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A Pesquisa Cesta Básica de Campinas, realizada por uma equipe de professores da Faculdade de Ciências Econômicas da PUC-Campinas, revela que em outubro os 13 produtos de alimentação avaliados apresentaram custo médio de R$ 161,84. Em setembro, o custo da cesta havia ficado em R$ 157,36. Houve, portanto, um crescimento médio de 2,85%. De acordo com o coordenador da pesquisa, professor Candido Ferreira da Silva Filho, apesar da alta, a cesta básica de Campinas apresenta em outubro custo menor que a cesta básica de São Paulo, calculada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em R$ 179,74. Isto significa que o custo da cesta básica de São Paulo no período foi 11,06% maior que o da cesta de Campinas.

O cálculo da cesta básica de Campinas segue a rigor a metodologia da pesquisa aplicada em 16 capitais brasileiras pelo Dieese. Em relação às capitais da região Sudeste e Centro-Oeste, a cesta básica de Campinas foi superior apenas ao custo verificado em Goiânia (GO) e Vitória (ES).

“Podemos verificar que em outubro o trabalhador gastou 46,24% do salário mínimo para adquirir os itens principais. Em setembro o trabalhador gastava 44,96% do salário mínimo para adquirir a mesma cesta básica”, observa o professor Cândido. Ele acrescenta que a jornada de trabalho necessária para adquirir a cesta básica de outubro foi de 101 horas e 44 minutos, enquanto que em setembro necessitava trabalhar 98 horas e 55 minutos.

A Constituição da República Federativa do Brasil determina que o salário mínimo deve atender às necessidades de uma família com dois adultos e duas crianças quanto à alimentação, moradia, transporte, vestuário, saúde, educação, higiene, lazer e previdência.

Segundo pesquisa do Dieese, os gastos com alimentação correspondem a 35,71% das despesas de uma família. Com base nestas informações, e considerando que o trabalhador campineiro gastou R$ 161,84 para adquirir a cesta básica de alimentos, o salário mínimo necessário para o trabalhador atender a todas as necessidades de sua família deveria ser, em outubro de 2006, de R$ 1.359,62 (maior que setembro, estimado em R$ 1.321,98) equivalente a 3,9 vezes o salário mínimo vigente.

O Dieese, com base no maior custo da cesta básica nas seis capitais brasileiras – o da capital paulista, de R$ 179,74 – estimou o salário mínimo necessário para atender às necessidades das famílias brasileiras em R$ 1.510,00, ou seja, equivalente a 4,31 vezes o salário mínimo vigente.

Tomate, batata e banana apresentaram maiores altas

Para o cálculo do custo da cesta básica de Campinas, no que diz respeito às variações nos preços no mês de outubro, somente arroz e café em pó permaneceram com os preços estáveis. Os produtos que apresentaram as maiores altas foram tomate, batata e banana (tabela 3). “As oscilações nos preços dos hortigranjeiros se explicam por causa dos problemas climáticos. No caso do tomate, por exemplo, o tempo quente no mês de outubro resultou em perdas na colheita, levando ao aumento nos preços”, explica o professor.

O preço da carne bovina, que já havia aumentado 2,35% em setembro, continuou a crescer em outubro, com aumento de 4,94%, apesar da safra e da recuperação das pastagens. “Isto se explica pela retomada das exportações do produto”, acrescenta.

O feijão foi outro produto que apresentou aumento nos preços em outubro, de 7,77%, que se explica pelo período de entressafra. A partir de dezembro a oferta deverá aumentar, o que deve baixar o preço do produto.

O pão francês apresentou queda de 2,59% no preço no mês de outubro. Dentre as possíveis explicações para este fenômeno está a diminuição no preço da farinha de trigo, que foi de 19,40% em outubro. O leite e a manteiga também apresentaram redução nos preços em outubro: respectivamente, de 3,82% e 20,43%. “A recuperação das pastagens implica no aumento da oferta de leite e derivados, o que contribui para a queda nos preços”, esclarece Cândido.

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Portal Puc-Campinas
14 de novembro de 2006