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Mais empregos: perspectivas de crescimento no agronegócio e na indústria têxtil

Nesta terça-feira, dia 02/09, a PUC-Campinas apresenta o balanço do Boletim Econômico em comemoração ao seu primeiro aniversário e anuncia o lançamento da Análise de Dados de Agronegócio da Região Metropolitana de Campinas (RMC) e Região de Influência, que passará a integrar a publicação bimestral. Um Ensaio sobre os Arranjos Produtivos Têxteis e a Concentração dessas Indústrias na região também será apresentado.

O acompanhamento realizado neste primeiro ano de Boletim Econômico mostra que uma conjunção de fatores internos e externos, que têm contribuído para o crescimento econômico nacional, tem também trazido progresso para a região, resultando em aumento do emprego e da formalização no mercado de trabalho. As condições externas e o câmbio têm propiciado a expansão das importações, particularmente de bens intermediários e de consumo final, com reflexos sobre a indústria nacional e o emprego em determinados segmentos.

Com a expansão recente dos negócios na RMC, novos postos de trabalho no mercado formal foram criados e os salários mostraram tendência de alta, o que resultou em melhores condições de vida para as famílias.

A partir deste número, o Boletim Econômico PUC-Campinas inicia um acompanhamento sobre o agronegócio no Brasil, situando a RMC e Região de Influência no contexto estadual e nacional. A seção tratará de temas relativos à agropecuária. Neste primeiro número, o Boletim aborda a localização da produção agrícola, destacando suas culturas e importância, oferecendo também uma análise de situação e perspectivas do mercado sucroalcooleiro brasileiro.

Além das análises de informações sistemáticas, este número traz uma discussão sobre as vantagens e as perspectivas econômicas do Arranjo Produtivo Local Têxtil que se consolida na região.

RMC OCUPA POSIÇÃO DE DESTAQUE NO AGRONEGÓCIO

Municípios estão se especializando em produtos de alto valor agregado voltados para consumo urbano

Segundo Análise de Dados de Agronegócio da RMC e Região de Influência, sob coordenação da professora da PUC-Campinas e pesquisadora Marta Cristina Marjotta-Maistro, a agricultura da RMC e dos municípios de influência está se especializando em produtos de alto valor agregado e/ou destinados ao consumo final no meio urbano, particularmente a fruticultura e a horticultura. Além disso, por conta da presença da Cooperativa de Holambra, que iniciou e fomentou o desenvolvimento da floricultura, hoje a região é considerada um dos principais pólos de produção e exportação de flores no país.

A análise por municípios indica que, dentre os principais produtos, a RMC se destaca pela produção de frutas, como figo, uva e goiaba. “Vale ressaltar que a produção de uva ganhou novo impulso recentemente na região, em função de condições edafoclimáticas favoráveis a vinhos de mesa”, disse.

Cana-de-açúcar

Na opinião da professora Marta, não se deve descartar a participação da RMC na produção de cana-de-açúcar. Essa lavoura tem sido foco de intensas discussões, em função da expansão da produção e da importância do álcool na matriz energética nacional.

Nos anos de 2005 e 2006, a produção de cana-de-açúcar na RMC correspondeu em torno de 1,3% da produção estadual. No entanto, quando focalizamos os municípios, verificamos que em Santa Bárbara D´Oeste a cana ocupa posição de destaque, respondendo a quase 0,4% da produção do Estado nesses anos. Outras cidades, com participações relativas menores, foram: Monte Mor, Cosmopólis e Jaguariúna.

“O mercado de cana-de-açúcar tem evoluído favoravelmente, trazendo efeito dinâmico dessa atividade sobre todo o complexo agroindustrial, favorecendo a indústria e o setor de serviços”, fala Marta.

AUMENTA VOLUME DE EMPRESAS E EMPREGOS NA CADEIA TÊXTIL

Pesquisa nas empresas do pólo têxtil da RMC mostra recuperação frente à crise asiática

Em função da concentração espacial da cadeia produtiva têxtil em Americana e região, o volume de empresas e de emprego vem apresentando crescimento gradativo.

O fluxo de emprego das indústrias têxteis, no 1º trimestre de 2007 e 2008, evidencia que a região do Pólo Têxtil está se recuperando da crise ocasionada pela importação dos tecidos chineses e pela baixa cotação do dólar.

De acordo com a professora da PUC-Campinas e responsável pela pesquisa de Arranjos Produtivos Têxteis na RMC e a Concentração dessas Indústrias na Região, Cibele Roberta Sugahara, as empresas da cadeia têxtil dos municípios de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara D’Oeste e Sumaré estão buscando alternativas para enfrentar a importação de tecidos asiáticos e a baixa cotação do dólar. “Uma alternativa encontrada por essas empresas para enfrentar esse cenário é a associação ao Pólo Tecnológico Têxtil de Americana. Os associados ao Pólo podem, por exemplo, participar de programas de apoio à gestão de suas atividades, já que esses empreendedores fazem ou poderão fazer parte do Arranjo Produtivo Local Têxtil”, explica.

Para a professora, a organização de micro, pequenos e médios empreendedores em arranjos constitui-se em importante fonte geradora de vantagens competitivas duradouras. “Tais arranjos se sustentam na idéia de que, organizados no formato de redes (clusters), esses agentes podem explorar melhor as vantagens típicas das economias de aglomeração, como por exemplo, o compartilhamento de infra-estrutura e treinamento de mão-de-obra”, completa.

