A cesta básica de Campinas apresentou no mês de novembro um custo médio de R$ 214,13. Em outubro o custo médio foi de R$ 212,42. O que representa, no último mês, uma tendência de aumento nos preços dos alimentos da ordem de 0,81%. Esta tendência também foi apurada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos (DIEESE), que registrou aumento nos preços dos alimentos nas principais capitais brasileiras. Desde janeiro de 2008 o custo da cesta básica de Campinas já registra alta de 5,89%. Nos últimos 12 meses, o custo da cesta básica em Campinas cresceu 9,00%.
Em novembro o custo da cesta básica foi equivalente a 51,60% do salário mínimo. Em outubro era equivalente a 51,19% do salário mínimo. Portanto, o aumento nos preços dos alimentos implicou numa redução do poder de compra do trabalhador campineiro.
No que diz respeito à jornada de trabalho, em novembro foram necessárias 113 horas e 31 minutos para adquirir a cesta básica. Em outubro eram necessárias 112 horas e 37 minutos para adquirir a cesta básica. Estes resultados evidenciam que o trabalhador campineiro precisou trabalhar um número maior de horas para adquirir a mesma cesta básica do mês anterior.
A Constituição determina que o salário mínimo deva atender às necessidades de uma família – dois adultos e duas crianças – em termos de alimentação, moradia, transporte, vestuário, saúde, educação, higiene, lazer e previdência.
Segundo pesquisa do DIEESE os gastos com alimentação correspondem a 35,71% das despesas de uma família. Com base nestas informações, e considerando que o trabalhador campineiro gastou no último mês R$ 214,13 para adquirir os alimentos que fazem parte da cesta básica, então o salário mínimo necessário para o trabalhador atender às suas necessidades e de sua família deveria ter sido de R$ 1.798,91, equivalente a 4,33 vezes o salário mínimo vigente.
Comportamento dos preços
É possível verificar os preços médios dos itens que compõem a cesta básica de Campinas. Os itens que registram as maiores reduções nos preços foram o feijão (-14,92%), a banana (-6,12%) e a farinha de trigo (-5,10%). Os itens que apresentaram as maiores altas forma tomate (30,81%), batata (16,19%) e arroz (4,11%). Hortigranjeiros, tais como, tomate, batata e banana, estão sujeitos a grandes oscilações nos preços por conta de problemas climáticos.
Os preços do feijão estão caindo por conta do período de safra. Já o arroz registrou aumento nos preços. Todavia, com o início da colheita da safra a expectativa é de queda nos preços.
A carne bovina também registrou aumentos nos preços, apesar do fim do período de estiagem e da entressafra. Isto se explica, de um lado, pela ampliação das áreas para exportação e, de outro, pela desvalorização da moeda, que estimula a exportação e, por conseqüência, reduz a oferta interna.
O preço do açúcar está em alta. Todavia, considerando que a safra de cana já está encerrada, a elevação nos preços não deverá se sustentar nos próximos meses. A redução nos preços da farinha de trigo e do pão francês se explica, entre outras coisas, pelas isenções fiscais governamentais para a farinha de trigo.
Pesquisa Cesta Básica
A pesquisa da Cesta Básica de Campinas, atividade de extensão coordenada pelo professor do Centro de Economia e Administração da PUC-Campinas Cândido Ferreira da Silva Filho, acompanha a evolução dos preços de 13 produtos de alimentação e o gasto mensal de um trabalhador para adquiri-los.
A metodologia da pesquisa da cesta básica de Campinas foi estabelecida com base no Decreto Lei no. 399, de 30 de abril de 1938, que regulamenta o salário mínimo no Brasil.