismo, um vetor de envelhecimento saudável, que une gerações e estimula relações entre pessoas de diferentes idades”, detalhou.
Pódio: conquistas, respeito e sinergia
O ponto alto da competição individual veio na corrida de 400m, que proporcionou pódios repletos de simbolismo. Na categoria masculina, Antônio Martorano, do Vitalità, conquistou a medalha de bronze, subindo ao pódio ao lado dos jovens estudantes Murilo João dos Santos (ouro) e Júlio Zuppi Suzigan Biscuola (prata). Já na prova feminina, o protagonismo sênior foi absoluto, com um pódio formado inteiramente por atletas do Vitalità: Jocelina Vallim de Lima em primeiro lugar, seguida por Dilcineia Lúcia Grecco e Noeme de Souza Porto Leite.
O espírito de colaboração foi a estrela nas modalidades coletivas. No vôlei, as equipes mistas, com idosos e estudantes, demonstraram uma sinergia contagiante, com torcida mútua e jogos equilibrados.
O Prof. Dr. Anderson Marques, da FAEFI, um dos idealizadores do evento, compartilhou sua percepção sobre o sucesso da iniciativa. “As Olimpíadas nasceram de uma conversa minha com a Mariana e resolvemos encaixá-la na Semana da Educação Física. A concepção foi totalmente conjunta com o Vitalità. A percepção que tive foi muito positiva. Os alunos que participaram receberam muito bem, e os idosos curtem demais quando a juventude entra para participar com eles. Foi uma experiência bacana, onde os alunos entenderam essa questão do intergeracional, de respeitar a idade e a importância da atividade física na longevidade. E os idosos perceberam que os alunos estão ali para ajudar e auxiliar. Acima de tudo, o que ficou foi o respeito que uma geração tem que ter pela outra”, analisou o professor.
Ao final dos jogos, a cerimônia de premiação celebrou o esforço de cada um. Mais do que medalhas, todos os inscritos levaram para casa o sentimento de pertencimento e a certeza de que fizeram parte de um momento histórico, que reafirmou o compromisso da PUC-Campinas em ser uma Universidade verdadeiramente Amiga da Pessoa Idosa, construindo uma sociedade mais justa para todas as idades.

