
PUC-Campinas e TRT realizam seminário e mostra cultural sobre direitos indígenas e memória científica
Exposição será aberta ao público até o dia 29 de agosto na sede do TRT, em Campinas
Em alusão ao mês internacional de luta pelos direitos dos povos indígenas, a PUC-Campinas em parceria com o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15) promovem, no dia 8 de agosto, o Seminário “Terra, Vida e Justiça – Caminhos para a Demarcação de Direitos”, seguido da abertura da exposição “Cartas para Sangradouro: Desidério Aytai e as Expedições Científicas da PUC-Campinas”.
Reflexão sobre avanços e desafios na política indigenista
A programação do seminário, aberta a magistrados, servidores, estudantes e pesquisadores, será realizada no Auditório do 2º andar do TRT-15, em Campinas, com transmissão ao vivo pelo canal da EJUD15 no YouTube. O evento contará com especialistas em direito e lideranças indígenas, como a Valdelice Veron, referência nacional na defesa dos povos Guarani-Kaiowá.
Entre os destaques, está a palestra do professor Pedro Pulzatto Peruzzo, docente da Pós-Graduação em Direito da PUC-Campinas. Sua apresentação abordará “Avanços e desafios na política indigenista”, com ênfase na relação entre a legislação atual, as disputas territoriais e as perspectivas para uma política pública que assegure efetivamente a proteção e a valorização das comunidades indígenas. O professor Pedro, que há anos pesquisa a interface entre direito, sociedade e justiça social, trará um olhar analítico sobre os obstáculos enfrentados no cenário jurídico contemporâneo e os caminhos possíveis para a construção de um ambiente mais inclusivo e plural.
Uma viagem histórica pelas expedições científicas
Após o seminário, os participantes poderão visitar a exposição “Cartas para Sangradouro: Desidério Aytai e as Expedições Científicas da PUC-Campinas”, que ficará disponível até 29 de agosto no Espaço Cultural Desembargador Eurico Cruz Neto, no TRT-15.
A mostra reúne cartas, documentos, fotografias, gravações, objetos e instrumentos musicais que registram décadas de pesquisas conduzidas por Desidério Aytai – professor, antropólogo e referência em etnomusicologia. As expedições realizadas entre as décadas de 1960 e 1980 percorreram aldeias Bororo e Xavante, documentando não apenas expressões musicais e culturais, mas também as relações humanas construídas entre pesquisadores, missionários e comunidades indígenas.
O acervo, pertencente ao Museu Universitário da PUC-Campinas, retrata o espírito científico da Universidade, seu compromisso com o estudo das culturas tradicionais e a valorização do conhecimento produzido em diálogo com os povos originários. A exposição também apresenta registros da primeira expedição de 1958, organizada pela então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, que abriu caminho para uma coleção etnográfica hoje considerada uma das mais representativas do país.
“Recebemos com grande entusiasmo o convite devido a possibilidade de apresentar a exposição Cartas para Sangradouro em um novo espaço, no Centro da cidade, e ainda o abrindo para novas leituras e debates. Nesse espaço a exposição ganha nova roupagem a partir de um projeto expográfico pensado para apresentar o acervo fora da Universidade. Desse modo, adentram ao projeto novos acervos, a fim de apresentar a rica e potente cultura dos povos indígenas, afinal, o Museu Universitário possui uma coleção com s representação de mais de 40 povos originários”, afirmou o museólogo Rodrigo Luiz dos Santos, coordenador do Museu Universitário da PUC-Campinas.
“É uma oportunidade de levar para um Tribunal, que discute temas super importantes para os direitos humanos, uma discussão sobre os direitos dos povos indígenas. É muito interessante ter o museu da PUC-Campinas no local com um acervo sendo exposto e visitado ali, aberto para o público. E também é um espaço para que nós, do Programa de Pós-Graduação (PPG) de Direitos Humanos, possamos compartilhar com o tribunal e com a comunidade que vai participar desse evento, as nossas pesquisas envolvendo o direito dos povos indígenas”, afirmou o professor Pedro Pulzatto Peruzzo, docente da Pós-Graduação em Direito da PUC-Campinas.
A visitação é gratuita e pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 12h às 18h.



