
PUC-Campinas inaugura biblioteca no Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros Dra. Nicéa Quintino Amauro
Evento de lançamento foi marcado por música, jogo e lançamento de livro
A PUC-Campinas, através do Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros Dra. Nicéa Quintino Amauro (CEAAB), inaugurou, na noite desta quinta-feira (6), a Biblioteca Carolina Maria de Jesus, que contará com livros sobre a cultura afro e também de autores negros. A biblioteca já recebeu uma variedade de livros importantes e que estão disponíveis para a leitura no CEAAB.
O evento contou com a presença, pela PUC-Campinas, da coordenadora do CEAAB, a comendadora Edna de Almeida Lourenço; do Decano da Escola de Ciências da Vida (ECV), Prof. Dr. José Gonzaga Teixeira de Camargo; docentes e alunos da Universidade. Participaram também o Promotor de Justiça, Dr. Daniel Zulian; as vereadoras Guida Calixto e Paola Miguel, a Sociedade de Ogãs e representantes da comunidade negra de Campinas.
No local, foram realizados o descerramento da placa de inauguração da biblioteca e de um quadro com a foto de Carolina Maria de Jesus, que dá nome ao espaço, pelas mãos da comendadora Edna de Almeida Lourenço e do Prof. Dr. José Gonzaga Teixeira de Camargo.
“Essa noite de hoje é coroada de pleno êxito, quando você vê o movimento, as representações, lideranças do movimento negro juntas. E quando o movimento negro responde o seu chamado é porque sabe que nós temos muito a fazer. Essa participação só nos alegra. E prova que as pessoas confiam em nós e confiam na PUC-Campinas”, afirmou a comendadora Edna de Almeida Lourenço.
Logo depois, o Prof. Dr. Danilo Villagelin, docente de endocrinologia e metabologia da Universidade, apresentou um pouco do livro “Doença Ocular e Tireóide” de sua autoria. Questões que afetam diretamente a população negra.
Ao final, a Sociedade de Ogãs fez uma apresentação musical, tocando uma canção composta pelo Decano da Escola de Ciências da Vida, falando da dor do negro na história do Brasil e de como essa população foi negligenciada pela história do país.
“É realmente muito emocionante. Toda a composição sai de uma coisa que nós sentimos. Não dá para mentir na poesia, não dá para mentir na música. E eu senti que eles incorporaram isso, a dor do nosso irmão, isso foi muito importante. Sempre lutar pelo que está na missão da Universidade, que é uma sociedade mais justa e solidária”, afirmou o Prof. Dr. José Gonzaga Teixeira de Camargo.
“Fiquei muito emocionada, porque esse samba que o professor Gonzaga, nosso médico, nosso cirurgião, compõe, ele fala da dor do negro e da realidade. Ele está falando da senzala, ele está falando da escravização negra, de tudo que foi tirado de nós. Porque falava em liberdade, uma palavra vazia enquanto o negro sofria”, completou a comendadora Edna.
Biblioteca Carolina Maria de Jesus
Carolina Maria de Jesus foi uma escritora, cantora, compositora e poetisa brasileira, reconhecida como uma das primeiras e mais importantes autoras negras do país. Ficou famosa com o livro Quarto de Despejo: Diário de uma favelada (1960), publicado com o apoio do jornalista Audálio Dantas. A obra, que vendeu 10 mil exemplares em apenas uma semana e foi traduzida para 13 idiomas, retrata com sensibilidade e força o cotidiano na favela do Canindé, em São Paulo, onde Carolina viveu e sustentou seus três filhos como catadora de papéis. Sua trajetória e sua escrita seguem inspirando estudos e admiradores no Brasil e no mundo.
