Dados do Ministério do Trabalho apontam que no 1º trimestre de 2008, as micro e pequenas empresas têxteis de Americana e Santa Bárbara D’oeste, apresentaram o maior volume total de emprego da região. 72% das novas vagas geradas são dos subsetores da indústria têxtil de Americana, provenientes das indústrias de Fiação de Fibras Artificiais e Sintéticas, Fabricação de outros Artefatos Têxteis, incluindo Tecelagem e Confecção de Roupas Íntimas, Blusas, Camisas e semelhantes.

O saldo de emprego das micro e pequenas empresas, no 1º trimestre de 2008, foi substancialmente maior, se comparado ao 1º trimestre de 2007. No entanto, em 2008, a maior parte das médias e grandes indústrias têxteis de Americana caminha no sentido inverso apresentando elevado número de demissões.

MICRO E PEQUENAS EMPRESAS SÃO AS QUE MAIS CONTRATAM

Empresas de menor porte apresentaram papel relevante na dinâmica econômica da RMC neste 1º semestre

De acordo com o levantamento sobre o Emprego, atividade de pesquisa realizada pela PUC-Campinas sob a responsabilidade da professora Eliane Navarro Rosandiski, as empresas de menor porte apresentaram um papel relevante na dinâmica econômica da RMC neste primeiro semestre. 49% do saldo de vagas foram oferecidas pelas microempresas e 14% por pequenas empresas.

Na RMC foram criados 30.258 novos postos de trabalho. O saldo de emprego acumulado, neste primeiro semestre de 2008, já é 30% superior ao gerado no mesmo período de 2007.

O município de Campinas manteve a liderança com 40% das vagas da RMC, seguido por Santa Bárbara D’Oeste (8%) e Indaiatuba (7%). Os setores que mais se destacaram foram os serviços de apoio à atividade produtiva, os serviços de alojamento e alimentação e os serviços de transporte e comunicações. A construção civil, a indústria de material de transportes e a administração pública também apresentaram bom dinamismo neste primeiro semestre de 2008.

DÉFICIT COMERCIAL DA RMC AUMENTOU 156,3%

Estudo aponta crescimento no primeiro semestre de 2008. Importações aumentaram 42,3%.

O Boletim de Acompanhamento de Comércio Exterior da RMC do primeiro semestre de 2008 comparado ao mesmo período de 2007 confirma o cre
scimento no déficit comercial da RMC com o exterior. Enquanto a exportação cresceu apenas 7,5%, a importação apresentou um aumento de 42,3%. Dessa forma, o déficit comercial já ultrapassou a cifra de US$ 2,1 bilhões, um aumento de 156,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Segundo avaliação do professor da PUC-Campinas, Adauto Roberto Ribeiro, a importação na RMC teve destaque em função da expansão da produção e da capacidade produtiva local indicando estratégias de diminuição de custos nas empresas, dada a valorização da moeda brasileira e a viabilização da busca por fornecedores externos em todas as categorias de bens. A importação de bens de capital cresceu 43,6%, a de bens intermediários 39,2% e a de bens de consumo 50,6%.

Com relação à origem dos bens que abastecem a RMC, os países asiáticos aumentaram ainda mais a sua participação como principais fornecedores. Houve um crescimento de 51,6% na importação da RMC proveniente da Ásia. A China, por exemplo, tornou-se o principal fornecedor externo das empresas localizadas em Campinas, com uma participação 23% superior. A cidade passou a ser o município com maior importação na RMC (com um aumento de 66,6% em relação ao primeiro semestre de 2007) e com um déficit de US$ 587 milhões no primeiro semestre de 2008.

Em relação à exportação, o município de Campinas apresentou uma queda de 12% em função da forte queda ocorrida na exportação de bens de capital (-35%). Já a cidade de Jaguariúna foi considerada a maior exportadora da RMC.

CESTA BÁSICA CONSOME 51,19% DO SALÁRIO DO CAMPINEIRO

Aumento implicou a redução do poder de compra do trabalhador campineiro, que gastou, neste período, R$ 212,45.

A pesquisa da Cesta Básica de Campinas, atividade de extensão realizada pela PUC-Campinas sob a responsabilidade do professor Cândido Ferreira da Silva Filho, apresentou, no mês de junho de 2008, um custo médio de R$ 212,45; um aumento de 1,53% comparado a maio, cujo custo médio era de R$ 209,24.

O professor ressalta que, desde o início do ano de 2008, a tendência foi de aumento no custo da cesta básica em todo o Brasil. Até junho de 2008, o custo da cesta subiu 5,06%.

Em junho, o custo da cesta básica foi equivalente a 51,19% do salário mínimo. Esse aumento implicou a redução do poder de compra do trabalhador campineiro, que gastou, neste período, R$ 212,45.

O arroz (6,72%) e o feijão (15,93%), itens básicos na dieta da população, registraram aumentos expressivos nos preços em junho, que tendem a continuar. O preço da farinha de trigo (13,94%) também continua numa tendência de alta, que refletiu no preço do pão francês (0,65%).



Portal Puc-Campinas
2 de setembro de 2008