
Universidade Amiga da Pessoa Idosa: Com Vitalità, PUC-Campinas é referência na América do Sul em estratégias inovadoras para público 60+
Universidade não apenas acolhe público, mas promove uma revolução intergeracional que combate o idadismo e enriquece a formação de seus alunos, servindo de modelo para o continente
Ser a primeira universidade da América do Sul a conquistar o reconhecimento da Rede Internacional de Universidades Amigas da Pessoa Idosa já era um marco. Depois, PUC-Campinas consolidou sua vanguarda ao ser indicada, em 2023, como líder regional da Rede, assumindo a responsabilidade de ser um farol para outras instituições no continente. Mais do que um título, a iniciativa, materializada pelo Centro de Envelhecimento e Longevidade Vitalità, representa uma profunda mudança cultural que está redefinindo o ambiente acadêmico.
Essa liderança, explicou a Profa. Dra. Mariana Reis Santimaria, responsável pelo Vitalità, reflete a trajetória de compromisso da Universidade com a longevidade. “Nosso papel hoje é de orientar e apoiar as instituições que desejam ingressar na Rede, algumas em fase inicial, outras já com ações robustas. Existe também uma grande troca de experiências sobre o que é ser uma Universidade Amiga da Pessoa Idosa”, explicou.

No Vitalità, a longevidade é um eixo estratégico e a PUC-Campinas continuamente reafirma seu reconhecimento com o compromisso em formar profissionais conscientes, responsáveis e dispostas a contribuir com a realidade social.
Mas o que, na prática, define essa filosofia?
Longe de ser apenas uma oferta de cursos voltados ao público, trata-se de um compromisso institucional profundo e integral. É dar vida a dez princípios que visam a inclusão plena do público sênior na vida universitária. De acordo com a Profa. Dra. Mariana Reis Santimaria, ser “Amiga da Pessoa Idosa” é, em essência, “considerar a pessoa idosa em suas decisões, dando voz e visibilidade a esta população”, reconhecendo o envelhecimento como uma genuína conquista social. “São universidades comprometidas em promover um envelhecimento positivo e ativo e em melhorar a vida das pessoas mais velhas da comunidade por meio de programas educativos inovadores, agendas de pesquisa, desenvolvimento curricular, educação online, atividades de saúde de bem-estar, programas de arte e cultura e oportunidades de participação social”, explicou.
No Vitalità, a longevidade é um eixo estratégico e a PUC-Campinas continuamente reafirma seu reconhecimento com o compromisso em formar profissionais conscientes, responsáveis e dispostas a contribuir com a realidade social. “As necessidades das pessoas idosas que frequentam o Vitalitá e também das comunidades que apoiamos são levadas em consideração, pois são ouvidas. Cada vez mais nos aproximamos das pessoas idosas e levamos em consideração seu legado de vida de forma que possam contribuir também com nossas ações. As relações intergeracionais favorecem este aprendizado contínuo e todos aprendem. Todas as oficinas buscam, de alguma maneira, favorecer o diálogo, convívio, aprendizado e a cultura intergeracional”.
Público 60+ e jovens universitários: convívio enriquecedor
O coração dessa filosofia pulsa no Vitalità, onde a teoria se torna prática diária. É ali que a convivência entre gerações deixa de ser um conceito para se tornar uma poderosa ferramenta de aprendizado e combate ao preconceito. Se por um lado os participantes 60+ encontram um espaço de desenvolvimento e acolhimento, por outro, os jovens universitários vivenciam uma experiência que nenhuma sala de aula poderia oferecer. “Ainda existem mitos e preconceitos em relação à velhice e, quando os alunos têm a possibilidade desta convivência, muitos destes mitos são desfeitos. As relações intergeracionais são uma grande oportunidade de diminuirmos o idadismo, para os dois lados”, disse a Professora.

O Vitalità aproxima os pesquisadores da realidade, garantindo que os estudos e inovações desenvolvidos na Universidade atendam a demandas reais. E estar próximo ao público permite desenvolver pesquisas que, de fato, possam causar impacto na vida das pessoas, a partir da compreensão de necessidades reais.
O impacto na formação desses futuros profissionais é transformador. Eles aprendem na prática o que os livros apenas teorizam: a diversidade do envelhecer. “Muitos alunos chegam com uma ideia sobre as pessoas idosas baseada em suas experiências pessoais ou no senso comum, e se surpreendem. Aprendem que a velhice é heterogênea e que temos grande diversidade no processo de envelhecimento humano”, complementou a Profa. Dra. Mariana Reis Santimaria.
Ciência com propósito e visão de futuro
Além do convívio, a ciência ganha um novo sentido. O Vitalità aproxima os pesquisadores da realidade, garantindo que os estudos e inovações desenvolvidos na Universidade atendam a demandas reais. E estar próximo ao público permite desenvolver pesquisas que, de fato, possam causar impacto na vida das pessoas, a partir da compreensão de necessidades reais.
“Temos públicos distintos nos Campi I e II, o que favorece essa compreensão da heterogeneidade. Temas relacionados à qualidade de vida, prevenção de doenças e quedas, mobilidade, moradia e direitos permitem essa interface com a tecnologia e ampliam as possibilidades de ações que contribuam com uma sociedade mais justa e melhor para pessoas mais velhas, mas também para pessoas de todas as idades”.
Olhando para frente, o objetivo é claro: continuar expandindo essa cultura de valorização. A PUC-Campinas e o Vitalità veem a liderança como uma plataforma para impulsionar um movimento ainda maior. “Vislumbramos um futuro em que as pessoas idosas sejam reconhecidas de forma digna, justa e como protagonistas da sociedade”, projeta a Profa. Dra. Mariana Reis Santimaria. “Nosso desejo é que cada vez mais pessoas possam chegar ao Vitalità da PUC-Campinas e participar ativamente da construção de uma verdadeira cultura do envelhecimento”.
Gabriela Ferraz
5 de setembro de 2025

