
Colóquio debate dignidade humana frente aos desafios tecnológicos
Com a temática “Fé e Ciência no Século XXI: Dignidade Humana frente às Novas Tecnologias”, o evento reuniu especialistas para refletir sobre o papel da fé, da razão e da ética na era digital
Entre os dias 4 e 6 de novembro, o Núcleo de Fé e Cultura da PUC-Campinas promoveu o Colóquio “Fé e Ciência no Século XXI: Dignidade Humana frente às Novas Tecnologias”.
Com uma programação extensa e distribuída nos Campi I e II da Universidade, o evento reuniu docentes, estudantes e convidados em um diálogo interdisciplinar sobre os impactos éticos, sociais e espirituais das transformações promovidas pela inteligência artificial.
De acordo com o Prof. Dr. Pe. José Benedito de Almeida David, Vice-Reitor da PUC-Campinas, o tema do colóquio tem relação com o lema da Universidade: Fides Splendit et Scientia, (“Brilhar pela fé e pela ciência”).
“A universidade é o lugar da ciência, o lugar do nascimento do futuro, onde nasce o conhecimento que dá origem às novas tecnologias. A universidade é também o lugar do encontro, do diálogo interdisciplinar entre as áreas do conhecimento humano. É assim que entendemos o propósito do Núcleo de Fé e Cultura, que busca favorecer o encontro, o diálogo interdisciplinar entre a fé e a ciência frente aos desafios e aos impactos das novas tecnologias em nossas vidas”, afirmou.
Conferência de abertura
A conferência de abertura foi conduzida pelo Prof. Dr. Pe. Arnaldo Rodrigues da Silva, Assessor de Comunicação da CNBB, com o tema “Fé e Razão no Coração da Universidade: o Conhecimento como Serviço à Verdade e à Vida”.
Para ele, a universidade, como um local de interdisciplinaridade, tem um papel importantíssimo de promover a reflexão e o diálogo. “O conhecimento não é algo que você recebe, você também o conquista, a partir do diálogo, da escuta, do conhecimento do outro, de que a sua verdade não é algo que se sobrepõe às demais, mas é algo que dialoga. É assim que o conhecimento se constrói, através do encontro de uma vida comunitária, nessa dinâmica de partilha e troca”, afirmou.
Ainda no primeiro dia, no período da noite, a Profa. Dra. Maria Clara Lucchetti Bingemer, da PUC-Rio, abordou o tema “Fé, Razão e Cultura: Educação para o Discernimento Ético na Era Digital”, destacando o papel das universidades católicas na formação de uma consciência crítica e ética frente aos avanços tecnológicos.
2º dia de Colóquio
No dia 5 de novembro, pela manhã, o colóquio promoveu reflexões sobre fé, democracia e cidadania, com os professores da PUC-Campinas, Prof. Me. Antonio Carlos de Azevedo Lobão e Prof. Dr. Luís Renato Vedovato.
À noite, o debate abordou os desafios éticos da inteligência artificial, com a conferência “A Cultura da Inteligência Artificial e o Esquecimento do Humano: Desafios para a Fé e a Razão”, ministrada pelo Prof. Dr. Fernando Luiz do Nascimento, também docente da Universidade.
Desafios éticos e humanos
Ao longo dos três dias de colóquio, os temas abordaram os principais desafios éticos e humanos, com destaque para a formação ética na era digital, o uso responsável da inteligência artificial, os limites bioéticos da tecnociência e o papel da fé na promoção da cidadania e da democracia.

Segundo o Prof. Me. Cônego José Luís Araújo, Coordenador do Núcleo de Fé e Cultura da PUC-Campinas, os convidados ajudaram a ampliar os horizontes sobre os avanços ou limites que a inteligência artificial pode trazer para a dignidade humana.
Como referência, ele mencionou a palestra realizada no Campus II pelo Dr. Jorge Alves de Almeida Venâncio, Coordenador da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), sobre o tema “Tecnociência, Fé e Limites Éticos: Desafios Bioéticos no Século XXI”.
“Essa última conferência discutiu a questão da tecnociência e os limites éticos e bioéticos da inteligência artificial, especialmente para as pessoas que trabalham na área da saúde, reforçando a importância de uma abordagem ética e humanizadora nas práticas científicas e tecnológicas”, completou.







